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Banco Central reage sob pressão: hackers atacam em 48h e expõem fragilidade das transações digitais no Brasil

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 08/09/2025 às 23:27
Atualizado em 09/09/2025 às 21:43
Banco Central do Brasil em destaque com alerta de ataque hacker em vermelho
Imagem mostra o logotipo do Banco Central do Brasil ao lado da mensagem “Ataque Hacker”, simbolizando os recentes incidentes cibernéticos contra instituições financeiras.
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Dois ataques em menos de dois dias expõem vulnerabilidade do sistema bancário brasileiro e aceleram pacote de medidas de segurança do BC

Em menos de 48 horas, o Banco Central do Brasil (BC) publicou um alerta de segurança. O comunicado de 7 de setembro de 2025 (domingo) confirmou que hackers atacaram o Banco Triângulo S.A. (Tribanco) e desviaram valores.

Esse episódio ocorreu logo após o primeiro aviso. Afinal, em 6 de setembro de 2025 (sábado), o BC já havia informado um ataque hacker contra a E2 Pay, empresa não autorizada.

Ataque contra o Tribanco expõe risco crescente

O Banco Central declarou que criminosos desviaram recursos do Tribanco. O banco pertence ao grupo atacadista Martins, que oferece crédito e soluções financeiras para o varejo.

Embora o impacto tenha gerado preocupação, o Tribanco afirmou que não ocorreu vazamento de dados cadastrais. Além disso, a instituição explicou que reforçou protocolos internos de cibersegurança e ampliou o monitoramento em tempo real.

O banco destacou que bloqueou parte relevante das transferências indevidas por Pix junto a outras instituições. Assim, reduziu parte dos danos.

Primeiro alerta envolveu a E2 Pay

No entanto, o episódio do Tribanco não foi o primeiro. Afinal, no dia anterior, 6 de setembro, o Banco Central notificou um ataque contra a E2 Pay.

O advogado Guilherme Carneiro, representante da empresa, declarou ao jornal Folha de S.Paulo que o valor desviado ainda está em apuração. A companhia ressaltou que nenhuma conta de clientes foi comprometida.

Mesmo assim, integrantes do mercado afirmam que os criminosos espalharam os valores em cerca de 400 contas bancárias, possivelmente usadas por laranjas. Esse método dificultou o rastreamento.

Contexto da Operação Carbono Oculto

Esses ataques cresceram justamente após a Operação Carbono Oculto, deflagrada em 5 de setembro de 2025. O Ministério Público de São Paulo e a Receita Federal coordenaram a ação.

As investigações revelaram que o PCC (Primeiro Comando da Capital) expandiu negócios em empresas de combustíveis e instituições financeiras. Além disso, a operação atingiu companhias da Faria Lima, polo financeiro do país.

Diante disso, o Banco Central enfatizou que atua em cooperação com autoridades policiais e Ministério Público para fortalecer o sistema financeiro nacional.

Medidas emergenciais anunciadas pelo Banco Central

O Banco Central, atento à gravidade dos riscos, anunciou em 5 de setembro de 2025 um pacote emergencial de cibersegurança. Entre as principais medidas, estão:

  • Limitar em R$ 15 mil as transferências via Pix e TED em instituições de pagamento não autorizadas;
  • Exigir múltiplas camadas de autenticação em todos os sistemas de pagamento;
  • Impor regras mais rígidas para credenciamento de prestadores de serviços de tecnologia da informação (PSTI);
  • Restringir operações sem autorização prévia do Banco Central;
  • Determinar bloqueio imediato de valores suspeitos em corretoras de criptoativos.

Com isso, o órgão busca fechar brechas exploradas por cibercriminosos e garantir a segurança da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN).

Histórico recente de ataques contra o sistema financeiro

Além dos episódios do fim de semana, outros ataques marcaram o ano de 2025:

  • Em agosto, criminosos desviaram R$ 710 milhões da Sinqia. No entanto, mais de 80% do valor retornou ao sistema.
  • Em 30 de junho, hackers atacaram a C&M Software e causaram prejuízos bilionários. Por isso, especialistas classificaram o caso como um dos mais graves do ano.
  • A fintech gaúcha Monbank também sofreu ataque, embora os prejuízos ainda não tenham sido totalmente detalhados.

Esses episódios mostram que grandes empresas financeiras enfrentam riscos constantes, o que pressiona por soluções tecnológicas mais rígidas.

Reações do setor e próximos passos

Após os alertas, o Banco Central orientou as instituições a reforçar o monitoramento em tempo real de todas as transações financeiras. Além disso, determinou que bancos bloqueiem operações suspeitas imediatamente no SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos).

O órgão ressaltou que a cooperação entre bancos, fintechs e autoridades policiais é fundamental. Portanto, especialistas avaliam que os ataques recentes abalariam a confiança dos clientes sem medidas rápidas e efetivas.

O Pix, embora seja um dos maiores avanços do sistema financeiro brasileiro, virou alvo frequente de cibercriminosos. Assim, cresce a pressão por camadas adicionais de proteção.

O que esperar daqui para frente?

Analistas afirmam que o Brasil vive um momento decisivo. O país precisa equilibrar inovação tecnológica e proteção contra cibercrimes. Embora a digitalização traga eficiência, também exige regulação e segurança constantes.

O Banco Central garante que continuará implementando medidas de proteção digital. Além disso, afirma que ampliará a cooperação com órgãos de investigação para combater o avanço dos ataques.

Contudo, a dúvida permanece: o sistema financeiro brasileiro conseguirá se blindar de forma definitiva contra ataques digitais cada vez mais sofisticados?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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