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Adoçante popular presente em bebidas e alimentos diet pode causar danos cerebrais e aumentar risco de AVC, alerta estudo da Universidade do Colorado

Escrito por Jefferson Augusto
Publicado em 21/07/2025 às 09:29
Copo de refrigerante diet com cristais de eritritol e vasos cerebrais contraídos, simbolizando os riscos do adoçante para o cérebro e risco de AVC.
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Nova pesquisa científica indica que o adoçante eritritol, amplamente usado em produtos sem açúcar e dietéticos, pode prejudicar células cerebrais e vasos sanguíneos, aumentando o risco de coágulos e derrames.

Um adoçante amplamente presente em refrigerantes “zero”, sorvetes light e alimentos para dietas de baixo carboidrato pode oferecer riscos significativos à saúde. De acordo com pesquisa da Universidade do Colorado Boulder, divulgada em julho de 2025, o eritritol, encontrado em diversos produtos industrializados, pode prejudicar células que revestem os vasos sanguíneos do cérebro, favorecendo inflamações, coágulos e constrição arterial, fatores que aumentam a probabilidade de AVC.

O estudo, publicado no Journal of Applied Physiology, analisou os efeitos do consumo de uma porção padrão do adoçante em células humanas, simulando a quantidade presente em uma bebida comum sem açúcar. Em apenas três horas de exposição, os pesquisadores constataram mudanças relevantes na função celular, incluindo redução de óxido nítrico, responsável pela dilatação dos vasos, e aumento da endotelina-1, proteína que os contrai.

Essas alterações celulares ainda foram acompanhadas por um acúmulo de espécies reativas de oxigênio (ROS), conhecidas como radicais livres, que aceleram o envelhecimento celular e provocam danos aos tecidos. Segundo os cientistas, a combinação desses fatores pode elevar significativamente a propensão ao desenvolvimento de coágulos e, consequentemente, de acidentes vasculares cerebrais.

Efeitos do eritritol em vasos cerebrais e sangue

Além do comprometimento na dilatação dos vasos, o adoçante mostrou impacto direto sobre a capacidade natural do organismo de dissolver coágulos. Quando expostas ao composto trombina, substância que induz a formação de coágulos, as células tratadas com eritritol exibiram produção reduzida de t-PA, um dos principais agentes na quebra desses coágulos no corpo humano.

De acordo com Auburn Berry, autora principal do estudo, “vasos mais contraídos e menor capacidade de dissolver coágulos aumentam, em conjunto, a probabilidade de eventos vasculares graves como AVC”. O levantamento indica que mesmo uma dose moderada pode provocar tais alterações, e que consumidores que ingerem múltiplas porções diárias podem estar em risco ainda maior.

Para muitos consumidores, o adoçante eritritol é uma alternativa popular por não elevar significativamente os níveis de insulina e conter poucas calorias. Porém, a nova pesquisa sugere que os benefícios aparentes podem ser ofuscados por riscos cardiovasculares e neurológicos, especialmente em indivíduos com predisposição a problemas circulatórios.

Histórico e uso do adoçante no mercado

O eritritol foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2001 e é produzido geralmente a partir de milho fermentado. Seu sabor, que corresponde a cerca de 80% do açúcar tradicional, e seu baixo impacto glicêmico, o tornaram um ingrediente recorrente em produtos para diabéticos, adeptos de dietas low-carb e consumidores de alimentos funcionais.

No entanto, estudos recentes têm levantado dúvidas sobre a segurança do consumo frequente. Em uma análise anterior com 4.000 voluntários nos Estados Unidos e na Europa, níveis elevados de eritritol no sangue foram associados a maior incidência de ataques cardíacos e derrames em até três anos de acompanhamento.

Diante desses indícios, especialistas orientam que os consumidores verifiquem rótulos de alimentos e fiquem atentos à presença de termos como “açúcar álcool” ou “eritritol”, especialmente em dietas com grande quantidade de produtos industrializados.

A informação foi divulgada com base em dados da Universidade do Colorado Boulder, publicados no Journal of Applied Physiology e divulgados por veículos como o ScienceDaily. Os autores destacam que a pesquisa foi realizada em ambiente laboratorial, com células isoladas, e que estudos mais amplos com humanos ainda são necessários para confirmar os riscos em longo prazo.

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Jefferson Augusto

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: jasgolfxp@gmail.com

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