Gigante binacional alterou o curso do rio Paraná e criou um lago de 1.350 km², movimentando milhares de trabalhadores e transformando a região em um dos maiores polos de energia e turismo do continente.
A Usina Hidrelétrica de Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai, é considerada uma das maiores obras de engenharia do século XX.
O projeto desviou temporariamente o rio Paraná para permitir a construção da barragem e formou um reservatório artificial de 1.350 km², o equivalente a quase uma cidade do tamanho do Rio de Janeiro.
No auge das obras, mais de 40 mil trabalhadores estiveram envolvidos no empreendimento, que passou a operar em 1984.
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Desvio do rio e formação do lago artificial
A etapa mais complexa da construção ocorreu em 1978, quando engenheiros realizaram o desvio temporário do rio Paraná.
A operação, que utilizou explosivos e diques de contenção, foi considerada um marco técnico no setor energético, segundo registros históricos da Itaipu Binacional.
Com o rio temporariamente contido, foi possível erguer a casa de força e a barragem principal.
O reservatório, formado anos depois, se estende de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este até Guaíra e Salto del Guairá.

De acordo com dados oficiais, o enchimento começou em outubro de 1982 e terminou em apenas 14 dias.
O novo lago garantiu o abastecimento contínuo de água para as turbinas e transformou a paisagem da região.
Além da relevância energética, o entorno da usina passou a registrar aumento no turismo e no setor de serviços, impulsionado pela visitação técnica e pelos programas educativos mantidos pela empresa binacional.
Capacidade de geração e posição no cenário global
A usina conta com 20 unidades geradoras de 700 megawatts (MW), totalizando 14.000 MW de capacidade instalada.
O volume a coloca entre as maiores do mundo, embora esteja abaixo das hidrelétricas chinesas de Três Gargantas (22.500 MW) e Baihetan (16.000 MW), segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA).
A produção anual média de Itaipu supera 70 milhões de MWh, variando conforme o regime de chuvas na Bacia do Paraná.
Em 2016, a usina registrou seu recorde histórico, com mais de 100 milhões de MWh gerados, número que a manteve por anos entre as maiores produtoras mundiais de energia renovável.
Divisão de energia entre Brasil e Paraguai
Itaipu é administrada de forma binacional e opera sob tratado assinado em 1973.
Pelo acordo, a energia é dividida igualmente entre os dois países.
Como o consumo do Paraguai é menor, o excedente é comercializado ao Brasil, operação que representa fonte relevante de receita para o país vizinho.
Segundo a Itaipu Binacional, esse modelo garante estabilidade energética e cooperação entre as duas nações.
Especialistas em integração regional destacam que o empreendimento consolidou um dos exemplos mais bem-sucedidos de gestão compartilhada de recursos hídricos na América do Sul.
Estrutura e operação técnica
A barragem de Itaipu tem 196 metros de altura e 7.235 metros de extensão.
O vertedouro — estrutura que libera o excesso de água — tem capacidade de 62.200 m³ por segundo, volume superior ao das Cataratas do Niágara, de acordo com informações técnicas da usina.
A energia produzida é transmitida por uma rede de alta tensão que se estende por centenas de quilômetros.

O sistema abastece grande parte das regiões Sul e Sudeste do Brasil e a totalidade do Paraguai, funcionando com supervisão conjunta das duas operadoras nacionais.
A Itaipu Binacional afirma que a usina passa por um programa permanente de modernização tecnológica, com atualizações em sistemas de controle, automação e segurança.
Essas medidas, segundo a empresa, visam prolongar a vida útil da estrutura e manter os índices de eficiência e confiabilidade.
Impactos ambientais e sociais
A criação do lago artificial provocou mudanças significativas no território, com realocação de famílias, alteração de ecossistemas e submersão de áreas agrícolas e florestais.
A Itaipu Binacional relata ter implantado programas de recomposição florestal e monitoramento ambiental desde o início da operação, além de iniciativas para recuperar a fauna e a flora afetadas.
Estudos ambientais indicam que a área reflorestada ao redor do reservatório supera 100 mil hectares, criando corredores ecológicos e áreas de preservação permanente.
As ações incluem manejo de bacias hidrográficas e projetos de educação ambiental voltados à população local.
Turismo técnico e interesse internacional
A usina recebe, em média, quase 1 milhão de visitantes por ano, conforme dados da Divisão de Turismo da Itaipu.
O complexo oferece visitas guiadas, mirantes, centros de informação e um circuito técnico que mostra o funcionamento das turbinas e a operação da barragem.
De acordo com a empresa, o turismo é hoje uma das principais fontes de renda indireta da região, ao lado do comércio e do setor de serviços.
Além do interesse econômico, Itaipu tornou-se referência internacional em cooperação técnica e científica, recebendo delegações de engenheiros e estudantes de diversos países.
O empreendimento também é citado em relatórios da ONU como exemplo de parceria binacional em geração de energia limpa.
Custos e financiamento

O investimento total na construção da usina é estimado em US$ 27 bilhões, conforme dados históricos da Eletrobras e da própria Itaipu.
O valor foi financiado principalmente por meio de empréstimos internacionais e pela venda de energia ao longo das décadas seguintes.
Em valores corrigidos, o custo supera os R$ 90 bilhões, segundo especialistas em infraestrutura.
O modelo financeiro adotado foi baseado em garantias soberanas de ambos os países, o que permitiu viabilizar a obra sem o envolvimento direto de capitais privados.
Economistas ouvidos por veículos especializados apontam Itaipu como um dos maiores investimentos em energia já realizados na América Latina.
Modernização e perspectivas
A Itaipu Binacional mantém, desde 2019, um programa de atualização tecnológica para renovar sistemas elétricos, hidráulicos e de automação.
Segundo a empresa, o objetivo é assegurar a eficiência operacional e atender às normas internacionais de segurança de barragens.
De acordo com analistas do setor elétrico, a modernização é necessária para garantir a competitividade da matriz hidrelétrica e sustentar a integração energética entre Brasil e Paraguai nas próximas décadas.
Os mesmos estudos indicam que o papel de Itaipu continuará central, especialmente diante da expansão das fontes renováveis e do esforço global para reduzir emissões de carbono.
O complexo, que completou mais de 40 anos de operação, segue como uma das principais fontes de energia limpa da América do Sul.
O que mais chama a atenção em Itaipu, segundo engenheiros e pesquisadores, é a combinação entre escala, eficiência e gestão compartilhada.

                        
                                                    
                        
                        
                        
                        

        
        
        
        
        
        
        
        
        
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