Empresa catarinense prepara novo complexo industrial no Norte do estado, com foco em grandes equipamentos elétricos e geração de empregos, reforçando o papel de Santa Catarina na cadeia nacional de energia e tecnologia.
A WEG anunciou um pacote bilionário para ampliar sua presença em Santa Catarina até 2028.
O plano reúne a construção de um novo parque fabril na região Norte do estado, com acessos à BR-101 e à BR-280, e a expansão da unidade já instalada em Jaraguá do Sul.
A nova estrutura vai fabricar equipamentos de grande porte — entre eles compensadores síncronos, turbogeradores e motores de indução de alta rotação — e tem projeção de 3,1 mil empregos somando oportunidades diretas e indiretas, conforme estimativas divulgadas por autoridades estaduais.
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Investimento e cronograma
Segundo a companhia, o programa de expansão prevê desembolsos ao longo dos próximos anos para elevar a capacidade produtiva da Divisão de Energia e ampliar o portfólio.
O montante total informado pelo governo catarinense e por comunicados corporativos é de aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
A distribuição dos recursos contempla dois eixos: a construção do novo parque industrial e o reforço da planta de Jaraguá do Sul, dimensionado para atender ao crescimento orgânico da demanda.
Onde ficará a nova fábrica
O município de instalação do complexo ainda não foi divulgado.
A WEG aponta critérios logísticos e operacionais para a definição do endereço, como a proximidade de Jaraguá do Sul, a disponibilidade de mão de obra qualificada e o acesso a corredores rodoviários e portos.
A indicação é que a unidade fique próxima aos entroncamentos das BRs 101 e 280, o que encurta rotas até terminais marítimos do estado e melhora a fluidez para fornecedores e clientes.
O que será produzido
O novo parque terá foco em máquinas e componentes de grande porte utilizados em geração, transmissão e estabilidade do sistema elétrico.
A linha inclui compensadores síncronos, equipamentos projetados para controle de tensão e potência reativa em redes de alta carga; turbogeradores, aplicados em diferentes matrizes de geração; e motores de alta rotação, voltados a aplicações industriais intensivas.
Além da manufatura, o plano prevê ampliação do escopo de serviços para motores, geradores e turbinas hidráulicas, ampliando o ciclo de atendimento ao cliente com manutenção e modernização.
Expansão em Jaraguá do Sul
Em paralelo, a companhia vai aumentar a capacidade da Unidade de Energia no município-sede.
O projeto de obra adiciona 11.250 m² de área produtiva, integrando novos processos e reorganizando fluxos internos para ganhos de eficiência.
A ampliação foi dimensionada para sustentar a curva de pedidos já contratada e preparar a fábrica para a introdução de novas famílias de produtos da divisão.
Empregos: o que está previsto
Na frente de trabalho, há duas referências complementares.
A empresa projeta cerca de 1.000 vagas diretas vinculadas ao novo parque fabril ao longo da rampa de produção.
O governo estadual, por sua vez, estima 3,1 mil empregos diretos e indiretos quando considerados efeitos de cadeia em fornecedores, logística e serviços associados.
Enquanto a seleção de pessoal segue o andamento do canteiro e da instalação de máquinas, a ampliação em Jaraguá do Sul tende a absorver parte das oportunidades de curto prazo.
Critérios de localização e infraestrutura
A escolha por um ponto próximo às BRs 101 e 280 atende a duas necessidades.
De um lado, agiliza o escoamento de cargas especiais que exigem rotas compatíveis com dimensões e peso dos equipamentos.
De outro, aproxima a fábrica das ligações com portos catarinenses, relevantes tanto para importação de insumos quanto para exportação de produtos acabados.
A decisão também considera a capilaridade de escolas técnicas e universidades do entorno, de onde sai parte significativa da mão de obra especializada demandada pela operação.
Impacto industrial e cadeia de fornecedores
A chegada de uma linha dedicada a máquinas elétricas de grande porte tende a atrair investimentos auxiliares em usinagem pesada, fundição, caldeiraria e componentes eletromecânicos.
A expectativa do setor é que se formem novos nichos de prestação de serviços para comissionamento, assistência de campo e retrofit.
Para a WEG, ampliar a produção local de itens de alto valor agregado reduz prazos de entrega, eleva conteúdo nacional em projetos de infraestrutura e mitiga riscos de câmbio e logística internacional.
Ambiente competitivo: referência recente no setor automotivo
No mesmo eixo de industrialização, a GWM inaugurou em 15 de agosto sua fábrica em Iracemápolis (SP).
A montadora informou que a unidade começou com cerca de 600 trabalhadores e tem meta de alcançar 1.000 empregos diretos até o fim do ano.
Embora atue em outro segmento, o projeto ilustra a retomada de investimentos industriais em diferentes cadeias e reforça o papel da infraestrutura logística e da qualificação profissional como fatores críticos de localização.
Histórico e presença global
Fundada em 1961, a WEG evoluiu de fabricante de motores elétricos para um grupo que oferece sistemas completos de automação, potência, energia e serviços.
Atualmente, mantém filiais em 42 países e fábricas em 18 países, com atuação que vai de equipamentos para geração e transmissão de energia a soluções de eficiência energética, mobilidade elétrica e digitalização industrial.
A expansão em Santa Catarina se insere nesse movimento de diversificação e aumento de escala em linhas estratégicas para o setor elétrico.
Próximos passos
Até a divulgação do endereço definitivo, a empresa conduz as etapas de licenciamento, engenharia básica e contratação de fornecedores de bens de capital.
O cronograma prevê sobreposição de fases para encurtar o período entre início das obras civis, montagem eletromecânica e comissionamento das primeiras linhas.
A ampliação em Jaraguá do Sul, por ter escopo mais definido, tende a avançar de forma imediata para atender pedidos já sinalizados pelo mercado.
Com a fábrica posicionada entre dois dos principais eixos rodoviários do Sul e uma carteira crescente de projetos no setor de energia, a WEG deve alterar o mapa da indústria elétrica na região.
Na sua avaliação, quais impactos serão mais visíveis primeiro: geração de empregos qualificados, encurtamento de prazos de entrega ou atração de novos fornecedores?