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Brasil tem 10% das reservas mundiais de minerais críticos, mas produz menos de 0,1% e corre risco de perder trilhões para China e EUA

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 30/09/2025 às 19:42
Brasil tem 10% das reservas de minerais críticos, mas produz menos de 0,1%, enquanto China domina a produção em plena transição energética.
Brasil tem 10% das reservas de minerais críticos, mas produz menos de 0,1%, enquanto China domina a produção em plena transição energética.
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Mesmo com uma das maiores reservas de minerais críticos do planeta, o Brasil enfrenta atraso na produção, falhas em políticas públicas e risco de ficar para trás na corrida global pela transição energética, enquanto China e EUA avançam em escala industrial.

O Brasil possui cerca de 10% das reservas mundiais de minerais críticos, insumos essenciais para baterias de carros elétricos, turbinas eólicas e sistemas de alta tecnologia. Apesar desse potencial, a produção nacional representa menos de 0,1% da oferta global, revelando um enorme descompasso entre recursos disponíveis e aproveitamento econômico.

Segundo dados divulgados por O Globo, essa discrepância pode custar trilhões de reais em oportunidades perdidas, já que China e Estados Unidos se movem rapidamente para garantir domínio sobre as cadeias produtivas desses minerais estratégicos.

Por que os minerais críticos são estratégicos

A transição energética deve multiplicar em até seis vezes a demanda global por minerais como lítio, níquel, grafite e terras raras até 2040.

Esses insumos são indispensáveis não apenas para o setor de energia limpa, mas também para a indústria de defesa, fertilizantes e equipamentos de ponta.

O Brasil poderia ser protagonista nesse cenário, mas ainda não conseguiu estruturar políticas eficientes que transformem suas reservas em produção competitiva.

Enquanto isso, países como a China já dominam a cadeia de terras raras, responsáveis por abastecer praticamente todo o mundo.

Onde o Brasil está ficando para trás

De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a extração brasileira de minerais críticos é mínima quando comparada aos líderes globais.

Em 2024, por exemplo, o país produziu apenas 20 toneladas de terras raras, contra 270 mil toneladas da China.

No caso do lítio, a diferença também é gritante: 10 mil toneladas extraídas no Brasil contra 88 mil toneladas na Austrália.

Esse atraso se explica por fatores como a demora em licenças ambientais, burocracia regulatória e falta de infraestrutura para processamento e agregação de valor.

Além disso, o mapeamento geológico cobre apenas 27% do território nacional, o que impede a plena identificação do potencial existente.

O papel da política nacional para minerais críticos

O governo prepara a Política Nacional de Minérios Críticos e Estratégicos (PNMCE), que deverá ter dois eixos centrais: mineração ambientalmente sustentável e agregação de valor no Brasil.

O objetivo é garantir que a exploração não fique restrita à exportação de matéria-prima, mas avance para indústrias de alto valor agregado, como fábricas de baterias e sistemas de energia.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o novo marco legal incluirá contrapartidas em inovação, geração de empregos e sustentabilidade para empresas que atuarem no setor.

A ideia é transformar o país em fornecedor de soluções completas, e não apenas de commodities minerais.

Investimentos e obstáculos no horizonte

Entre 2025 e 2029, o Ibram estima investimentos de US$ 18,45 bilhões em exploração.

No entanto, cada projeto pode levar até dez anos para sair do papel, o que amplia o risco de o Brasil perder espaço para concorrentes mais ágeis.

Há ainda preocupações ambientais e sociais. Especialistas alertam que a expansão da mineração não pode avançar sobre áreas de proteção, terras indígenas e quilombolas, sob pena de gerar novos conflitos e desgastes internacionais.

O desafio será equilibrar competitividade e preservação ambiental, sem repetir erros históricos do setor mineral.

A disputa com China e Estados Unidos

Enquanto o Brasil discute marcos regulatórios, China e EUA aceleram investimentos e estratégias para garantir abastecimento.

Pequim já consolidou liderança global em terras raras, enquanto Washington busca acordos com países produtores para reduzir a dependência chinesa.

Nesse tabuleiro, o Brasil corre o risco de se tornar apenas um exportador secundário, sem protagonismo na cadeia de valor e sem aproveitar plenamente a riqueza de seus recursos.

O Brasil está diante de uma escolha estratégica: investir em políticas sólidas para transformar suas reservas de minerais críticos em protagonismo global ou continuar perdendo espaço para potências como China e Estados Unidos.

E você, acredita que o Brasil conseguirá equilibrar preservação ambiental e avanço econômico para aproveitar suas reservas de minerais críticos? Ou o país continuará sendo apenas fornecedor de matéria-prima? Deixe sua opinião nos comentários.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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