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Brasileiros se apressam para instalar sistemas de energia solar e fugir da “taxação do sol”

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 10/08/2022 às 13:27
Atualizado em 30/08/2022 às 19:02
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Marco legal da geração distribuída – imagem: Reprodução/Instituo Solar

A “Taxação do Sol” entrará em vigor no próximo ano e milhares de pessoas já estão se adiantando na instalação de sistemas de energia solar para ficarem isentos das taxas na geração de energia renovável.

O aumento do preço do petróleo no mercado internacional e a chegada de um novo marco legal para a geração de energia solar tem expandindo o número de investimentos das empresas em sistemas de energia solar. As companhias estão focando no aumento da demanda esperada para 2022. Para isso, reforçam estoques e antecipam a aquisição de sistemas, com o objetivo de desviar do aumento nos custos gerados pela ‘taxação do sol’. Além disso, há empresas que planejam expandir seus centros de distribuição.

Instalações de sistemas de energia solar podem dobrar até a metade de 2023

A Lei 14300 é tal da “Taxação do Sol”? – Reprodução/Youtube

A Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), projeta um recorde neste ano, com a capacidade instalada dobrando, podendo chegar a quase 25 GW médios nos tetos de prédios e casas, isto é, um volume que representa quase o dobro de duas usinas de Itaipu, a maior usina do Brasil, com 14 GW de capacidade.

Na última semana, a entidade informou que a energia solar se tornou a terceira maior na matriz energética brasileira, com 8,1%, ultrapassando o gás natural. Agora está apenas atrás da geração hídrica e eólica.

O pontapé inicial foi realizado em janeiro, quando foi publicada uma ‘lei de taxação do sol‘, que prevê isenção de encargos setoriais até o fim de 2045 para aqueles que instalarem um sistema de energia solar até 7 de janeiro do próximo ano.

Na prática, caso os consumidores produzam mais energia do que consomem, podem jogar o excedente na rede elétrica e ganhar de volta a mesma quantidade em créditos. Isso será transformado em um desconto na conta de luz. Após esta data, o desconto será menor.

Empresas focam em energia renovável durante guerra na Ucrânia

No caso dos sistemas de energia solar de médio e pequeno porte, como os instalados em residências, pequenos produtores rurais e pequenos negócios, este crédito de energia será reduzido em 4,1% já no primeiro ano, redução que subirá para 8,1% no segundo ano.

Já no caso de sistemas solares de geração compartilhada ou remota, a redução no valor do crédito será de 29,3%. Segundo especialistas, devido à guerra na Ucrânia, diversas empresas intensificaram a procura por soluções de energia limpa, devido ao aumento dos custos de petróleo e gás.

Para o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, a alta dos valores e a ‘taxação do sol’ trarão à energia solar seu segundo ano de recordes. É estimado investimentos de R$ 50 bilhões apenas neste ano, mais que o dobro dos R$ 22 bilhões registrados nos últimos anos.

Companhias ganham crescimento exponencial em vendas de sistemas de energia solar

Na Win, empresa distribuidora de aparelhos solares, a expectativa é registrar expansão de 300% ainda neste ano, mesmo patamar verificado no último ano.

Segundo Camila Nascimento, diretora da empresa, haverá uma forte alta neste semestre, tendo em vista que boa parte dos consumidores devem deixar a instalação para a última hora. Sendo assim, a empresa está reforçando seus estoques.

A empresa, que possui seu centro de distribuição situado no Espírito Santo, não descarta a ideia de uma possível expansão. De acordo com o presidente do Portal Solar, Rodolfo Meyer, sua empresa, que vende e instala sistemas de energia solar, também reforçou seus estoques.

A estimativa é que haja uma alta de 500% no faturamento. O cenário atual também alavanca projetos de geração. A Trinity Energia investirá R$ 78 milhões na instalação de três usinas fotovoltaicas no Rio de Janeiro.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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