Os fornecedores diretos da Ford na Bahia não acreditam na chegada de outra fabricante e já trabalham no desmanche de suas fábricas
Após o anúncio da multinacional americana Ford em sair do Brasil e interromper a produção de carros em Camaçari, na Bahia, empresas de autopeças instaladas na cidade já trabalham no desmanche de suas fábricas e cerca de 7,5 mil pessoas devem perder seus empregos na cidade. Quer trabalhar e morar no exterior? Canadá recruta brasileiros para preencher mais de 1,2 milhão de vagas de emprego.
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A questão e que os fornecedores diretos da multinacional americana não acreditam na chegada de outra fabricante que substituta a montadora a curto prazo, e se concentram em estancar prejuízos imediatos, como custos de pessoal e aluguel de galpões. Essas empresas também negociam com a Ford uma solução para o encalhe de produtos e insumos.
Alguns fabricantes de autopeças já correm para vender os maquinários, são eles, robôs, compressores de ar e resfriadores de água de última geração, todo um capital produtivo acumulado ao longo de duas décadas. A maior parte da cadeia de fornecedores chegou à região junto com a Ford, em 2001.
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Até o momento a indústria automotiva da Bahia se resumia à atividade da Ford, o desmanche surge como destino dos negócios do setor no Estado. Grupos maiores ou que concentram mais etapas de produção em outras regiões, no entanto, têm mais fôlego para atravessar o fim da demanda local.
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) os maiores fornecedores da Ford, chamados “tier 1”, que abastecem diretamente a montadora, somam 30 empresas com 32 fábricas ou centros logísticos em Camaçari, Bahia. Desse total, 18 ficam dentro do condomínio da Ford.
Já as outras 12 fábricas em outros pontos da cidade, quase todas são subsidiárias de grupos globais, como as alemãs Bosch (velas de ignição) e Benteler (trem de força e a suspensão), a italiana Pirelli (pneus), a portuguesa Sodecia (peças de carroceria) e a francesa Faurecia (escapamentos e peças plásticas).
7,5 mil pessoas que devem perder seus empregos em Camaçari – Bahia
Essas fabricantes empregavam mais de 3 mil trabalhadores diretos em Camaçari, na Bahia. O número não é distante dos 4,05 mil empregados diretos da fábrica da Ford. Somados, os contingentes indicam as cerca de 7,5 mil pessoas que devem perder seus empregos na cidade.
O superintendente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Vladson Menezes, diz que esses postos representam cerca de 4% dos empregos industriais da Bahia. Dados da pesquisa Industrial Mensal (PIA-IBGE) mostram que, em 2018, Ford e fornecedoras tinham 8,63 mil funcionários diretos. O encolhimento traduz a queda de participação da montadora no mercado brasileiro.
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