Após Volkswagen e Ford, a multinacional General Motors suspende produção em fábrica de SP e 250 metalúrgicos aceitam suspensão de contratos de trabalho em troca de estabilidade de emprego
As multinacionais General Motors, Yamaha, Chevrolet, Volkswagen e Fiat tratam o ocorrido como uma suspensão, e não um encerramento definitivo da produção no Brasil. Após a saída da montadora Ford do Brasil, a crise global de suprimentos e a pandemia fizeram inúmeras fábricas de automóveis, como Chevrolet, Honda, Audi (Volkswagen), Scania, Volvo, Mercedes-Benz, Renault, Nissan, Fiat e Yamaha suspenderem produção de veículos. Agora o caos chegou, também, até a montadora General Motors e a indústria automotiva do país pode entrar em colapso.
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No dia 25 de maio, a multinacional General Motors (GM) comunicou a seus funcionários que iria interromper completamente a produção de veículos da fábrica no ABC paulista (SP). Na época, a montadora alegou que o motivo era em razão da falta de peças e adequação das linhas de montagem para a produção de uma nova picape.
Na última quinta-feira, cerca de 250 metalúrgicos da General Motors em São José dos Campos (SP) aceitaram uma nova suspensão de contratos de trabalho, depois que a montadora concordou em dar estabilidade de emprego para todos os funcionários da fábrica.
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Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, os contratos de até 250 funcionários da fábrica da General Motors serão suspensos entre 12 de julho e 25 de agosto, com o período podendo ser prorrogado. Pela legislação atual, a suspensão dos contratos pode ser feita por até 120 dias.
Fábrica da General Motors em SP emprega cerca de 3.800 trabalhadores
O Sindicato afirmou também que a proposta inicial apresentada pela montadora não trazia a garantia da estabilidade para todos da fábrica da general Motors, prevendo o benefício apenas para os que estivessem com o contrato suspenso. A inclusão foi uma exigência da categoria.
A multinacional General Motors afirmou que a necessidade de suspensão dos contratos ocorre diante da falta de peças que atinge o setor automotivo. Nessa semana, a associação de montadoras (Anfavea) citou problema de escassez de componentes eletrônicos para a montagem dos veículos pelo setor, algo que poderá começar a ser resolvido somente a partir de meados do ano que vem.
A fábrica da General Motors em São José dos Campos produz a picape S10 e o utilitário Trailblazer e possui cerca de 3.800 trabalhadores, afirmou o sindicato.
Após interromper produção de veículos e deixar o país, Ford fecha outra operação no Brasil e assume despesa bilionária
A multinacional fabricante de automóveis Ford deixou imediatamente de fabricar no Brasil, seus três automóveis: Ka, Ka Sedan e EcoSport, para importar cerca de 30 mil carros produzidos em suas fábricas no exterior
Agora, a empresa anunciou que a Ford Credit encerrará as operações no Brasil e na Argentina. Com essa decisão, a empresa assumirá uma dívida bilionária que pode chegar até US$ 375 milhões (aproximadamente R$ 1,85 bilhão na cotação atual).
Se não bastasse, a fábrica da Troller será vendida e 470 funcionários podem ficar desempregados no Ceará. A Ford tem, ainda, a fábrica da Troller em Horizonte (CE). A linha manterá a produção do utilitário 4×4 T4 até o fim deste ano, caso a oval azul não encontre um comprador antes disso.
Sem fábricas no país, a “nova Ford” também está reduzindo a sua rede de concessionárias, que até antes de 11 de janeiro era de mais de 280 revendedores autorizados, número que cairá para aproximadamente 120.
Após Volkswagen, Ford, Honda, Audi e Volvo, a Renault anuncia o encerramento da produção de motores a combustão, a gasolina e a diesel para focar nos carros elétricos e híbridos
Gigantes da indústria automotiva, como Volkswagen, Ford, Honda e Volvo anunciaram que já pararam ou vão parar o desenvolvimento e a produção dos motores a combustão a gasolina e a diesel. Agora chegou a vez da montadora francesa Renault focar nos carros elétricos. Luca de Meo, chefão da Renault – multinacional fabricante dos carros Kwid, Logan, Duster e Sandero – confirmou ao mercado que vai apenas atualizar os motores a combustão que já existem, adaptando-os às novas normas de emissões até ao final do seu ciclo de vida.
A decisão da montadora francesa Renault vai ao encontro do que tem sido anunciado por algumas fabricantes de automóveis e alguns países, como Alemanha e Reino Unido.
As regras relacionadas às emissões de carbono estão cada vez mais estreitas, não deixando muita opção aos fabricantes de veículos com motores a combustão, a gasolina e a diesel, e as montadoras correm para se enquadrar a esta realidade emergente do mercado em adquirir veículos híbridos ou elétricos.