Construções a menos de 2,5 metros da rede elétrica aumentam risco de choques fatais e incêndios; Enel alerta no Rio de Janeiro
A maioria dos acidentes elétricos em obras e reformas não acontece por contato direto com fios, mas pela simples aproximação de escadas, vergalhões, antenas ou andaimes metálicos a menos de 2,5 metros da rede elétrica. O alerta foi feito em reportagem publicada pelo jornal EXTRA, que ouviu especialistas e a concessionária Enel Rio.
Esse tipo de acidente é mais comum em áreas de crescimento urbano desordenado, onde construções avançam sobre a rede de energia sem o devido planejamento. Nessas situações, basta a indução elétrica para transformar estruturas metálicas em condutores, provocando choques graves, queimaduras, incêndios e até mortes.
Quem mais sofre com os acidentes elétricos
De acordo com a Enel Rio, os municípios de Niterói, São Gonçalo, Angra dos Reis e cidades da Região dos Lagos estão entre os que mais registram ocorrências.
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A precariedade das construções, muitas vezes erguidas em áreas irregulares, aumenta o risco porque não há distância mínima de segurança em relação aos cabos de baixa e média tensão.
Especialistas alertam que, além das fatalidades, os acidentes elétricos também provocam prejuízos materiais consideráveis, já que um curto-circuito pode gerar incêndios de grandes proporções, atingindo não apenas a obra irregular, mas residências vizinhas.
Quanto de distância é obrigatório manter
A regra técnica é clara: toda construção deve respeitar pelo menos 2,5 metros de distância da rede elétrica.
Qualquer obra abaixo desse limite é considerada irregular e expõe trabalhadores e moradores a um risco permanente de choque de alta tensão.
Em atividades externas, como instalação de antenas, pintura de fachadas ou troca de telhados, a recomendação é comunicar previamente a concessionária de energia, que pode programar desligamentos para evitar acidentes.
O uso de postes como apoio para escadas e andaimes é proibido por norma de segurança.
Onde os cuidados devem ser redobrados
Dentro das residências, a prevenção também exige atenção.
A reportagem do EXTRA destaca que qualquer serviço deve começar pelo desligamento da chave geral, evitando choques inesperados.
A troca de fiação ou instalação de novos pontos deve ser realizada apenas por eletricistas qualificados, que garantem o cumprimento das normas técnicas.
Improvisos com extensões, adaptadores ou fios desencapados estão entre as principais causas de incêndios domésticos.
Sobrecarregar tomadas, utilizar benjamins de baixa qualidade ou manusear tintas e líquidos próximos a fontes elétricas são práticas que ampliam o risco.
Por que os acidentes elétricos poderiam ser evitados
Segundo o especialista Ricardo Lima, responsável pela área de Saúde e Segurança da Enel Rio, a maioria dos casos poderia ser evitada com medidas simples:
Planejamento da obra, respeito às normas de distanciamento e uso de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Ele reforça que acidentes elétricos não são fruto do acaso, mas consequência de descuidos que poderiam ser evitados com treinamento e fiscalização.
O custo de contratar um profissional qualificado é sempre menor que o risco de perder vidas ou sofrer danos irreversíveis.
Os acidentes elétricos seguem sendo uma das principais causas de mortes e incêndios em obras no Brasil, mas a maioria poderia ser prevenida com distanciamento adequado, planejamento e respeito às normas.
A conscientização, somada à fiscalização, é a chave para reduzir ocorrências que ainda ceifam vidas todos os anos.
Você já presenciou uma obra em risco por estar muito próxima da rede elétrica? Acha que as fiscalizações são suficientes ou ainda falta informação para a população? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua experiência de perto.