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A bolsa brasileira só parece ter batido recorde em reais: em dólares, ela vale quase a metade do pico de 2011, isso mostra que o verdadeiro potencial de valorização ainda não começou

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 08/09/2025 às 11:42
Ibovespa “recorde” é enganação: em dólares está em 26 mil pontos, metade de 2011, e pode disparar se Selic cair e Fed afrouxar juros
Ibovespa “recorde” é enganação: em dólares está em 26 mil pontos, metade de 2011, e pode disparar se Selic cair e Fed afrouxar juros
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Apesar do recorde em reais, a bolsa brasileira vale hoje quase a metade do pico de 2011 em dólares, segundo Rob Correa, o que pode indicar que o verdadeiro potencial ainda não começou.

A narrativa de que a bolsa brasileira vive o melhor momento da história porque o Ibovespa ultrapassou 142 mil pontos em reais não mostra a realidade completa. Em dólares, o índice vale pouco mais de 26 mil pontos, contra 45 mil em 2011, o que significa que, no cenário global, ainda está descontado. Para o analista Rob Correa, esse descompasso abre uma oportunidade rara para investidores atentos.

Esse fenômeno não é novo. Sempre que o Brasil adota disciplina fiscal e reformas estruturais, o capital estrangeiro retorna em peso, desencadeando ciclos de forte valorização. A questão, segundo Correa, é se o ambiente interno e externo será capaz de repetir esse movimento nos próximos anos.

Super ciclos que marcaram a história

Dois períodos mostram como a bolsa brasileira reage fortemente a ajustes econômicos.

Entre 2002 e 2007, após a eleição de Lula e com o boom das commodities puxadas pela China, o Ibovespa multiplicou de forma histórica.

Depois, entre 2016 e 2020, com medidas como o teto de gastos e a reforma da Previdência, o índice saltou de 39 mil para 120 mil pontos, uma valorização de 200%.

Rob Correa destaca que esses movimentos sempre dependem de confiança fiscal e política, sem os quais o ciclo pode se perder.

Para ele, as eleições de 2026 serão decisivas: se o próximo governo sinalizar responsabilidade fiscal, a bolsa brasileira pode viver um novo boom comparável aos grandes ciclos anteriores.

O papel do cenário internacional

Além das decisões internas, o ambiente global é crucial.

O Federal Reserve (Fed) mantém os juros dos EUA em torno de 5,5%, mas já indicou cortes que podem levar as taxas a 4% ou até 2% em 2025.

Com juros mais baixos nos EUA, investidores tendem a migrar para países emergentes, em busca de rentabilidade maior, o que favorece diretamente o Brasil.

Esse fluxo de capitais externos pode impulsionar ainda mais a bolsa brasileira em dólares, elevando o valor das ações nacionais em escala global.

Selic em queda abre espaço para valorização

Dentro do país, o ambiente também se mostra favorável.

A Selic está em 15%, mas a inflação projetada para 2025 é de apenas 4,8%. Isso significa que o juro real gira em torno de 10%, um dos maiores do mundo.

Para Rob Correa, esse nível é insustentável e cria espaço para cortes mais profundos na taxa básica de juros.

Historicamente, cada ciclo de queda da Selic favoreceu a bolsa.

Dados do Banco Central mostram que o Ibovespa avançou em média 20% nos seis meses seguintes ao início de cortes de juros, reforçando a expectativa positiva atual.

Três fatores para um novo ciclo

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Na visão de Rob Correa, o Brasil hoje reúne três elementos decisivos: uma bolsa brasileira barata em dólares, a Selic em trajetória de queda e o Fed prestes a afrouxar a política monetária.

Essa combinação cria um cenário semelhante ao de grandes super ciclos do passado.

O alerta, no entanto, é claro: esses períodos de euforia também trazem armadilhas. Investidores sem disciplina e gestão de risco podem perder dinheiro mesmo em um ambiente aparentemente favorável.

Na sua opinião, a bolsa brasileira realmente está barata em dólares e pronta para um novo super ciclo de valorização ou o risco político pode impedir esse movimento? Acha que o cenário de juros globais vai favorecer o Brasil? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha esse mercado na prática.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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