Versátil e com design moderno, aYamaha Fazer 250 é uma opção cobiçada, mas problemas crônicos no chassi e motor exigem atenção redobrada do comprador
A Yamaha Fazer 250 (ou FZ25, em sua geração mais recente) é uma das motocicletas mais populares e desejadas do Brasil. Com um motor robusto, design agressivo e versatilidade para o uso na cidade e em estradas, ela se tornou uma escolha quase certa no mercado de usadas. Modelos seminovos, dos anos 2023 e 2024, podem ser encontrados em uma faixa de preço que parece atrativa, partindo de cerca de R$ 21.000.
Contudo, a fama de “inquebrável” que a Fazer construiu ao longo dos anos hoje é confrontada por uma crescente onda de relatos sobre problemas crônicos e graves. Falhas no chassi e no motor, documentadas por proprietários, criaram um paradoxo: a moto que sempre foi sinônimo de confiança agora exige uma análise cuidadosa e uma inspeção rigorosa antes da compra.
O motor de 249cc e o dilema da 5ª marcha
O coração da Yamaha Fazer 250 é seu conhecido motor monocilíndrico de 249,5 cc, que entrega 21,5 cv de potência e 2,1 kgf.m de torque. Na cidade, ele se mostra um excelente aliado. O bom torque em baixas e médias rotações garante agilidade em saídas de semáforo e ultrapassagens no trânsito, fazendo dela uma moto muito prazerosa de pilotar no dia a dia.
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O grande dilema, no entanto, aparece na estrada. A FZ25 está equipada com um câmbio de apenas 5 velocidades. A ausência de uma sexta marcha obriga o motor a trabalhar em rotações muito altas para manter velocidades de cruzeiro acima de 110 km/h, o que resulta em mais vibração, ruído e um consumo maior de combustível, tornando viagens longas mais cansativas.
A fama de inquebrável em xeque, as trincas no chassi e os problemas de biela
O ponto mais crítico para quem avalia a compra de uma FZ25 usada são os problemas crônicos relatados por donos de modelos fabricados a partir de 2018. O mais famoso deles é a ocorrência de trincas no chassi, especialmente na região das soldas que fixam o motor à estrutura. Embora alguns atribuam a falha ao mau uso, a recorrência do problema sugere uma fragilidade no projeto.
Ainda mais alarmantes são os relatos de falhas catastróficas na biela do motor, que podem ocorrer mesmo em motos com baixa quilometragem. Este é o defeito mais grave e caro que um motor pode apresentar. Até o momento, a Yamaha não realizou um chamado de recall para esses problemas, o que significa que o custo de um eventual reparo recai inteiramente sobre o proprietário.
Quanto custa manter? Preços, revisões e o seguro da FZ25
O preço de uma Yamaha Fazer 250 seminova é um atrativo, mas é preciso entender a realidade do mercado. Enquanto a Tabela FIPE de junho de 2025 aponta R$ 21.590 para um modelo 2023, os anúncios em classificados mostram uma faixa de R$ 21.000 a R$ 23.500 para modelos 2023, e de R$ 22.500 a R$ 25.000 para modelos 2024.
Os custos de manutenção programada são razoáveis, mas o valor de peças de reposição originais, como o kit de transmissão, pode ser elevado. O ponto mais sensível é o seguro, cujo preço varia absurdamente. Dependendo do perfil do piloto e da cidade, o valor anual pode ir de R$ 465 a mais de R$ 3.800, sendo indispensável uma cotação antes da compra.
A briga com a Honda Twister, a Fazer 250 ainda é a melhor opção?
No mercado, a Fazer 250 tem uma rival direta: a Honda CB 300F Twister. Em uma comparação técnica, a Honda leva vantagem na maioria dos quesitos. Seu motor é mais potente (24,7 cv), tem mais torque (2,6 kgf.m), possui câmbio de 6 marchas, embreagem assistida e deslizante, e suspensão dianteira invertida.
A Yamaha Fazer 250 se defende com um design que muitos consideram mais arrojado e uma agilidade ligeiramente superior na cidade, por ser um pouco mais leve. A escolha entre as duas, portanto, se torna uma questão de prioridades e de confiança, já que a antiga CB 300R da Honda também teve seu histórico de problemas no motor.
Vale a pena comprar uma Yamaha Fazer 250 em 2025?
A FZ25 (2023-2024) pode ser uma boa compra, mas não é mais uma escolha “de olhos fechados”. Ela é recomendada para o motociclista de foco primariamente urbano, que valoriza o design e a agilidade no trânsito.
Para quem pretende viajar com frequência ou não quer correr o risco de arcar com os custos de um problema crônico, a Honda CB 300F Twister se apresenta como uma opção tecnicamente superior e mais racional. Ao comprar uma Fazer usada, a inspeção minuciosa do chassi e do motor por um mecânico de confiança não é apenas uma recomendação, é uma obrigação.