Divergências nas revisões levantam dúvidas sobre transparência e práticas de concessionárias da montadora chinesa no Brasil
A BYD, que vem crescendo de forma acelerada no mercado brasileiro desde 2023, enfrenta agora uma crise de confiança no pós-venda. Proprietários de veículos híbridos e elétricos relatam que as revisões estão custando mais caro do que os valores sugeridos oficialmente pela montadora.
Esses relatos, que ganharam força entre 2024 e 2025, se espalharam rapidamente por plataformas de defesa do consumidor e redes sociais. Segundo o Reclame Aqui e o Procon, há diferenças expressivas de preços entre o divulgado no site e o cobrado nas concessionárias. Essa disparidade provoca insatisfação crescente e levanta suspeitas de práticas abusivas na rede autorizada da fabricante chinesa.
Relatos de proprietários revelam aumentos expressivos
Em novembro de 2024, um proprietário de um BYD Song Plus, que preferiu não se identificar, contou ter sido surpreendido durante a primeira revisão de 12 mil quilômetros. O serviço deveria custar R$ 865, conforme o site oficial da BYD, mas foi cobrado por R$ 1.053.
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Segundo o cliente, o consultor informou que os valores divulgados são apenas sugestões e que cada concessionária define o próprio preço. O motorista afirmou ter consultado outra rede autorizada e também encontrou valores acima da tabela, o que aumentou sua indignação.
Outro caso semelhante envolve Pedro Leite Machado, psicólogo de Vila Velha (ES). Ele levou seu Song Plus à concessionária Vitória Motors para a primeira revisão, em novembro de 2024, e recebeu orçamento de R$ 1.295. O site, porém, informava R$ 920. Ele ainda pagou R$ 300 por alinhamento e balanceamento, valor considerado elevado, mas justificado como “específico do modelo”.
Reclamações em plataformas e respostas das concessionárias
No Reclame Aqui, há diversas queixas registradas entre 2024 e 2025 sobre o mesmo problema. Consumidores afirmam que as revisões custaram até 30% acima do valor oficial, e alguns acusam a marca de propaganda enganosa.
Concessionárias da BYD alegam que as diferenças ocorrem por fatores técnicos, como o uso de óleo em embalagens lacradas, o que obriga o cliente a pagar pelo volume completo. Assim, ele leva o excedente. Entretanto, especialistas e consumidores consideram essa explicação insuficiente, pois não há padronização entre as redes autorizadas e os preços variam sem critério técnico evidente.
Especialistas alertam para práticas abusivas e orientam consumidores
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), todas as informações sobre preços e serviços devem ser claras e acessíveis. Quando a diferença não é justificada, ela pode caracterizar prática abusiva, garantindo direito ao ressarcimento.
Especialistas em direito orientam que os proprietários exijam nota fiscal detalhada, guardem comprovantes de orçamento e comparem os preços com as tabelas oficiais da BYD. Se houver divergência considerável, o consumidor pode registrar queixa no Procon, solicitar reembolso ou até acionar judicialmente a concessionária responsável.
Segundo advogados do setor, a transparência é uma obrigação legal. A falta dela compromete a imagem da marca e pode gerar sanções administrativas. Por isso, a BYD precisa rever sua política de pós-venda e unificar os valores cobrados.
Crescimento da marca e desafios de padronização
Entre 2023 e 2025, a BYD consolidou sua presença no Brasil com a fábrica em Camaçari (BA) e uma ampla rede de concessionárias. O crescimento rápido, porém, trouxe desafios de controle e padronização. A falta de uniformidade nos preços ameaça o prestígio conquistado pela montadora chinesa, que vinha sendo vista como símbolo de inovação e custo competitivo.
Fontes ligadas ao setor automotivo afirmam que a empresa deve avaliar as reclamações e rever as políticas de manutenção ainda em 2025. O objetivo seria restabelecer a confiança dos consumidores e garantir transparência nos valores cobrados em todo o país. Enquanto isso, clientes exigem clareza, respeito e coerência nas relações de consumo.
O que você acha que a BYD deveria priorizar: padronizar os preços das revisões em todo o país ou manter a autonomia das concessionárias, mesmo que isso gere diferenças para o consumidor?