1. Início
  2. / Economia
  3. / Yuan ganha espaço no Brasil com acordo direto, cresce nas reservas e já responde por parcela relevante do comércio bilateral, sem substituir o dólar de uma vez
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Yuan ganha espaço no Brasil com acordo direto, cresce nas reservas e já responde por parcela relevante do comércio bilateral, sem substituir o dólar de uma vez

Publicado em 06/10/2025 às 21:44
O Yuan ganha espaço no Brasil com apoio da China, uso do CIPS e avanço nas reservas, fortalecendo o comércio sem eliminar o dólar.
O Yuan ganha espaço no Brasil com apoio da China, uso do CIPS e avanço nas reservas, fortalecendo o comércio sem eliminar o dólar.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Com transações em moeda local, clearing no país e adesão ao CIPS, o Yuan ganha espaço no Brasil, avança nas reservas e já responde por parte relevante do comércio bilateral sem “substituir” o dólar de uma vez.

O Yuan ganha espaço no Brasil à medida que Brasil e China passaram a operar transações diretas em moedas locais, reduzindo custos cambiais e ampliando a competitividade nas exportações. De acordo com o portal straitstimes, desde 2023, o acordo bilateral permite fechar negócios em renminbi e real sem intermediação do dólar, numa aposta de diversificação e eficiência.

Os efeitos já aparecem: o uso do yuan cresceu nas reservas brasileiras e, em 2025, alcançou cerca de 40% das operações do comércio bilateral, movimento que fortalece a relação com o principal parceiro comercial do país. Ainda assim, especialistas ponderam que essa transição é gradual e não elimina, no curto prazo, a relevância do dólar nas trocas internacionais.

O acordo em prática: o que muda na rotina das empresas

Na prática, o desenho operacional foi viabilizado por medidas concretas. A China autorizou o ICBC a atuar como banco de compensação (clearing bank) do yuan no Brasil, o que viabiliza pagamentos diretos entre reais e renminbi.

Paralelamente, instituições brasileiras como o BOCOM BBM ingressaram no CIPS (Cross-Border Interbank Payment System), alternativa ao SWIFT, agilizando liquidações e diminuindo fricções.

Esse arranjo encurta a cadeia cambial (evita conversões duplas), reduz spread e dá previsibilidade de prazos.

Para os embarques de commodities e manufaturados, a simplificação tira atritos do caixa, melhora margem e em alguns casos ajuda a fechar preço com mais agressividade comercial.

Reservas, comércio e o avanço medido do yuan

Além do fluxo comercial, o Yuan ganha espaço no Brasil nas próprias reservas internacionais, onde já superou o euro e passou a ocupar a segunda posição.

O sinal é estratégico: além de diversificação, indica confiança operacional no ecossistema de pagamentos em renminbi.

No comércio, a curva é ascendente. Em 2025, cerca de 40% das transações Brasil–China passaram a usar moedas locais, num salto expressivo frente a anos anteriores.

Em paralelo, o intercâmbio bilateral alcançou US$ 157 bilhões em 2024, patamar que amplia a relevância de mecanismos que reduzem custo e tempo nas liquidações.

Quem ganha com a mudança e por quê

Exportadores de commodities e cadeias com contratos padronizados colhem ganhos imediatos com a queda de custos cambiais e maior previsibilidade.

PMEs começam a ser beneficiadas também, ao acessar condições mais simples para fechar em yuan, algo que antes ficava restrito a grandes players com estrutura financeira sofisticada.

Para o sistema financeiro local, a migração parcial cria oportunidade: bancos e fintechs passam a ofertar soluções de hedge, conta em moeda e pagamentos voltadas ao renminbi.

Quanto mais empresas internalizam o fluxo em yuan, maior a liquidez e a eficiência de toda a engrenagem.

Riscos e limites: o dólar não sai de cena do dia para a noite

Apesar do avanço, há limites claros. O dólar continua dominante no comércio e no financiamento global; a desdolarização é gradual e setorial.

Além disso, o yuan opera sob controles de capital, o que exige governança de risco e ferramentas de hedge adaptadas ao regime chinês.

Outro ponto sensível é a exposição geopolítica: aprofundar laços financeiros com a China pode ampliar dependências e exigir leitura fina do cenário internacional.

Para o Brasil, o ganho pragmático (reduzir custos e diversificar) precisa vir acompanhado de cautela, transparência e boa gestão cambial.

Infraestrutura de pagamentos: CIPS, clearing e swap

A espinha dorsal do avanço está na infraestrutura. O CIPS amplia o alcance de pagamentos em renminbi com liquidação mais direta, enquanto o clearing local do ICBC dá lastro operacional às empresas.

Adicionalmente, a cooperação monetária inclui acordo de swap entre os bancos centrais, abrindo linha de liquidez e dando segurança ao mercado em momentos de estresse.

Esse tripé CIPS + clearing + swap sustenta a tese de que o Yuan ganha espaço no Brasil por capacidade operacional, não apenas por narrativa. Sem trilho, o trem não corre: aqui, o trilho foi estendido.

Multipolaridade financeira: tendência, não ruptura

O que se observa é uma multipolaridade crescente, em que moedas locais como o yuan ganham espaço em nichos onde há escala comercial e infraestrutura.

Não é ruptura, é rearranjo: o dólar segue central, enquanto renminbi e outras moedas ocupam fatias em transações específicas, reduzindo custos e riscos para quem negocia com a China.

Para o Brasil, a estratégia diversifica financiamentos e aumenta graus de liberdade no comércio exterior. Equilíbrio é a palavra-chave: aproveitar a eficiência sem perder gestão de risco e sem concentrar dependências.

No balanço, o movimento em que o Yuan ganha espaço no Brasil já é palpável: mais uso em reservas, clearing instalado, CIPS em operação e participação crescente no comércio com a China.

É um passo pragmático rumo a custos menores e prazos mais previsíveis sem decretar o fim do dólar.

E você, acha que ampliar o uso do yuan nas transações com a China é uma vantagem competitiva para as empresas brasileiras? Quais setores devem aderir primeiro commodities, manufatura, varejo? E qual é o nível de risco cambial aceitável nessa diversificação? Conte sua visão nos comentários queremos ouvir quem opera no dia a dia do comércio exterior.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x