BYD vai superar a Toyota na indústria automotiva brasileira? Entenda o posicionamento do empresário Sérgio Habib, dono da JAC Motors sobre esse embate das gigantes do setor automotivo.
BYD vai superar a Toyota na indústria automotiva brasileira? O primeiro semestre de 2024 revelou que a Toyota pode não manter sua liderança no segmento de carros híbridos no Brasil. Anteriormente, a marca era a líder incontestável, mas agora enfrenta uma forte concorrência de duas montadoras chinesas, BYD e GWM, que estão a um passo de tomar seu lugar. No entanto, em uma entrevista recente, Sérgio Habib, dono da JAC Motors, compartilhou uma visão diferente sobre o cenário competitivo. Segundo ele, a situação é mais complexa do que parece.
Sérgio Habib afirma que estratégia da BYD pode não dar certo
Segundo o empresário, quando questionado se a BYD vai superar a Toyota, ele respondeu que há veículos da chinesa estacionados em vários terrenos baldios nos portos, afirmando que a marca realmente importou os veículos, mas não os vendeu. Sérgio Habib destaca também que a estratégia da chinesa BYD de aumentar suas vendas na indústria automotiva, expandindo o número de concessionárias, de nada vai adiantar e as vendas podem até mesmo piorar.
“Você pega, por exemplo, Cuiabá, que possui uma concessionária da BYD, que vende 50 carros, o que é algo sensacional, visto que já é 5% do mercado. Se for inaugurada uma nova concessionária, as vendas não aumentarão e podem vender até menos de 50”, nas palavras do empresário, ele destaca que é quase impossível.
- Cuidado, Elon Musk! Um dos projetos mais audaciosos da Tesla pode estar em risco devido a possíveis ações de Trump
- Saiba o único recorde da Tesla que Elon Musk quer que você não saiba
- Luxo abandonado: Bugatti Veyron de US$ 2,6 milhões fica esquecido por 10 anos após prisão do dono russo
- Grave! Caminhoneiro é condenado à prisão após despejar ilegalmente 19 mil litros de óleo diesel no chão, causando danos graves ao meio ambiente
Sérgio Habib ainda afirma que, em dez anos de mercado, mesmo com o país vivenciando varias crises econômicas, fins e entradas de modelos, baixa de vendas e várias outras adversidades, o Toyota Corolla vende cerca de 60 mil por ano, com máximas de 66 mil e no mínimo 58 mil. Desta forma, é um veículo com ótima revenda, baixa manutenção e que é quase impossível para a BYD superá-lo.
O que os números da indústria automotiva afirmam?
Apesar das declarações de Sérgio Habib, quando perguntado se a BYD vai superar a Toyota, nos primeiros meses deste ano, a Toyota vendeu 10.514 híbridos no País. A marca possui dois produtos da categoria, Corolla e Corolla Cross.
O segundo lugar ficou com a BYD, que registrou 10.113 exemplares emplacados, ante as 9.043 da GWM. Os números indicam que a BYD vai superar a Toyota, sendo a primeira montadora a alcançar esse feito.
Porém, em junho, a marca que vendeu mais híbridos no País foi a GWM, com 2.153 unidades, ante as 1.989 da outra chinesa, vice-líder. A Toyota ficou com a terceira posição (1.644).
O mais provável é que a BYD se torne a nova líder do segmento de híbridos. E isso pode acontecer já no final deste mês. A principal razão da aposta não é a vantagem que a marca tem para a GWM no momento, e sim seu mais novo produto.
Toyota está em outro patamar na indústria automotiva e é quase impossível que a montadora seja ultrapassada
Já no mercado geral, sem restrições do segmento de híbridos, a Toyota está em outro nível de vendas, quando comparada com a BYD e GWM. A montadora japonesa, que também possui versões apenas a combustão do Corolla e Corolla Cross, além de obter altos volumes para a Hilux, registrou 91.714 exemplares emplacados no primeiro semestre.
O número dá à Toyota o quarto lugar no ranking geral de vendas de automóveis comerciais leves, atrás da Fiat (líder), Volkswagen (vice-líder) e Chevrolet (terceira colocada). Já a BYD é décima nessa lista, com 32.558 unidades vendidas.
A GWM é 15ª (12.731). Um fenômeno que chamou a atenção no primeiro semestre deste ano foi o crescimento do segmento de carros elétricos, uma alta de 757,77% em relação ao mesmo período de 2023.