China expande seu poder no Pacífico com usinas nucleares. Riscos atômicos e tensões regionais aumentam. Leia as implicações geopolíticas!
A China está aumentando a agressividade em seu plano para conquistar uma grande parte do Pacífico usando ilhas artificiais alimentadas por usinas nucleares flutuantes. A nova fase chave é a construção de uma grande frota de usinas nucleares flutuantes que alimentarão uma vasta constelação de bases militares.
Tudo isso faz parte, segundo especialistas militares e geopolíticos, de seu plano para obter o controle estratégico do Pacífico Ocidental em detrimento de países como Japão, Singapura, Coreia do Sul, Filipinas, Índia e até mesmo Austrália, que há anos protestam contra a expansão imperialista de Pequim.
Impactos Militares e Econômicos das Ações Chinesas
Uma expansão que está chegando a limites muito perigosos para a segurança regional e mundial, como aponta o almirante John Aquilino, chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA: “o uso de usinas nucleares flutuantes por parte da China terá impactos potenciais para todas as nações da região“. Segundo o embaixador norte-americano no Japão, Rahm Emanuel, a China está brincando com fogo, subindo vários degraus em direção a um conflito sério pelos recursos da área. Emanuel destaca que o Mar do Sul da China fornece 12% da captura pesqueira do mundo e domina um terço do comércio marítimo mundial.
Além disso, Emanuel adverte que o perigo não está apenas no ímpeto expansionista chinês, mas também em terceiros, como os grupos terroristas do Estado Islâmico no Leste Asiático: “A última coisa que você deveria fazer é colocar 20 instalações nucleares flutuantes” na área, afirmou em declarações ao Washington Post. A Rússia é o único país do mundo com sua própria central nuclear flutuante, que foi lançada para reivindicar território alimentando uma presença permanente no Polo Norte. Mas as ambições chinesas vão muito além e marcarão uma mudança significativa na dinâmica regional.
A China tem desenvolvido esses reatores flutuantes desde 2010 com o objetivo de posicioná-los estrategicamente pela área. Agora sabemos que Pequim planeja construir até 20 usinas nucleares flutuantes destinadas a alimentar ilhas artificiais. Serão essenciais para as operações militares e civis que o colocarão como poder único na área, dando-lhes a desculpa para pressionar as marinhas de países vizinhos, bem como expandir superfícies territoriais em terra e mar.
Riscos atômicos e geopolíticos das usinas nucleares flutuantes
As usinas flutuantes são complexas e apresentam grandes desafios tecnológicos. Em teoria, esses grandes navios usarão reatores atômicos de água pressurizada semelhantes aos usados nas usinas nucleares terrestres convencionais. O problema é que esses funcionem sem acidentes, sempre, com garantia plena de estabilidade e segurança. Isso, em um ambiente marítimo extremo como é esta parte do Pacífico, cenário de tufões violentos bem como de tsunamis causados por uma alta atividade sísmica, é extremamente difícil. O possível impacto ambiental de um acidente catastrófico semelhante ao desastre nuclear de Fukushima em 2011 poderia ser devastador. A liberação de elementos radioativos diretamente no oceano poderia ter consequências devastadoras para os ecossistemas marinhos e as comunidades costeiras. O desastre atômico chegaria às praias de qualquer um dos países que estão protestando contra a estratégia chinesa.
Implicações Legais e Geopolíticas da Expansão Chinesa
É um risco agravado pela falta de um quadro legal e regulatório sólido para garantir a segurança e pela falta de transparência de Pequim e Moscou. O Organismo Internacional de Energia Atômica tentou abordar a questão das normas de segurança dessas usinas, mas tanto a China quanto a Rússia têm retardado o processo, o que abre outro ponto de preocupação sobre suas intenções imperialistas e os riscos potenciais para os países vizinhos.
Além do risco de acidente atômico pela falta de regulamentação, os Estados Unidos e os países vizinhos e aliados da região denunciaram os efeitos negativos que o projeto terá para a estabilidade política e militar regional. Eles estão preocupados com a perspectiva de que a China expanda e consolide sua presença militar na área com suas ilhas artificiais — verdadeiros ‘porta-aviões’ estáticos — e chegue a impor sua lei pela força das armas em um ambiente chave para o comércio e a alimentação mundial.