Fabricação foi realizada pela Volkswagen e Toshiba a partir de tecnologia 100% brasileira
A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) em parceria com a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), formalizaram um acordo para desenvolver e fabricar baterias à base de nióbio para veículos elétricos. Uma das vantagens da tecnologia brasileira é o carregamento de carros elétricos em até seis minutos.
Vídeo: Representantes do governo e criadores da bateria de nióbio informando sobre a tecnologia
O empreendimento deve elevar a posição do Brasil no segmento automotivo a partir da união entre a fabricante de veículos e a CBMM, empresa dedicada no desenvolvimento de novas tecnologias com nióbio.
Esse projeto é fruto de quase quatro anos de pesquisa no Japão, em parceria com o conglomerado de tecnologia da Toshiba.
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Diante do anúncio, o presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) comemorou o desenvolvimento da bateria à base de nióbio e ressaltou o papel importante do Brasil nesse processo.
O país é o maior detentor do minério em todo o mundo. Cerca de 90% das reservas de nióbio do planeta estão em terras brasileiras, de acordo com o Governo Federal.
“Tecnologia 100% nacional: Brasil apresenta a primeira bateria de nióbio do mundo que permitirá carros elétricos recarregarem em 6 minutos. A Volkswagen e a Toshiba já fecharam parceria para comercializarem a tecnologia”, publicou Bolsonaro nas redes sociais.
Segundo a Volkswagen, o início das operações com as baterias à base de nióbio serão dedicados em ônibus elétricos, fabricados pela própria empresa. Isso porque esses utilitários são maiores e contam com trajetos programados, necessitando de carregamento rápido.
Ainda segundo o anúncio, a Toshiba já está em desenvolvimento das novas células de bateria à base de nióbio, ou seja, das pilhas, que devem ficar prontas até dezembro deste ano.
A VW afirmou também que irá começar os testes somente no ano que vem e prevê ainda que um modelo funcional de veículo elétrico com uso de baterias à base de nióbio esteja pronto até o final de 2022.
Durante esse período, a fabricante deverá analisar os dados e direcionar os estudos da aplicação nos veículos. A empresa também responde pela infraestrutura de recarga, qualificação de motoristas e pelas orientações de segurança.
A multinacional informou que no momento as pesquisas para utilidade do nióbio em baterias veiculares estão concentradas para atender frotas comerciais.
No entanto, não descartou a possibilidade de investimentos que desenvolvam baterias de nióbio destinadas a carros particulares.
O que é nióbio?
O nióbio é um elemento químico, identificado através do símbolo Nb e número atômico 41 e massa atômica 92,9 u.
Elemento de transição, o nióbio compõe o grupo 5 da classificação periódica dos elementos. O metal foi descoberto em 1801 pelo químico inglês Charles Hatchett, mas foi só em meados do século XX que o elemento começou a ganhar maior evidência.
Devido sua capacidade de transformar as propriedades de outros materiais, as propriedades do nióbio tem hoje inúmeras utilidades como por exemplo em carros, turbinas de aeronave, estruturas de pontes e edifícios, aparelhos de ressonância magnética, instrumento de marcapasso, sondas espaciais, foguetes, tubulações de gás, componentes eletrônicos e baterias.
Como o nióbio é extraído?
O nióbio é encontrado em minérios, como a columbita e tantalita, diferentemente de outros elementos encontrados de forma abundante na natureza.
O nióbio é identificado nesses minerais em forma do isótopo estável 93 Nb, no entanto, é estimado que existam ao menos 28 radioisótopos já sintetizados, com volume de massa variando de 83 até 110 u.
No Brasil é encontrada a maior parte do nióbio disponível no planeta. O país também é responsável pela maior fatia de comercialização desse metal.
Em 1965, o governo federal autorizou a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), em parceria com o governo americano, a explorar as reservas de nióbio encontradas no solo brasileiro.
Isso ocorreu por não ter utilização comprovada desse elemento em território brasileiro.
Anos depois, a CBMM foi adquirindo a parte que cabia aos americanos e conquistou a controladoria mundial da comercialização do nióbio.
Mesmo com toda abundância do nióbio no país, o governo federal não obtém grandes rentabilidades para o caixa nacional. Isso acontece pois ele é vendido em baixo custo quando comparado a outros metais, a exemplo do ouro.
O metal precioso, por exemplo, é vendido pelo dobro do valor de mercado do nióbio.
Além disso, o nióbio é também um metal substituível. Isso significa que ele pode ser aplicado no lugar de outros metais nas ligas em detrimento do nióbio.
Um outro detalhe que prejudica a comercialização do nióbio é o fato de vendermos a matéria-prima sem proporcionar qualquer valor agregado para o metal extraído.
Quais as vantagens desse mineral?
As principais vantagens do nióbio são a alta condutividade térmica e elétrica, a ductilidade, maleabilidade e a alta resistência ao calor, ao desgaste e à corrosão.
Essas características proporcionam ao metal a capacidade de aprimorar as propriedades de materiais, fazendo deles mais eficientes.
Em decorrência disso, atualmente o nióbio é aplicado para diversos setores, com importantes contribuições tecnológicas. Por exemplo:
Mobilidade
O nióbio é essencial para as inovações tecnológicas com foco em desenvolvimento de materiais inteligentes e mais resistentes, assegurando leveza, performance, eficiência e maior segurança ao setor de mobilidade.
Energia
Entre as contribuições do nióbio ao segmento de energia, podem ser destacadas a geração e consumo de energia limpa, baterias seguras e rápido carregamento, com maior vida útil e densidade energética.
Além disso, o metal garante soluções de armazenamento mais eficientes como resultado do uso de materiais formatados a partir da tecnologia do nióbio para garantir um futuro movido por energia renovável.
Estrutural
O nióbio ajuda a resolver complexos desafios de engenharia, possibilitando economia e eficiência de materiais. Projetos com estruturas mais modernas, promovem mais liberdade de design e segurança, com maior resistência e firmeza, de forma mais sustentável.
O nióbio é uma riqueza do Brasil, com grande necessidade de melhor valorização, e o investimento da Volkswagen em parceria com a CBMM abre um precedente importante para o futuro da economia do país.