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Brasil está ‘infestado’ da geração nem-nem! Número de jovens que não estudam e nem trabalham é revelado e vai te surpreender

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 11/09/2024 às 06:14
Estudo da OCDE revela que 24% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos não estudam nem trabalham. O futuro do Brasil está em risco!
Estudo da OCDE revela que 24% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos não estudam nem trabalham. O futuro do Brasil está em risco!

Estudo mostra que quase um quarto dos jovens brasileiros não trabalha nem estuda, revelando um grave problema social e econômico. Enquanto países desenvolvidos avançam com políticas de inclusão, o Brasil segue em um caminho preocupante.

Imagine um país em que quase um quarto dos jovens adultos não estuda nem trabalha. Um cenário preocupante que acende o alerta vermelho para a economia e o futuro de uma nação.

Essa realidade assustadora é revelada por um estudo recente da OCDE, evidenciando que o Brasil está se distanciando cada vez mais dos países desenvolvidos. A situação é grave e pode afetar diretamente o crescimento econômico e o bem-estar social do país.

Mas qual é a verdadeira dimensão desse problema e o que está sendo feito para revertê-lo? Antes de respondermos, é importante entender os números e o contexto por trás dessa geração “nem-nem” e o que isso representa para o Brasil nos próximos anos.

De acordo com o estudo Education at a Glance 2024, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 24% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos não trabalham e nem estudam.

Esse dado coloca o Brasil em uma situação desfavorável, com uma proporção de “nem-nem” muito superior à média dos países desenvolvidos, que é de 13,8%. Mesmo com uma ligeira melhora desde 2016, quando a taxa era de 29,4%, o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente. Especialistas destacam que, apesar da queda, o índice continua alarmante.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do IBGE, também traz um panorama preocupante. Em 2022, cerca de 20% dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos estavam nessa mesma situação. Ou seja, mais de 9,6 milhões de jovens que poderiam estar contribuindo para o crescimento do país estão, na verdade, fora do mercado de trabalho e das salas de aula.

Mas por que tantos jovens abandonam os estudos ou deixam de procurar emprego? A necessidade de trabalhar é um dos principais motivos apontados, segundo a PNAD.

Cerca de 40,2% dos jovens afirmam que precisaram abandonar a escola para buscar uma renda, mesmo que nem sempre consigam emprego. Além disso, questões como gravidez precoce e a responsabilidade com tarefas domésticas, especialmente entre as mulheres, também pesam na decisão de deixar a escola.

Comparação internacional e desafios econômicos

Enquanto o Brasil luta com esse elevado número de jovens inativos, países desenvolvidos da OCDE, como a Finlândia e a Alemanha, apresentam taxas significativamente mais baixas.

Na Finlândia, por exemplo, cerca de 68% dos alunos completam o ensino técnico junto com o ensino médio, o que aumenta as chances de empregabilidade logo após a conclusão dos estudos. No Brasil, apenas 10% dos estudantes seguem esse caminho, evidenciando a necessidade de uma reforma educacional mais robusta.

A economia brasileira também enfrenta desafios estruturais. Nos últimos anos, crises econômicas como as de 2015-2016 e os impactos da pandemia de 2020 comprometeram a oferta e a qualidade de empregos no país.

Como resultado, a proporção de jovens que se veem sem oportunidades cresceu, gerando um ciclo difícil de ser rompido. Para agravar ainda mais a situação, o Brasil está envelhecendo rapidamente, e o fim do chamado “bônus demográfico” — período em que a maioria da população está em idade de trabalhar — é iminente.

Sem um aumento na produtividade e na inclusão dos jovens no mercado de trabalho, o país poderá enfrentar sérias dificuldades para sustentar o aumento dos gastos sociais, principalmente com aposentadorias e saúde, conforme alertam especialistas.

Educação como solução

Para reverter essa tendência alarmante, especialistas apontam que a melhoria da qualidade da educação básica é fundamental.

O Brasil figura entre os piores colocados no ranking internacional do Pisa, que avalia a educação de diferentes países. Investir em educação técnica e profissionalizante é uma das soluções defendidas, mas os desafios na implementação desse modelo ainda são grandes.

A reforma do ensino médio, aprovada em 2017, tinha como objetivo flexibilizar o currículo e abrir espaço para mais conteúdos técnicos e profissionalizantes.

No entanto, a implementação desse novo formato enfrentou obstáculos, e ajustes foram feitos em 2024, com a promessa de melhoria nos próximos anos. A educação em tempo integral, que amplia o número de horas que os alunos passam na escola, é outra proposta que vem ganhando força entre especialistas e autoridades educacionais.

Além disso, a inclusão de disciplinas que estimulem o pensamento crítico e habilidades práticas, como o uso de inteligência artificial, pode preparar melhor os jovens para o futuro do trabalho, que será cada vez mais tecnológico e automatizado.

Desigualdade de gênero e raça no mercado de trabalho

Embora as mulheres brasileiras tenham, em geral, melhores resultados acadêmicos do que os homens, elas ainda enfrentam dificuldades significativas no mercado de trabalho.

No Brasil, apenas 44% das mulheres com ensino médio incompleto estão empregadas, enquanto esse número chega a 80% entre os homens na mesma faixa etária. Mesmo entre aqueles com ensino superior, as mulheres ganham significativamente menos do que seus colegas homens.

Essa desigualdade de gênero, conforme aponta o relatório da OCDE, é comum em muitos países, mas no Brasil ela se intensifica devido a fatores históricos e sociais.

E não são apenas as mulheres que sofrem com a falta de oportunidades. Jovens negros e pardos, apesar de avanços proporcionados pelas cotas em universidades públicas, ainda enfrentam dificuldades de acesso ao ensino superior e a empregos qualificados.

O futuro da geração nem-nem

A persistência de uma elevada proporção de jovens “nem-nem” no Brasil representa um grande desafio para o futuro do país. Sem políticas públicas eficazes para reintegrar esses jovens ao mercado de trabalho e ao sistema educacional, o Brasil corre o risco de perpetuar um ciclo de desigualdade e estagnação econômica.

A pergunta que fica é: o Brasil conseguirá reverter essa tendência e garantir um futuro mais promissor para a sua juventude? A resposta dependerá das escolhas feitas nos próximos anos, tanto em termos de políticas públicas quanto de investimentos em educação e emprego.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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