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Com pouco mais de 900 habitantes, a menor cidade paulista comemora seis décadas de história mantendo um estilo de vida tranquilo, sem trânsito, sem semáforos e com ruas que podem ser percorridas em poucos minutos.
Sem trânsito, com poucas ruas e nenhum semáforo, Borá (SP) celebra nesta segunda-feira (31) seis décadas de emancipação política. O município, reconhecido como a menor cidade do estado e a segunda menor do país, tem atualmente 907 habitantes, segundo o Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo IBGE. O número representa um crescimento de 12,7% em relação aos 805 moradores registrados em 2010.
Desde 2013, Borá supera apenas Serra da Saudade (MG) em população, que conta com 833 habitantes. Mesmo pequena, a cidade apresentou aumento populacional junto com o município mineiro — as únicas entre as cinco menores do Brasil a registrarem crescimento no último levantamento.
Eleitores superam número de habitantes
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TRE), Borá possui 1.094 eleitores, número superior ao total de moradores. Segundo os TREs, essa diferença pode ocorrer devido a defasagem nas estimativas populacionais, migrações ou pela permanência de títulos eleitorais de pessoas que já deixaram a cidade sem atualizar o endereço.
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Educação e estrutura básica
A cidade conta com apenas uma Escola Estadual e uma EMEI. As salas de aula são pequenas: variam entre seis e nove alunos, e a maior delas reúne 20 estudantes.
O município dispõe também de uma única Unidade Básica de Saúde (UBS), que oferece apenas atendimento primário. Casos mais graves são encaminhados para Paraguaçu Paulista (SP), onde funciona a Santa Casa.
O transporte público é limitado, mas gratuito. Há apenas uma linha intermunicipal que liga Borá a Paraguaçu Paulista, percorrendo cerca de 18 km.
Uma cidade sem semáforos
Borá tem 32 ruas, e é possível atravessar o município de ponta a ponta em cerca de 10 minutos. Para percorrer todas as vias, o tempo médio é de 30 minutos. Não há semáforos e o trânsito praticamente não existe.
Origem e curiosidades
O nome Borá vem de uma abelha que proliferava na região no início do século XX. Em 1970, o município tinha 1.270 habitantes e era o décimo menos populoso do país. Dez anos depois, passou ao segundo lugar, com 866 moradores.
Até 2017, os nascidos na cidade eram registrados em Paraguaçu Paulista, já que Borá não possuía maternidade. Uma mudança na lei, entretanto, passou a permitir o registro dos boraenses em sua própria cidade.
Top 5 menores cidades do estado
As menores cidades de São Paulo revelam um lado pouco conhecido do estado mais populoso do Brasil: pequenos municípios onde a tranquilidade e o senso de comunidade ainda definem o ritmo da vida. Apesar de estarem cercadas por grandes centros urbanos, essas localidades resistem ao tempo e mantêm características únicas, que refletem a diversidade do interior paulista.
Como foi dito no artigo, a menor de todas é Borá, com cerca de 907 habitantes.
Logo em seguida aparece Nova Castilho, no noroeste do estado, com pouco mais de 1.060 moradores.
A economia local é sustentada pela agricultura e pela pecuária, atividades que moldam o cotidiano de seus habitantes. Com poucos prédios e um ritmo desacelerado, a cidade guarda a atmosfera típica de um vilarejo rural.
Em terceiro lugar está Uru, com aproximadamente 1.380 habitantes. Localizada próxima a Bauru, a cidade tem ruas largas e arborizadas, e é cercada por plantações e propriedades agrícolas. A simplicidade da vida interiorana é um dos maiores atrativos para quem busca refúgio da correria das metrópoles.
Na quarta posição aparece Flora Rica, com cerca de 1.480 moradores, situada no extremo oeste paulista. Fundada na década de 1940, o município se desenvolveu em torno da cultura do café e mantém até hoje o clima de comunidade unida, onde todos se conhecem e participam das festas locais.
Fechando o ranking está União Paulista, com aproximadamente 1.500 habitantes. A cidade conserva traços da colonização italiana e espanhola, visíveis na arquitetura simples das casas e no espírito acolhedor de seus moradores. Pequena, mas organizada, União Paulista simboliza o equilíbrio entre tradição e modernidade que caracteriza o interior do estado.
Essas cinco cidades mostram que, mesmo em um estado marcado por grandes centros industriais e urbanos, ainda há espaço para o sossego, a convivência próxima e o orgulho de pertencer a comunidades pequenas — onde o tempo parece correr mais devagar e o nome de cada morador é conhecido por todos.
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