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Ampliação do transporte por cabotagem de combustíveis, como o biodiesel, é pretendido pela empresa Vibra em até 20%, ainda em 2022

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 11/06/2022 às 12:30
biodiesel, combustíveis, transporte
Imagem de SerPhoto / Fonte: Adobe Stock

Maior distribuidora de combustíveis do Brasil, a Vibra obteve economia de R$ 17 milhões no ano passado graças ao transporte por cabotagem de biodiesel

Após consolidar o transporte por cabotagem no ano passado, a Vibra Energia, maior distribuidora de combustíveis do Brasil, pretende ampliar entre 10% e 20% o volume de biodiesel levado do Rio Grande do Sul ao Nordeste por este tipo de operação em 2022. A empresa poderá, assim, reduzir os seus custos logísticos em comparação ao modal rodoviário.

A primeira operação de cabotagem de biodiesel efetuada pela Vibra ocorreu em 2019, o que tornou a companhia pioneira na rota entre o polo produtor gaúcho e o estado de Pernambuco. No ano passado, a empresa enviou à região nordeste mais de 47,5 milhões de litros do biocombustível.

Segundo Marcelo Fernandes Bragança – vice-presidente executivo de Operações, Logística e Sourcing da marca Vibra -, a cabotagem é um modal capaz de comportar volumes maiores que o caminhão, o que gerou economia de 17 milhões de reais à companhia em seu custo logístico durante o ano passado, favorecendo a sua competitividade.

Neste ano, tendo em vista a forte demanda entre os consumidores do Nordeste, cerca de 17,6 milhões de litros de biodiesel já foram transportados através da cabotagem pela distribuidora.

De acordo com Bragança, o impacto financeiro trazido à Vibra pelas operações em questão durante este ano ainda não foi deduzido, uma vez que depende também da variação dos preços dos combustíveis. O executivo explicou que a comparação é feita a cada transação, mediante a relação com a despesa obtida caso os mesmos volumes fossem transportados pelo modal rodoviário, como acontecia anteriormente. Ele acrescentou, ainda, que a alta nos preços dos combustíveis deve favorecer também o resultado em economia de custos.

Vibra costumava obter o biocombustível por meio de indústrias no Centro-Oeste

Bragança relata que, quanto a rota partindo do Rio Grande do Sul ainda não havia sido adotada, a empresa adquiria o biocombustível de indústrias do Centro-Oeste, enviando-o aos consumidores nordestinos por meio do modal rodoviário.

Hoje, por outro lado, a Vibra estima que um único navio com biodiesel carregue o mesmo volume que 200 caminhões. Sendo assim, graças à cabotagem, a companhia calcula ter evitado 900 viagens rodoviárias entre as regiões Centro-Oeste e Nordeste durante o ano de 2021.

Conforme Marcelo Fernandes Bragança, a operação de cabotagem inicia a economia de combustível já no transporte, haja vista que um navio consome, em média, 287 m³ de óleo diesel, enquanto as 900 viagens de caminhão que seriam realizadas anteriormente ao longo do ano necessitavam cerca de 1.165 m³ deste combustível.

Além disso, o executivo destacou também a importância ambiental exercida pela operação, que auxilia na redução das emissões de carbono. No ano passado, por exemplo, a cabotagem possibilitou a diminuição de 1.818 toneladas de CO2 equivalente a serem liberadas para a atmosfera.

Incentivo ao transporte por cabotagem de combustíveis no Brasil é ampliado

A cabotagem corresponde à navegação costeira entre portos de um mesmo país ou a pequenas distâncias. Em países onde a costa navegável é muito grande, a exemplo dos Estados Unidos, a utilização deste modal para o transporte de combustíveis já é bastante difundida.

Bragança afirma que, no Brasil, há maior competitividade e uma tendência de crescimento da navegação de cabotagem com o auxílio do programa federal BR do Mar, que objetiva incentivar a operação deste modal.

O executivo esclarece que o programa é responsável por algumas simplificações da legislação de cabotagem no país. Isso porque, antes, era necessária uma embarcação apenas com bandeira brasileira para realizar este tipo de operação, o que não é muito comum.

No entanto, atualmente, o afretamento de embarcações estrangeiras para serem utilizadas no transporte de cargas na cabotagem brasileira foi flexibilizado. Sancionada em janeiro, a lei n° 14.301 engloba as medidas do programa visando elevar de 11% para 30% a participação do meio de transporte em questão na matriz logística nacional.

Em adição ao transporte de biodiesel, que foi consolidado como uma rota de fluxo regular, a Vibra efetua também operações costeiras para o transporte de etanol e alguns derivados, porém em volumes menores.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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