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Brasil, o líder produtor mundial de etanol, pode lucrar com o aumento da mistura do etanol na gasolina de 20% adotada pela Índia

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 02/04/2021 às 12:53
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Usina de etanol Reprodução – Via Google

Índia aumenta para 20 % a mistura do etanol na gasolina e quem pode se dar bem com a nova media é o líder produtor mundial de etanol, o Brasil

Índia anunciou na última quinta (25/03) a autorização de venda de etanol puro nos postos de combustíveis no país. Mesmo sem uma frota de carros flex ou movidos a etanol, a medida deve desencadear importantes investimentos privados e oportunidades ao Brasil no médio e longo prazo, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) .

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“A princípio a demanda por etanol na Índia deve ser suprida pela oferta local e, se houver uma necessidade de importação, ela deve surgir mais no médio e longo prazo. Na perspectiva do setor sucroenergético brasileiro o principal ganho é o fortalecimento do etanol como agente de descarbonização e combate às mudanças climáticas”, disse ao Notícias Agrícolas o diretor executivo da Unica, Eduardo Leão de Sousa.

Desde 2003 na Índia, a mistura do etanol na gasolina é de 5%, aumentando depois para 10% e agora, o anúncio é que a mistura passará a 20% até 2030.

Nova medida reflete direto no Brasil, o grande produtor mundial de Etanol

Embora exista esta meta até 2030, o programa indiano vinha caminhando em ritmo lento e agora com esta nova atitude tomada pelo governo acelera o mercado com mudanças significativas com reflexo direto no Brasil – grande produtor de Etanol mundial, através de transferência de tecnologia para a Índia, já que lida com o biocombustível há anos e os indianos precisariam de adequações em suas unidades de processamento para a produção de etanol. As indústrias de veículos também deverão ser beneficiadas.

Para Sousa, o anúncio da Índia é um passo importante para a ampliação da oferta de biocombustível de baixo carbono e também a possibilidade para o país de uma transição mais rápida de sua matriz.

“O etanol reduz em até 90% as emissões de gases de efeito estufa e praticamente zera a emissão de material particulado e outros poluentes altamente nocivos à saúde em comparação com a gasolina. Diversas cidades indianas estão no topo do ranking de localidades com pior qualidade do ar. Assim, a mistura de etanol anidro prevista para chegar em 20% na gasolina em 2025 e a adoção do etanol hidratado podem contribuir muito para reverter esse quadro”, complementa Sousa.

Índia, a segunda maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, importa mais de 80% do petróleo

Atualmente, mais de 80% do petróleo consumido na Índia precisa ser importado, segundo projeções da Unica. Com a autorização de venda do etanol puro, a Índia, segunda maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, terá uma maior segurança energética e estabilidade no seu mercado de combustíveis, além do impacto positivo sobre a balança comercial.

“Em 2020, a queda na demanda interna por etanol [no Brasil] foi compensada financeiramente pela maior demanda de açúcar no mercado externo”, destaca Sousa com referência sobre a flexibilidade de produção que os produtores podem ter com etanol e açúcar.

Após discutir nos últimos meses um plano para lançar veículos movidos por gasolina misturada com 20% de etanol até 2025, ante uma mistura entre 5% e 6% atualmente, a Índia anunciou nesta quinta-feira, através do Ministério do Petróleo, Gás Natural e Aço, a decisão de que liberaria empresas de petróleo e de distribuição de combustíveis comercializem etanol puro (E100).

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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