A Rússia está desenvolvendo o tanque de guerra não tripulado com Inteligência Artificial (IA) — Veja qual pode ser o impacto no campo de batalha
A Rússia está acelerando o desenvolvimento um tanque de guerra não tripulado com inteligência artificial (IA), em uma tentativa de revolucionar as operações militares no conflito em andamento na Ucrânia. O tanque T-72, já amplamente utilizado pelas Forças Armadas russas, foi escolhido como plataforma para a criação desses veículos autônomos, denominados T-72 Shturm.
A iniciativa faz parte de um projeto de design experimental liderado pela Uralvagonzavod (UVZ), sob a direção do Ministério da Defesa russo, conforme relatado pelo especialista militar Viktor Murakhovsky em 24 de setembro de 2024.
Murakhovsky, coronel aposentado e editor-chefe da revista militar “Arsenal of the Fatherland“, afirmou que o T-72 foi selecionado devido à sua relação custo-benefício, robustez, capacidade de proteção e mobilidade.
- China choca o mundo criando o MENOR DRONE do mundo! Com apenas 4,2 gramas e movido a energia solar
- Internet de Elon Musk (Starlink) chega ao Brasil com desconto de MAIS DE 50% visando acabar com a concorrência e inovar na conectividade brasileira, chegando em QUALQUER parte do país
- Uma empresa revelou a primeira turbina a gás 100% movida a hidrogênio, inspirada no design de motores de aeronaves
- Um raro “Peixe do Juízo Final” de 3 metros, conhecido por supostamente prever terremotos, foi encontrado em costa dos EUA
Essas características são essenciais para transformar o T-72 em um Tanque de Controle Remoto (RTK) capaz de operar em cenários de combate complexos, com pouca ou nenhuma intervenção humana.
O projeto o tanque de guerra Shturmr
O projeto Shturm foi concebido antes do conflito na Ucrânia, mas o desenrolar da guerra acelerou o desenvolvimento e os testes desse tanque de guerra não tripulado. A UVZ começou os testes em 2023, utilizando o modelo T-72B3 como base.
Os exercícios incluíram disparos de fogo real contra alvos simulados, avaliando o desempenho do armamento principal, um canhão de 125 mm, além de outras capacidades autônomas.
Esses testes marcam um importante avanço na tentativa da Rússia de integrar IA e sistemas autônomos em suas forças terrestres.
A escolha de um canhão de tanque já testado e modificado para o T-72 Shturm reflete o uso estratégico de armamentos já comprovados em combate.
O canhão 2A46 de 125 mm, com um cano encurtado, foi ajustado para operar de maneira eficiente nesse novo sistema não tripulado. Além disso, o tanque será equipado com o lança-chamas RPO-2 “Shmel-M”, canhões automáticos de 30 mm e foguetes termobáricos não guiados de 220 mm, derivados do sistema TOS-1A Solntsepyok.
Essa combinação de armamentos permite que o RTK Shturm execute uma ampla gama de operações ofensivas.
Inteligência Artificial e Controle Autônomo
O elemento mais inovador do T-72 Shturm é sua capacidade de operar de forma autônoma, com base em inteligência artificial e redes neurais.
O sistema de controle de tiro, inspirado nas tecnologias empregadas nos tanques T-90M e T-14 Armata, foi adaptado para permitir que o T-72 identifique alvos e tome decisões de disparo de forma independente.
Isso proporciona uma vantagem significativa no campo de batalha, permitindo que o tanque reaja rapidamente a ameaças sem depender da supervisão humana direta.
Os sistemas de controle e navegação do RTK também representam um grande avanço. Sensores em espectros ultrassônicos, visíveis e infravermelhos permitem que o veículo se mova em formação com outros tanques, navegue por terrenos acidentados e evite obstáculos.
A IA, combinada com essas tecnologias de detecção, torna o T-72 Shturm capaz de se adaptar a diferentes cenários de combate e tomar decisões táticas complexas.
Impacto na dinâmica militar
Yuri Knutov, outro especialista militar russo, destacou o impacto potencial desse tanque de guerra não tripulado na dinâmica operacional das Forças Armadas da Rússia.
Segundo Knutov, o uso de veículos autônomos pode reduzir significativamente o risco para os soldados em combate, especialmente em situações onde a exposição a fogo inimigo seria perigosa. Ao operar remotamente, os tanques podem ser enviados para áreas de alto risco sem colocar vidas humanas em perigo.
No entanto, a implantação de veículos não tripulados requer ajustes táticos. A eficácia dos mísseis guiados antitanque, frequentemente empregados pelos ucranianos, já provou ser uma ameaça substancial para veículos blindados tradicionais.
Knutov sugere que, para maximizar a eficácia dos tanques não tripulados, os comandantes militares devem adotar novas táticas, como a formação de “carrossel de tanques“, onde três veículos se revezam no combate, proporcionando maior flexibilidade e minimizando as perdas.
O T-72B3 e a evolução dos tanques russos
Introduzido em 2011, o T-72B3 é uma versão modernizada do tanque T-72B, projetado para se aproximar dos níveis de desempenho de tanques mais modernos, como o T-90A.
Equipado com o canhão de cano liso 2A46M-5 de 125 mm, o T-72B3 pode disparar uma variedade de projéteis, incluindo mísseis guiados antitanque com alcance de até 5.000 metros. Além disso, ele possui armamentos adicionais, como metralhadoras PKT e “Kord”, para defesa antiaérea e combate terrestre.
Um dos principais destaques do T-72B3 é sua blindagem. Equipado com módulos Relikt Explosive Reactive Armor (ERA), o tanque oferece maior proteção contra munições perfurantes e ogivas tandem.
Isso é complementado pelo sistema Kontakt-5 ERA, que aumenta ainda mais a resistência do veículo. Além disso, o T-72B3 é equipado com sistemas de proteção nuclear, biológica e química (NBC), garantindo a segurança da tripulação em ambientes contaminados.
A mobilidade do T-72B3 também é notável. Movido por um motor diesel V-84MS, que gera 840 cavalos de potência, o tanque pode atingir velocidades de até 60 km/h em estradas e 35-45 km/h em terrenos irregulares.
Com esteiras largas e uma suspensão robusta, o veículo é capaz de atravessar terrenos difíceis com relativa facilidade, tornando-o uma plataforma versátil para operações em diversos cenários de combate.