Em relação ao mesmo período de 2021, o consumo dos combustíveis aumentaram. Vendas do diesel cresceram o equivalente a 2,22% no Brasil
De janeiro a março deste ano, foi vendido ao consumidor, no Brasil, um volume correspondente a 14,8 milhões de m³ de óleo diesel, o que representa o maior número em um primeiro trimestre desde o início da contagem da série histórica, em 2000. O valor diz respeito, ainda, a um aumento de 2,22% em comparação ao mesmo período do último ano, conforme as informações coletadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Além disso, os dados revelam também que, em março, foi observada uma redução de 2,19% no consumo de diesel no Brasil. Entretanto, o crescimento no trimestre é devido ao mês de fevereiro, em que a demanda foi 10,19% maior em relação a janeiro.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a alta no consumo do diesel está associada ao período da safra agrícola, que exige caminhões para o transporte de mercadorias.
Segundo o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental, é necessário esperar a fim de saber se o crescimento do consumo representa uma recuperação ou uma desaceleração da economia. Para ele, o indicador do mês de abril vai expor se o Brasil seguiu a retomada dos setores de produção ou se, mais uma vez, entrou para uma retração. O professor explicou, ainda, que a segunda alternativa representaria uma série de impactos sociais e econômicos no país.
O óleo diesel é utilizado, principalmente, para fins de transporte no país
No Brasil, o consumo do diesel é, no geral, limitado ao transporte, sendo o óleo utilizado por ônibus e caminhões. Dessa forma, o aumento em sua demanda abrange também um segundo aspecto, haja vista que, como 50% dos custos com o transporte estão relacionados aos combustíveis, o repasse destes gastos atinge os brasileiros em todas as suas atividades de consumo.
Sob esse viés, o economista Alberto Ajzental afirmou que o diesel está em todos os lugares, seja no colchão que uma família compra, no pé de alface usado como alimento ou, ainda, no ônibus que possibilita a locomoção até o trabalho. Sendo assim, consoante Ajzental, se o produtor consumiu mais, o repasse chega ao consumidor em forma de aumento no preço do produto.
Graças ao último reajuste imposto pela Petrobras, de 8,8% a partir da última terça-feira (dia 10), o litro do combustível é vendido, atualmente, pelo valor médio de R$ 6,85, conforme a ANP. Contudo, em locais como o Acre, o preço já pode chegar à quantia de R$ 8,30.
Preço do combustível sofre acréscimo superior à inflação
Desde o mês de janeiro, o acréscimo no preço do combustível chega a 28,5%, o que equivale a sete vezes mais do que a inflação acumulada do período, de 4,29%, segundo os cálculos de Alberto Ajzental. O professor destaca que o crescimento dos custos impulsiona o reajuste dos fretes, que, como resultado imediato, pode atingir 4,5%.
Por fim, o economista Alexandre Schwartsman pontua que a alta dos combustíveis não deve parar este ano. De acordo com ele, o valor do galão de gasolina no exterior está mais elevado do que o que o Brasil tem comercializado, havendo uma defasagem de 20%. Para o economista, se os preços não forem reduzidos, a Petrobras terá, em algum momento, que realizar um novo reajuste, o que pode acarretar uma inflação de 8,5% no país ao final do ano.
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