Imagine uma ideia tão brilhante que promete revolucionar a indústria automotiva, mas que, na prática, vira um pesadelo para quem a utiliza. Pois é, a famosa correia banhada a óleo surgiu nos anos 2000 como uma solução milagrosa para o funcionamento do motor, com promessas de maior durabilidade e eficiência. No entanto, como muitos proprietários de veículos descobriram, o sonho virou um filme de terror mecânico com direito a luzes de alerta piscando e reparos custosos.
Como surgiu a correia banhada a óleo? A correia dentada já era bem conhecida desde os anos 60, quando começou a ser usada em motores por sua capacidade de acionar o comando de válvulas de forma eficiente. Nos anos 2000, uma nova versão foi apresentada: a correia banhada a óleo. Em teoria, ela parecia perfeita: a lubrificação prometia reduzir atritos, aumentar a vida útil e melhorar o desempenho. A Ford foi pioneira nessa inovação com o motor Dual Torque 1.8 TDCI, usado em diversos modelos na Europa.
A principal vantagem seria a redução do desgaste, permitindo que a correia durasse até 240.000 km, ou 10 anos, muito mais do que as convencionais, que duram em média 160.000 km. Porém, na prática, essa solução começou a apresentar sérios problemas, com relatos de desgaste precoce, detritos no óleo e danos graves ao motor.
Por que a correia banhada a óleo não funcionou?
Embora a ideia parecesse brilhante, na prática, a correia banhada a óleo começou a gerar uma série de dores de cabeça para os proprietários. O principal problema está no fato de que, ao contrário do que se esperava, o contato constante da correia com o óleo lubrificante causava um desgaste acelerado da peça. Com o tempo, a correia liberava detritos que se acumulavam no cárter, prejudicando a circulação do óleo e obstruindo o sistema de lubrificação do motor.
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O funcionamento do motor com essa correia sofria com a temperatura. O óleo atingia entre 85°C e 90°C em condições normais, o que, somado à pressão constante de turbinas em alguns motores, como os de três cilindros, acelerava ainda mais o desgaste da correia.
Os riscos e custos do uso dessa tecnologia
Quando a correia banhada a óleo se desgasta, o risco não se limita a uma simples troca de peça. Se a correia falhar, a sincronia do motor é perdida, o que pode levar as válvulas a colidirem com os pistões, causando danos graves. A obstrução no sistema de lubrificação pode resultar em uma queda na pressão do óleo, fazendo o motor entrar em modo de emergência ou até mesmo causar a parada total.
E o problema não para por aí: os reparos são caros e complexos. A troca da correia em um motor com essa tecnologia exige desmontar várias peças do carro, e o custo da manutenção dispara. Há relatos de que em veículos como o Ford Ka, Chevrolet Onix e Tracker, modelos populares no Brasil, os proprietários enfrentam dificuldades para manter a mecânica em ordem.
Uma solução que não vingou
Apesar das promessas iniciais, a correia banhada a óleo se mostrou uma solução mais problemática do que eficiente. Com reclamações vindas de diversas partes do mundo, incluindo o Brasil, a tecnologia foi sendo progressivamente abandonada pelas montadoras, que voltaram a investir em sistemas mais simples e confiáveis.
Para quem possui veículos com essa mecânica, a recomendação é clara: redobrar os cuidados com a manutenção, utilizar sempre o óleo recomendado pelo fabricante e realizar as trocas da correia antes do prazo especificado para evitar surpresas desagradáveis.
O que parecia ser uma inovação revolucionária acabou se tornando um pesadelo mecânico, deixando muitos motoristas frustrados e as montadoras com a reputação arranhada. Quem diria que uma simples correia poderia causar tanto aborrecimento?