Após Ford sair do Brasil, a montadora Troller pode fechar fábrica e encerrar fabricação de veículos no Ceará, 600 empregos estão em jogo
Após a Ford anunciar sua saída do Brasil, a fábrica da Troller, no Ceará, ainda está com futuro incerto. Quatro investidores estão interessados em comprar a unidade, entre os quais dois já assinaram um memorando de entendimento com a montadora americana para avançar nas negociações.
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“Quatro grupos foram encaminhados. Tenho conhecimento de dois que estão evoluindo, já estão avançando as negociações com a Ford, inclusive com acordo de confidencialidade”, revelou uma fonte ao Diário do Nordeste.
Enquanto alguns interessados têm buscado apoio do Governo do Estado para intermediar as negociações, outros já trataram diretamente com a Ford sobre uma possível aquisição da fábrica de Horizonte, como é o caso de Alexandre Negrão, CEO da fabricante de pás eólicas Aeris Energy, instalada no Pecém.
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Fábrica da Troller em Horizonte continuará operando até dezembro de 2021 e 600 empregos estão em jogo
A Ford disse, em comunicado, no dia 11 de janeiro, quando anunciou o encerramento de suas atividades no Brasil, que “a fábrica da Troller em Horizonte continuará operando até o quarto trimestre de 2021” e que facilitaria “alternativas possíveis e razoáveis para partes interessadas adquirirem as instalações produtivas disponíveis”.
Cerca de 600 empregos diretos estão em jogo, no Ceará, com a saída da Ford do país. De acordo com o secretário Maia Júnior, titular da Sedet, a posição do Governo do Estado é de dar “apoio integral” para que a fábrica continue em operação, mantendo os empregos no Ceará.
Após a Ford interromper produção de carros na Bahia, Camaçari vive o ‘desmanche’ de fábricas e 7,5 mil pessoas devem perder seus empregos
A saída da Ford do Brasil está causando um desastre em efeito dominó. Os fornecedores diretos da Ford na Bahia não acreditam na chegada de outra fabricante e já trabalham no desmanche de suas fábricas, o que possibilita que cerca de 7,5 mil pessoas possam perder seus empregos em Camaçari.
O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) informou que os maiores fornecedores da Ford, chamados “tier 1”, que abastecem diretamente a montadora, somam 30 empresas, com 32 fábricas ou centros logísticos em Camaçari, Bahia. Desse total, 18 ficam dentro do condomínio da Ford.
Já as outras 12 fábricas em outros pontos da cidade, quase todas são subsidiárias de grupos globais, como as alemãs Bosch (velas de ignição) e Benteler (trem de força e a suspensão), a italiana Pirelli (pneus), a portuguesa Sodecia (peças de carroceria) e a francesa Faurecia (escapamentos e peças plásticas).
Em um movimento contrário aos de Ford e Chevrolet, a multinacional fabricante de autopeças Bosch decidiu trazer sua produção dos EUA para o Brasil
Bosch, a multinacional alemã fabricante de autopeças, trouxe para o Brasil a produção de injetores e bicos de injetores para caminhões, que eram produzidos em suas fábricas nos Estados Unidos, ampliando, assim, a divisão de sistemas de injeção diesel em sua fábrica de Curitiba. O ato da companhia foi de contra o movimento de fabricante de automóvel Ford e Chevrolet, que decidiu retirar ou diminuir produções no Brasil.
A multinacional alemã Bosch quer abastecer não só o mercado brasileiro, como também exportar uma grande quantia – que pode chegar a até metade da produção.
A alemã efetuou no dia 6 de março a mudança dos EUA para o Brasil. A companhia usou a segunda maior aeronave cargueiro do mundo, a Antonov 124, para transportar, até Campinas (SP), 115 máquinas de produção de injetores e bicos de injetores.