Com design atrativo, tecnologia avançada e grande capacidade produtiva, as marcas da China estão ganhando espaço nos mercados ocidentais
A indústria automobilística chinesa tem mostrado um crescimento impressionante nos últimos anos, consolidando-se como a maior produtora e exportadora de veículos do mundo. Com uma capacidade de fabricação de 40 milhões de veículos por ano, a China produziu cerca de 30 milhões em 2023, dos quais 27 milhões foram comercializados, sendo 22 milhões no mercado interno e 5 milhões destinados à exportação, de acordo com o site Quatro Rodas.
Mudança de paradigma
A imagem da China como um país de bicicletas ficou no passado, pelo menos nas grandes cidades como Pequim e Xangai, onde automóveis e scooters dominam a cena. Fábricas altamente automatizadas, como a da Xiaomi em Pequim, produzem um veículo a cada 74 segundos, evidenciando a eficiência e a escala da produção chinesa. Em comparação, o Brasil produziu 2,3 milhões de unidades em 2023, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Incentivos governamentais e estratégias de expansão
O governo chinês tem desempenhado um papel crucial no avanço da indústria automobilística. Incentivos substanciais são oferecidos tanto para o crescimento no mercado interno quanto para a expansão das exportações. No mercado interno, descontos são comuns, enquanto no externo, subsídios são dados às fábricas que mais exportam. Segundo a China Association of Automobile Manufacturers (CAAM), em 2023, a produção chinesa cresceu 11,6%, com um aumento de 12% nas vendas internas e 58% nas exportações em relação ao ano anterior.
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Competição global e desafios
A competição entre as empresas chinesas para conquistar mercados estrangeiros é intensa. No Brasil, novas marcas estão chegando e a disputa entre as já estabelecidas é acirrada. Esse fenômeno se repete globalmente, com empresas chinesas interessadas em mercados na Ásia, Europa, Oceania e Américas.
Entretanto, nem todas as marcas encontram sucesso em todos os mercados. A Great Wall Motors (GWM), por exemplo, reviu seus planos na Europa após resultados insatisfatórios, fechando seu escritório na Alemanha e cancelando planos de construir uma fábrica no país. No entanto, a GWM está se saindo bem no Brasil, onde suas vendas superaram as expectativas iniciais.
Existem mais de 100 fabricantes chineses, com estimativas variando entre 106 e 123. No entanto, segundo Mark Montgomery, CEO da consultoria americana KYield, apenas quatro dessas empresas alcançaram o ponto de equilíbrio financeiro. As montadoras de carros a combustão enfrentam dificuldades adicionais devido à queda nas vendas e ao foco do governo chinês em incentivar carros elétricos.
Impacto da China no mercado global
A invasão chinesa no mercado automotivo global está transformando a indústria. Embora haja ceticismo sobre a sustentabilidade desse avanço, os incentivos governamentais têm sido fundamentais para a expansão. As mudanças iniciadas em 1978 com a abertura da China ao mundo e intensificadas após sua entrada na Organização Mundial do Comércio em 2001 permitiram às empresas chinesas aprender e desenvolver suas próprias tecnologias.