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Adeus, home office: maioria das grandes empresas volta ao trabalho presencial

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/07/2025 às 17:19
Atualizado em 21/07/2025 às 13:03
Grandes empresas dos EUA decretam o fim do home office e aceleram a volta ao trabalho presencial, mudando o mercado imobiliário em 2025.
Grandes empresas dos EUA decretam o fim do home office e aceleram a volta ao trabalho presencial, mudando o mercado imobiliário em 2025.
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Empresas dos Estados Unidos aceleram a volta dos funcionários aos escritórios e redefinem o mercado imobiliário corporativo, após anos de modelo híbrido impulsionado pela pandemia. Mudança impacta rotina, negócios e grandes cidades americanas.

O cenário corporativo dos Estados Unidos passa por uma transformação significativa em 2025, com a maioria das grandes empresas exigindo o retorno total dos funcionários ao ambiente presencial.

Esse movimento marca uma reversão histórica em relação às práticas de trabalho que predominaram durante e após a pandemia da Covid-19, iniciada em 2020.

Segundo um relatório recente da Jones Lang LaSalle (JLL), mais da metade das cem maiores corporações do país já aboliu o home office, consolidando a retomada das rotinas nos escritórios e impactando fortemente o setor imobiliário comercial.

Volta ao trabalho presencial domina grandes empresas

A presença física dos profissionais, que havia se tornado exceção nos anos recentes, volta a ser regra.

Enquanto em 2023 cerca de 78% das maiores empresas ofereciam modelos híbridos de trabalho, atualmente apenas 41% ainda mantêm essa alternativa.

Ao mesmo tempo, o percentual de companhias que exigem a permanência dos funcionários em tempo integral no escritório saltou de 5% para expressivos 54%, apontando para uma nova fase na cultura organizacional dos Estados Unidos.

Esse movimento influencia diretamente o mercado imobiliário comercial, que registra sinais de reaquecimento em várias cidades importantes do país.

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Dados da JLL apontam que, entre abril e maio de 2025, o comparecimento aos escritórios cresceu 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Edifícios considerados premium atingiram valores recordes de aluguel, com novas construções em locais como Miami, Nova York e São Francisco sendo negociadas a US$ 92,38 por metro quadrado, maior valor já registrado no segmento.

Apesar do aumento na demanda por espaços de alta qualidade, o setor ainda enfrenta desafios.

O índice de vacância, acima de 22%, levou incorporadoras a retirar do mercado edifícios antigos, muitos dos quais têm sido demolidos ou convertidos para outros usos, como residenciais, industriais ou de uso misto.

No último trimestre, o estoque nacional de escritórios encolheu em 65.000 metros quadrados, resultado de demolições e transformações superando a quantidade de novas construções.

Mercado imobiliário comercial em transformação

Nas maiores companhias norte-americanas, a obrigatoriedade da presença no escritório tem impulsionado as negociações por espaços de alto padrão.

Entre as dez maiores empresas da lista Fortune 100, sete passaram a exigir pelo menos quatro dias semanais de trabalho presencial, enquanto as três restantes já demandam a presença integral dos funcionários.

Segundo o levantamento da JLL, o número médio de dias de comparecimento ao escritório aumentou para 3,8 por semana no segundo trimestre de 2025, acima dos 2,6 dias registrados no mesmo período de 2023.

Políticas mais rígidas e ajustes de grandes corporações

Grandes corporações têm promovido ajustes em suas políticas para garantir o retorno dos colaboradores aos escritórios.

A Amazon, por exemplo, começou em 2024 a preparar a equipe para o retorno completo ao modelo presencial, efetivado em janeiro deste ano.

No mesmo sentido, o banco JPMorgan Chase anunciou, ainda em janeiro de 2025, o fim definitivo do trabalho híbrido para sua equipe administrativa.

Já a rede Starbucks definiu que, a partir de 29 de setembro, seus funcionários corporativos passarão a cumprir quatro dias semanais no escritório, enquanto gerentes que trabalham remotamente terão até um ano para se mudar para Seattle ou Toronto.

Aqueles que optarem por não aceitar a mudança poderão receber uma compensação financeira.

Esse retorno em larga escala trouxe desafios inesperados para empresas que, ao longo dos últimos anos, haviam reduzido o espaço físico em função do home office.

Muitos empregadores precisaram reorganizar ambientes e até readequar suas sedes para acomodar a totalidade dos funcionários presencialmente, evidenciando um novo desafio de gestão de espaços e recursos no universo corporativo.

Razões para o fim do home office nas empresas

A decisão das empresas de abandonar o home office e retomar o trabalho presencial em larga escala tem múltiplas razões.

Entre os principais fatores apontados por executivos estão a necessidade de fortalecer a cultura organizacional, facilitar a colaboração entre equipes e aumentar a produtividade.

Além disso, há o interesse de justificar os altos investimentos em imóveis comerciais, sobretudo em regiões valorizadas, onde edifícios de alto padrão representam ativos estratégicos para as companhias.

A influência desse movimento se reflete não apenas na ocupação dos escritórios, mas também na economia urbana.

Com a volta de milhares de profissionais aos centros financeiros, há impactos positivos no comércio, no transporte público e em serviços diversos que dependem do fluxo diário de trabalhadores.

Impactos e adaptações nas cidades e no mercado de trabalho

A rápida transição do home office para o modelo presencial tem provocado mudanças profundas na dinâmica dos grandes centros urbanos.

Muitas cidades, que até pouco tempo buscavam adaptar espaços para atender à nova realidade do trabalho remoto, agora enfrentam uma reconfiguração dos fluxos urbanos e das demandas por infraestrutura e mobilidade.

O aumento do trânsito, o retorno da movimentação nos bairros comerciais e a necessidade de adaptação de edifícios antigos compõem o novo panorama de desafios e oportunidades.

Por outro lado, a taxa elevada de vacância em prédios corporativos e a conversão de imóveis para outros usos também revelam um processo de transformação do setor imobiliário, que precisa responder rapidamente às novas exigências das empresas e dos profissionais.

O futuro do trabalho presencial nas grandes empresas

A expectativa é de que o modelo presencial siga predominando nas grandes corporações americanas ao longo dos próximos anos, embora especialistas do setor ressaltem que políticas flexíveis podem ressurgir caso haja mudanças econômicas ou sociais relevantes.

No entanto, até julho de 2025, a tendência consolidada é de que o home office deixe de ser uma opção majoritária, cedendo espaço ao retorno definitivo dos profissionais aos escritórios.

Diante desse cenário, muitos se perguntam: será que a volta em massa ao trabalho presencial representa um novo ciclo permanente ou ainda veremos mudanças no futuro próximo?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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