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Brasil mobiliza 10 mil militares, lança mísseis Astros e simula guerra real na Amazônia com blindados e o maior navio de guerra da América Latina

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 02/10/2025 às 17:37
Brasil mobiliza 10 mil militares na Amazônia com blindados, caças, navio Atlântico e mísseis Astros em simulação de guerra realista.
Brasil mobiliza 10 mil militares na Amazônia com blindados, caças, navio Atlântico e mísseis Astros em simulação de guerra realista.
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Exército, Marinha e Força Aérea participam de exercício de guerra na Amazônia com blindados, caças, mísseis Astros e o navio “Atlântico”, em operação que testa logística, interoperabilidade e defesa cibernética em cenário de combate realista.

O Brasil iniciou nesta quinta-feira (02) um dos maiores treinamentos militares dos últimos anos na Amazônia.

A Operação Atlas, que vai até o próximo dia 11, reúne cerca de 10 mil militares das três Forças, com emprego de sistemas de mísseis Astros, caças, blindados e meios navais.

O foco é testar, em ambiente realista, a capacidade de defesa da região e a interoperabilidade entre Marinha, Exército e Força Aérea.

A mobilização ocorre nos estados de Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, áreas sensíveis pela presença de crimes transnacionais e pelo interesse internacional na floresta.

No terreno, os comandos planejam, deslocam e executam ações simuladas de combate, como fariam em um conflito real.

A programação inclui ainda exercícios de segurança cibernética, por entender que ameaças digitais compõem o cenário de defesa atual.

Enquanto a atividade se concentra na proteção da soberania e de ativos estratégicos, o histórico recente adiciona contexto.

Entre o fim de 2023 e o início de 2024, a tensão entre Venezuela e Guiana por Essequibo levou o Brasil a reforçar a presença militar no extremo norte, com o envio de 28 blindados a Roraima.

Em 2025, persistem atritos diplomáticos entre Estados Unidos e Venezuela, o que mantém a região em alerta e reforça o valor de exercícios que acelerem a resposta conjunta.

Amazônia em foco: por que treinar agora

A região amazônica combina geografia hostil, distâncias longas e fronteiras extensas.

Nesse ambiente, o Brasil desenvolveu expertise em guerra na selva, reconhecida internacionalmente.

A Operação Atlas procura preservar esse diferencial e aferir logística, comando e controle, além da capacidade de deslocamento estratégico de tropas e equipamentos em prazos curtos.

Além do componente militar, a agenda nacional pesa.

O exercício ocorre às vésperas da COP30, prevista para novembro em Belém, evento que trará delegações de dezenas de países.

A presença coordenada das Forças na região amazônica tem o efeito de demonstrar prontidão e dissuasão, sem alterar o caráter rotineiro de adestramento.

O desenho da operação: de blindados a mísseis

No segmento terrestre, o Exército emprega mais de 40 blindados, 434 viaturas, nove helicópteros e 3,6 mil militares.

Parte desse material percorreu, desde o Rio Grande do Sul até Roraima, uma distância comparável à de Lisboa a Moscou, ressaltando o esforço logístico.

O transporte foi coordenado pelo Coter (Comando de Operações Terrestres) e pelo Colog (Comando Logístico).

Entre os vetores de maior impacto está o sistema de foguetes Astros, peça-chave de artilharia de saturação de fabricação nacional, capaz de empregar diferentes munições conforme o alvo e o alcance.

Também estão previstos blindados como os VTE Leopard, adequados para ações de choque e apoio a tropas em terreno adverso.

No ar: ataque, vigilância e apoio

A Força Aérea Brasileira participa com aeronaves de ataque AMX A-1M e A-29 Super Tucano, que combinam capacidade de apoio aéreo aproximado e emprego de armamentos de precisão.

Essas plataformas operam em estreita coordenação com as forças em solo, realizando missões de escolta, reconhecimento e simulação de engajamentos.

Em bases da região, esquadrões desdobrados ajustam perfis de voo ao ambiente amazônico, marcado por clima instável, baixa previsibilidade e longos corredores de infiltração.

No mar: o “Atlântico” como plataforma conjunta

A Marinha do Brasil compõe o exercício com o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”, o maior navio de guerra em atividade na América Latina.

Com 208 metros de comprimento e cerca de 20 mil toneladas, o navio partiu do Rio de Janeiro em 13 de setembro, transportando 1.044 militares, dois cães e 700 toneladas de equipamentos das três Forças.

A bordo foram embarcados veículos blindados, helicópteros, armamentos e mísseis.

No total, o “Atlântico” levou 80 viaturas, distribuídas entre Exército (49), Marinha (20) e Força Aérea (11).

Além de funcionar como navio-quartel e centro de comando, o “Atlântico” oferece convoo e hangar para helicópteros, permitindo operações de assalto aeromóvel, evacuação aeromédica e apoio logístico.

Em cenários como o amazônico, essa plataforma amplia o raio de ação das forças em terra e no ar, facilitando o deslocamento rápido de pessoal e meios.

Coordenação e interoperabilidade

O Ministério da Defesa estruturou a Operação Atlas para testar a sinergia entre Marinha, Exército e Aeronáutica.

O planejamento prevê fases de simulação construtiva, com emprego de cenários e wargames, e etapas de campo, nas quais as tropas executam missões em área, sob regras e prazos definidos.

A interoperabilidade é aferida em rotinas como comando e controle unificado, comunicações seguras, logística integrada e emprego coordenado de fogos.

Em paralelo, ocorrem exercícios cibernéticos que simulam tentativas de intrusão, negação de serviço e desinformação, hoje tratadas como vetores de conflito híbrido.

A proteção de redes críticas e a resposta a incidentes tornam-se, portanto, parte indissociável do adestramento.

Ambiente de risco: crime transnacional e inteligência

A Amazônia é rota do tráfico de drogas, tem histórico de garimpo ilegal e contrabando, e figura em relatórios internacionais como área de interesse de redes de espionagem e grupos criminosos.

Nesse contexto, a presença militar busca deter e desorganizar atividades ilícitas, apoiar órgãos de segurança e garantir a liberdade de ação do Estado.

Em caso de crise regional, o adestramento permite escalar a resposta sem improvisos, integrando vigilância de fronteiras, patrulha fluvial e ações em pistas não preparadas.

Logística na selva: o teste de fogo

Operar na Amazônia implica vencer distâncias longas, baixa densidade de infraestrutura e clima extremo.

Por isso, a operação prioriza cadeias de suprimento de combustível, munição, alimentos e manutenção, com ênfase em transporte multimodal.

A experiência brasileira em guerra na selva depende de treinamento constante para manter prontidão e preservar o conhecimento tático acumulado por décadas em centros especializados na região.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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