Com regras mais rigorosas e um prazo de adequação até 2027, grandes fabricantes do mercado automotivo precisam correr para aplicarem ao menos um carro híbrido em seus portfólios, buscando estabelecer uma média geral de emissão de poluentes
Cobrando novos limites de emissões de poluentes desde janeiro deste ano, a sétima fase do Programa de Controle de Emissões Veiculares – Proconve causou uma agitação no mercado automotivo nacional. O Proconve fez cerca de 60 carros e 15 motores saírem de linha em 2021. Para os próximos anos, as regras ficarão ainda mais rigorosas, e as marcas terão que fazer o impossível para se enquadrar no que pedirá a oitava fase do programa, prevista para entrar em vigor em meados de 2025. A ideia é que todos os carros à combustão do Brasil se tornem carros híbridos.
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Proconve está sendo rigoroso com fabricantes e montadoras de veículos para barrar a emissão de poluentes
O Proconve L8 será dividido em três fases, sendo a primeira já prevista para 2025, a segunda para 2027 e uma última para 2029. Em todas, sem exceção, o governo cobrará novos limites máximos de emissão de poluentes, de forma corporativa, de todas as fabricantes.
O intuito é fazer com que as fabricantes entendam que é necessário realizar tal operação de forma geral no mercado automotivo, não de maneira individual por modelo fabricado. De acordo com a diretora da área de emissões da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Raquel Mizoe, ainda na sétima fase, qualquer que seja o carro convencional de passeio vendido no país, desde um Kwid a um Commander, é necessário cumprir o mesmo teto de emissões estabelecido, que é de 80 mg/km de Nmog + Nox, no caso de carros de passeio; 140 mg/km para modelos comerciais leves flex, como picapes, vans e furgões, e 320 mg/km para os modelos utilitários a diesel. Vale ressaltar que a sigla Nmog, traduzida do inglês, significa gases orgânicos não metanos. Já a sigla Nox significa óxidos de nitrogênio.
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Fabricantes do mercado automotivo devem se adequar às novas mudanças até 2027, quando o Proconve deve ficar ainda mais rigoroso
As medidas impostas pelo Proconve serão cobradas com base em uma média de todos os automóveis ou comerciais leves flex de uma mesma fabricante. Está sendo exigido pelo Proconve que o portfólio das marcas do mercado automotivo possuam uma média de emissões equivalente para todos.
De acordo com diretora da AEA, a aplicação de tecnologias inerentes aos motores à combustão, como os modelos turbo ou injeção direta de combustível, ajudará no enquadramento dos automóveis nos parâmetros da primeira fase, em 2025.
Uma sugestão é realizar a conversão desses veículos à combustão para versões híbridas, criando um catálogo só com carros híbridos, a partir dos modelos de linha antigos e também carros elétricos.
Marcas já estão se mobilizando para se adequar às exigências do Proconve
Com toda essa pressão, a Toyota já planeja ter no mínimo um carro híbrido dentro de todas as linhagens que serão vendidas no Brasil até 2025. Os modelos em vista são o vindouro SUV compacto Yaris Cross, que é um carro híbrido flex, bem como as versões Corolla e Corolla Cross, a picape Hilux, e o SUV sete lugares SW4, que serão carros híbridos movidos a diesel.
Outra grande montadora já vem desenvolvendo seu próprio motor para carro híbrido flex: a Volkswagen. Ela irá aplicá-lo em pelo menos seis modelos até 2026. A Stellantis também produzirá carros híbridos e também 100% elétricos no Brasil.