O comando da Petrobras foi assumido por Jean Paul Prates, do PT, e internamente estão acontecendo disputas para saber quem vai dominar sobre as áreas-chave da estatal. Os aliados de Lula buscam apoio nos partidos que detém mais poder de voto e mobilizam parcerias.
De acordo com fontes internas, a Petrobras está passando por um momento de grandes disputas internas visando, principalmente, o controle sobre as áreas-chave da estatal. O PT, partido ao qual Lula, atual Presidente da República, é filiado, estaria buscando traçar estratégias para superar o poder de outros partidos e, assim, ser maioria entre os outros associados.
Intenção é ter o controle das áreas de decisão da estatal sobre questões como preços de venda e distribuição de lucros
Atualmente, o setor de petróleo e gás está gerando grandes discussões devido ao preço de repasse para a população.
Os altos valores têm dado espaço para manifestações por parte do público e, enquanto isso, a Petrobras, que é uma das grandes estatais do segmento, também enfrenta disputas de forma interna.
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Isso se dá por uma movimentação liderada pelo PT, o Partido dos Trabalhadores, ao qual o presidente Lula e o atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, são filiados.
O grupo está buscando dominar as áreas-chave da empresa para ter mais controle sobre áreas importantes, que vão desde os contratos de serviços até a influência nos preços de repasse dos combustíveis e até mesmo a distribuição de lucros aos acionistas.
O partido está fortemente investido em se opor aos partidos de centro-direita, como o PSD e o União Brasil, que também demonstram interesse em expandir seu poder no contexto. À luta, soma-se toda a base sindical, agrupada na CUT e nas organizações de petroleiros.
Em números, os partidos citados — PSD e União Brasil — possuem mais relevância, já que, juntos, resultam em 20% dos votos na Câmara. O percentual é superior ao que é conquistado pela junção entre PT, PCdoB e PV, cujo somatório é igual a 16% dos votos disponíveis no plenário dos deputados.
Embate e busca por poder se estende para o Conselho de Administração. Os nomes foram recomendados e devem ser avaliados em breve, enfrentando resistência dos adversários
O Conselho de Administração da Petrobras começou a receber os nomes para indicação. Ao todo, foram sete recomendações feitas e a votação para fazer a escolha final deve acontecer na segunda quinzena de abril, por uma assembleia geral.
Dos sete indicados, quatro foram sugeridos pelo PSD e União Brasil, algo que vem enfrentando resistência direta da Federação dos Petroleiros. O órgão, vinculado ao PT, considera que todos os nomes citados são “ligados ao bolsonarismo, ao mercado financeiro e à favor de privatizações”, o que, de acordo com eles, resultaria em “obstáculos para o cumprimento do programa de governo”, caso algum dos nomes citados seja escolhido.
Para além da Petrobras, a disputa entre os partidos se estende também para o Ministério das Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira, do PSD.
É válido mencionar que o ministério em questão tem relação direta com a Petrobras, principalmente em relação à taxação das exportações de petróleo cru, um processo que está sendo decidido pelos profissionais envolvidos no segmento, assim como pelo próprio Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
O embate e a própria resistência do PT em relação ao poder de outros partidos na Petrobras é algo comum, considerando que deter influência sobre áreas-chave é um objetivo básico. Não significa que os eleitores de Lula, necessariamente, consigam o que querem, já que os outros partidos envolvidos possuem superioridade numérica.