Warren Buffett faz mais de US$ 1 bilhão em ações, reforçando seu compromisso filantrópico e refletindo sobre o impacto e o futuro
Warren Buffett, o sétimo homem mais rico do mundo, fez da filantropia uma tradição de ação de graças. Este ano, ele distribuiu mais de US$ 1 bilhão de sua fortuna, mas também aproveitou a oportunidade para criticar o exibicionismo de outros bilionários e falar sobre o destino de sua riqueza após sua morte.
Em uma carta divulgada nesta segunda-feira, Buffett revelou que planeja cerca de US$ 1,14 bilhão em ações para quatro instituições de caridade. A maioria – cerca de US$ 720 milhões – será destinada à Susan Thompson Buffett Foundation, enquanto US$ 144 milhões irão para cada uma das fundações lideradas por seus três filhos: The Sherwood Foundation, The Howard G. Buffett Foundation e NoVo Foundation.
Uma tradição que se consolida de Warren Buffett
Esta é a segunda vez consecutiva que Buffett realiza uma doação significativa antes do feriado de ação de graças. Em 2022, ele destinou US$ 870 milhões para fundações de seus filhos. Este gesto filantrópico reforça o compromisso de Buffett com causas sociais e seu esforço para evitar um legado de riqueza dinâmica.
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Na carta, Warren Buffett também refletiu sobre a inevitabilidade da morte, abordando o tema com sua conhecida mistura de seriedade e bom humor. “O pai tempo sempre vence”, escreveu ele. “Mas ele pode ser inconstante — às vezes, é injusto e cruel, levando vidas cedo demais; outras vezes, espera mais de um século antes de aparecer. Até hoje, tive muita sorte, mas, em breve, ele virá atrás de mim.”
Buffett, de 94 anos, tem consciência de sua idade avançada. No entanto, ele não deu nenhuma promessa de problemas graves de saúde. Conhecido por seus hábitos alimentares peculiares, como café da manhã no McDonald’s e biscoitos Oreo, ele brincou: “Verifiquei as tabelas atuariais e descobri que a menor taxa de mortalidade está entre crianças de seis anos. Então, decida vir como uma criança de seis anos.”
Simplicidade e crítica à ostentação
Buffett aprovou uma carta para criticar o comportamento de bilionários que ostentam suas fortunas. Ele enfatizou que sua filosofia de vida, compartilhada com suas esposas — Susie Sr., falecida em 2004, e Astrid, sua atual parceira —, sempre rejeitou a ostentação e focou em oportunidades igualitárias.
“Estilos de vida extremos, do tipo ‘olhe para mim’, deveriam ser legais, mas não admiráveis”, disse ele. “Como família, tivemos tudo o que precisávamos ou desejávamos, mas nunca buscamos prazer em ver os outros quererem o que tínhamos.”
Ele também destacou o papel de seus filhos em continuar esse legado de humildade e filantropia. “Susie Jr., Howie e Peter passaram mais tempo ajudando diretamente os outros do que eu. Eles gostam de ser confortáveis financeiramente, mas não são obcecados por riqueza.”
O futuro da fortuna de Warren Buffett
Praticamente toda a fortuna de Buffett, atualmente estimada em cerca de US$ 150 bilhões, será destinada a um fundo filantrópico que será administrado por seus filhos após sua morte. As decisões sobre como distribuir o dinheiro precisarão ser unânimes entre os três.
“Essa restrição garante uma resposta clara e definitiva a quaisquer pedidos de doações: ‘Não é algo que receba a autorização do meu irmão’”, explicou Buffett. Ele acredita que esse modelo não apenas preservará o legado filantrópico da família, mas também protegerá seus filhos de conflitos comerciais.
Curiosamente, nenhum dinheiro irá para a Fundação Gates, para que Buffett já tenha doado mais de US$ 43 bilhões ao longo dos anos. Em 2021, ele renunciou ao cargo de diretor da fundação, após os relatórios de Bill e Melinda Gates.
Buffett também apresentou conselhos práticos sobre a importância de discutir testamentos e heranças com a família. “Você não quer que seus filhos perguntem ‘por quê?’ sobre decisões testamentárias quando você não puder mais responder. A comunicação aberta pode prevenir problemas e dar aos herdeiros a chance de fazer sugestões enquanto ainda há tempo.”
Um legado para gerações futuras
Warren Buffett percebeu que sua riqueza pode levar mais tempo para ser totalmente distribuída do que seus filhos viverão. Para garantir que o trabalho continue, ele já tem três acordos sucessores para supervisionar o fundo no futuro.
“Eu nunca quis criar uma dinastia. Conheço bem os meus filhos e confio-os completamente. Ainda assim, as decisões de amanhã provavelmente serão melhores tomadas por cérebros vivos e bem direcionadas do que por uma mão morta.”
Reflexões finais
Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos, continua a usar sua fortuna como um veículo para promover mudanças sociais significativas. Sua visão de filantropia, aliada ao seu compromisso com a simplicidade e igualdade, contrasta fortemente com as tendências de ostentação que permeiam o mundo dos super-ricos.
Com seu exemplo, ele não apenas redefine o que significa ser um bilionário, mas também lança um desafio para que outros façam o mesmo. Afinal, como ele próprio costuma dizer, “o valor de um homem não é no que ele possui, mas não tem impacto que ele gera”.