Em março de 2025, a canadense Petro-Victory e o fundo polonês BlueOak compraram a Capixaba Energia, apostando na revitalização de ativos que antes eram da Petrobras.
O mercado de campos de petróleo terrestres no Brasil ganhou um novo e robusto player. Em uma transação estratégica, uma joint venture formada pela operadora canadense Petro-Victory e pela empresa de investimentos polonesa BlueOak Investments adquiriu 100% da produtora Capixaba Energia, no Espírito Santo.
O negócio, avaliado em US$ 17,5 milhões, transfere o controle de quatro campos produtores e marca uma nova fase de investimentos na Bacia do Espírito Santo, com a promessa de revitalizar a produção em uma das áreas mais tradicionais de exploração de petróleo do país.
A compra da Capixaba Energia em 2025
A transação foi construída ao longo de meses. Em janeiro de 2025, a Petro-Victory anunciou uma parceria estratégica com a BlueOak Investments. A colaboração foi formalizada no final de fevereiro e, em 6 de março de 2025, foi anunciado o contrato de compra e venda da Capixaba Energia.
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O negócio, que foi concluído com sucesso no segundo trimestre de 2025, teve um valor total de US$ 17,5 milhões (cerca de R$ 105 milhões). As vendedoras foram as empresas brasileiras Imetame Energia e EnP Energy Platform, que eram sócias na Capixaba Energia.
O que foi comprado? Os quatro campos de petróleo em produção no Espírito Santo
O portfólio adquirido pela nova joint venture é um conjunto estratégico de ativos na porção terrestre da Bacia do Espírito Santo. O pacote inclui quatro campos de petróleo terrestres já em produção: Lagoa Parda, Lagoa Parda Norte, Batuíra e Águia Real.
Além dos campos produtores, que no momento da compra geravam cerca de 400 barris de óleo por dia, a transação também inclui dois blocos exploratórios (ES-T-441 e ES-T-487) com potencial já comprovado, oferecendo um caminho claro para o crescimento futuro da produção.
A canadense Petro-Victory com a operação, o fundo polonês BlueOak com o dinheiro
A estrutura do negócio é um dos seus pontos mais interessantes. A BlueOak Investments, um fundo da Polônia com experiência no setor de óleo e gás brasileiro, entrou com 100% do financiamento para a compra.
A Petro-Victory, por sua vez, entra como a operadora técnica, aplicando sua expertise para gerenciar e desenvolver os campos. A empresa canadense não precisou colocar capital na aquisição e vai adquirir sua participação, que pode chegar a 50%, com base no sucesso e no aumento da produção, um modelo que alinha os interesses de todos os parceiros.
A estratégia dos vendedores: como Imetame e EnP lucraram com o negócio
Para as vendedoras Imetame e EnP Energy, a transação representa a conclusão de um ciclo de investimentos bem-sucedido. As empresas haviam comprado parte desses ativos da Petrobras em 2020, investiram em sua revitalização e agora os vendem por um valor maior, realizando lucro.
Este movimento, conhecido como “reciclagem de capital”, permite que as empresas usem os recursos da venda para investir em outros projetos estratégicos, muitos deles na mesma região do Espírito Santo.
O futuro dos campos de petróleo terrestres: o plano para aumentar a produção e revitalizar a bacia
Os novos donos não compraram os ativos para manter a produção atual. O plano, já anunciado, é executar uma campanha detalhada de intervenções em poços (workovers) e novas perfurações nos próximos 12 a 18 meses.
O objetivo é claro: aumentar substancialmente a produção dos campos de petróleo terrestres adquiridos. A aposta é que a combinação de capital financeiro e expertise técnica pode destravar o valor de campos maduros, um modelo de negócios que tem se mostrado cada vez mais forte no cenário onshore brasileiro.