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Brasil observa crescimento no consumo de combustíveis, como o diesel, durante o primeiro trimestre deste ano

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 17/05/2022 às 18:49
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Foto: Reprodução de IADE-Michoko / Fonte: Pixabay

Em relação ao mesmo período de 2021, o consumo dos combustíveis aumentaram. Vendas do diesel cresceram o equivalente a 2,22% no Brasil

De janeiro a março deste ano, foi vendido ao consumidor, no Brasil, um volume correspondente a 14,8 milhões de m³ de óleo diesel, o que representa o maior número em um primeiro trimestre desde o início da contagem da série histórica, em 2000. O valor diz respeito, ainda, a um aumento de 2,22% em comparação ao mesmo período do último ano, conforme as informações coletadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Além disso, os dados revelam também que, em março, foi observada uma redução de 2,19% no consumo de diesel no Brasil. Entretanto, o crescimento no trimestre é devido ao mês de fevereiro, em que a demanda foi 10,19% maior em relação a janeiro.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a alta no consumo do diesel está associada ao período da safra agrícola, que exige caminhões para o transporte de mercadorias.
Segundo o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental, é necessário esperar a fim de saber se o crescimento do consumo representa uma recuperação ou uma desaceleração da economia. Para ele, o indicador do mês de abril vai expor se o Brasil seguiu a retomada dos setores de produção ou se, mais uma vez, entrou para uma retração. O professor explicou, ainda, que a segunda alternativa representaria uma série de impactos sociais e econômicos no país.

O óleo diesel é utilizado, principalmente, para fins de transporte no país

No Brasil, o consumo do diesel é, no geral, limitado ao transporte, sendo o óleo utilizado por ônibus e caminhões. Dessa forma, o aumento em sua demanda abrange também um segundo aspecto, haja vista que, como 50% dos custos com o transporte estão relacionados aos combustíveis, o repasse destes gastos atinge os brasileiros em todas as suas atividades de consumo.
Sob esse viés, o economista Alberto Ajzental afirmou que o diesel está em todos os lugares, seja no colchão que uma família compra, no pé de alface usado como alimento ou, ainda, no ônibus que possibilita a locomoção até o trabalho. Sendo assim, consoante Ajzental, se o produtor consumiu mais, o repasse chega ao consumidor em forma de aumento no preço do produto.
Graças ao último reajuste imposto pela Petrobras, de 8,8% a partir da última terça-feira (dia 10), o litro do combustível é vendido, atualmente, pelo valor médio de R$ 6,85, conforme a ANP. Contudo, em locais como o Acre, o preço já pode chegar à quantia de R$ 8,30.

Preço do combustível sofre acréscimo superior à inflação

Desde o mês de janeiro, o acréscimo no preço do combustível chega a 28,5%, o que equivale a sete vezes mais do que a inflação acumulada do período, de 4,29%, segundo os cálculos de Alberto Ajzental. O professor destaca que o crescimento dos custos impulsiona o reajuste dos fretes, que, como resultado imediato, pode atingir 4,5%.
Por fim, o economista Alexandre Schwartsman pontua que a alta dos combustíveis não deve parar este ano. De acordo com ele, o valor do galão de gasolina no exterior está mais elevado do que o que o Brasil tem comercializado, havendo uma defasagem de 20%. Para o economista, se os preços não forem reduzidos, a Petrobras terá, em algum momento, que realizar um novo reajuste, o que pode acarretar uma inflação de 8,5% no país ao final do ano.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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