A ANP (Agência Nacional do Petróleo), firma que nenhuma atividade poderá ser feita em área de preservação permanente, em Santa Catarina
Ontem, quarta-feira (01/09), a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), divulgou que a extração de petróleo no litoral do estado de Santa Catarina deve iniciar em, no mínimo, seis anos. A 17ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás Natural da ANP está marcada para o dia 7 de outubro, na qual serão ofertados 92 blocos exploratórios marítimos nas bacias de Campos, Santos, Pelotas e Potiguar. Veja ainda esta notícia: Ação histórica sobre royalties do petróleo é favorável à Santa Catarina e pode gerar ressarcimento ao estado
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Gigantes petroleiras estão interessadas na extração, em Santa Catarina
Diversas gigantes do setor estão na disputa pela extração. A última companhia inscrita para a 17ª Rodada de Licitações de Blocos de petróleo e gás natural é a australiana Karoon Petróleo e Gás Ltda. Já estão na concorrência a Petrobras, Chevron Brasil Óleo e Gás Ltda (EUA), Shell Brasil Petróleo Ltda (anglo-holandesa) TotalEnergies EP Brasil Ltda (francesa), Ecopetrol Óleo e Gás do Brasil Ltda (Colômbia) e Murphy Exploration & Production Company (EUA).
O leilão está marcado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para o dia 7 de outubro e irá ofertar 92 blocos com área total de 53,93 mil km². Os blocos estão localizados em quatro bacias sedimentares marítimas brasileiras: Campos, Pelotas, Potiguar e Santos. A Bacia de Pelotas é voltada para o litoral catarinense. O bloco mais próximo está à distância de 90 quilômetros da costa, e o mais longe, a 200 quilômetros.
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Ambientalistas apontam possíveis impactos com a extração de petróleo
Já no próximo mês, a ANP (Agência Nacional de Petróleo), irá realizar o seu 17º leilão para dezenas de blocos de exploração no litoral do estado de Santa Catarina. Técnicos do assunto, entretanto, dizem que não há motivos para que deixemos de utilizar essa matriz energética e que pode render bilhões de reais em royalties. Já as entidades ambientais traçam o pior cenário com a possibilidade da extração de petróleo em águas catarinenses. Apontam demissões em massa, comprometimento da indústria pesqueira e do turismo.
Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, explicou que o petróleo hoje tem uma tecnologia avançadíssima. Não é mais aquela imagem de uma bomba no meio do deserto jorrando óleo para tudo quanto é lado. Hoje existem normas bem exigentes e as regras precisam ser cumpridas e feitas as suas compensações. Trata-se de uma riqueza que precisa ser explorada. Se não usamos isso hoje, iremos perder essa riqueza embaixo da terra.
Técnicos do segmento de petróleo e ambientalistas debatem sobre possível extração
Daniel Bettú, professor do Departamento de Engenharia de Petróleo da Udesc, em Balneário Camboriú, diz que a demanda pela extração de petróleo ainda irá crescer nos próximos 20 anos e que há necessidade de ampliar a produção em 20%, inclusive para a confecção de insumos para a operação de energias limpas e sustentáveis. O petróleo, de fato, não é a energia do futuro. Investir em matrizes energéticas renováveis é o caminho. Mas, se há mercado para os próximos 20 anos, não há por que abrir mão dessa riqueza cujos recursos podem estar carimbados para saneamento, saúde e educação, por exemplo.
A coordenadora da Frente Parlamentar Ambientalista de Santa Catarina, deputada Paulinha, diz que a tradicional pesca da tainha pode acabar no litoral de Santa Catarina e o turismo de praia será comprometido. Segundo ela “Além do fato de não haver os estudos necessários, até o momento nenhuma audiência pública foi realizada com a população de Santa Catarina e do litoral sul sobre a extração de petróleo”. A parlamentar ainda diz que os estudos são inexistentes, análises de Bacias Sedimentares, impactos ambientais e planos de contingência adequados. É temerário leiloar as áreas sem referências técnicas prévias. Mesmo que não haja um vazamento, a contaminação será inevitável, e não se sabe qual o tamanho dos danos e prejuízos que o litoral de Santa Catarina sofrerá.