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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 21 comentários

Warren Buffett abandona BYD e CEO da GWM fala em ‘Evergrande automotiva’ que ameaça mercados mundiais

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 23/09/2025 às 08:02
Warren Buffett abandona a BYD e alerta da GWM sobre uma "Evergrande automotiva" expõem riscos de bolha nos veículos elétricos chineses, com reflexos globais.
Warren Buffett abandona a BYD e alerta da GWM sobre uma “Evergrande automotiva” expõem riscos de bolha nos veículos elétricos chineses, com reflexos globais.
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Economista Fernando Ulrich destaca que a saída do megainvestidor expõe riscos de bolha no setor de veículos elétricos chineses, com possíveis reflexos no Brasil e no mundo

A decisão de Warren Buffett de zerar sua posição na BYD e o alerta do CEO da Great Wall Motors (GWM), que falou em uma “Evergrande automotiva”, acenderam um sinal de alerta no setor global de mobilidade elétrica. O economista Fernando Ulrich ressalta que o movimento expõe a fragilidade de modelos de negócios altamente dependentes de subsídios e crédito estatal na China, podendo gerar turbulências em escala internacional.

Segundo Ulrich, a Berkshire Hathaway, de Buffett, lucrou mais de dez vezes desde 2008 com a valorização da BYD, mas decidiu encerrar totalmente a posição no início de 2025. O investidor não viu mais margem de segurança, diante de riscos crescentes em uma indústria marcada por excesso de oferta, práticas contábeis agressivas e uma demanda turbinada artificialmente por incentivos governamentais.

O peso dos subsídios na indústria de elétricos

O economista Fernando Ulrich destaca que grande parte da rentabilidade da BYD e de suas concorrentes vem de subsídios diretos e indiretos, tanto para consumidores quanto para montadoras.

No caso da BYD, estimativas apontam que cerca de 25% do lucro líquido em 2024 foi resultado de incentivos governamentais, registrados no balanço como “outros subsídios”.

Esse cenário levanta dúvidas sobre a sustentabilidade do setor.

Sem benefícios fiscais, linhas de crédito direcionadas e reduções de impostos, a demanda real por veículos elétricos poderia ser menor, reduzindo a capacidade das montadoras de se manterem competitivas no longo prazo.

Estratégias financeiras questionadas

Outro ponto apontado por Ulrich é o uso de artifícios financeiros para reforçar o caixa, como o adiamento dos pagamentos a fornecedores.

Enquanto montadoras tradicionais como Toyota e Honda levam em média 30 a 50 dias para quitar compromissos, a BYD chegou a postergar mais de 130 dias.

Na prática, fornecedores acabam financiando parte da operação, mascarando o real nível de endividamento da companhia.

Relatórios de casas de análise, como a GMT Research, já classificaram a prática como “financiamento disfarçado”, o que pode distorcer a saúde financeira apresentada ao mercado.

O alerta da GWM: uma “Evergrande automotiva”

Jack Wei, CEO da Great Wall Motors, declarou em entrevista que “a Evergrande da indústria automotiva já existe, apenas não colapsou”.

A comparação remete à crise imobiliária chinesa iniciada com a falência da construtora Evergrande, símbolo de uma bolha que se arrastou por anos e afetou toda a economia do país.

Segundo Ulrich, se um colapso semelhante ocorrer no setor de veículos elétricos, os impactos seriam ainda mais amplos.

Isso porque a indústria automotiva tem presença global, com cadeias de fornecimento que envolvem Europa, Estados Unidos e América Latina.

O Brasil, que já é um dos principais mercados para marcas chinesas, também sentiria reflexos diretos.

Reflexos para os mercados globais e o Brasil

A crise potencial no setor de elétricos chineses poderia gerar desvalorização em ações ligadas à mobilidade elétrica, retração nos investimentos em novas fábricas e pressões sobre fornecedores internacionais.

No Brasil, onde a BYD e a GWM expandem operações, uma eventual desaceleração pode comprometer planos de produção local e afetar empregos no setor automotivo.

Ulrich ressalta que, embora governos possam intervir para salvar empresas estratégicas, a própria fala de Jack Wei mostra que o setor vive um momento de excessos comparável ao pré-colapso imobiliário da China.

Isso reforça a necessidade de cautela para investidores e de acompanhamento próximo por parte de governos que têm na indústria automotiva um pilar de crescimento.

A saída de Warren Buffett da BYD e a fala dura do CEO da GWM funcionam como um duplo alerta: de um lado, a insustentabilidade de negócios dependentes de subsídios; de outro, o risco de uma crise que ultrapasse fronteiras e reverbere em toda a economia global.

E você, acredita que a BYD e outras montadoras chinesas conseguirão se sustentar sem subsídios massivos? Ou estamos diante de uma bolha que pode explodir como a da Evergrande? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive e acompanha esse mercado na prática.

“Quando a maré baixar”: frase de Buffett ecoa no alerta da GWM sobre riscos ocultos na bolha de elétricos chineses
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Lincoln
Lincoln
27/09/2025 09:20

Os grandes da indústria do petróleo está sentindo o golpe!

Wenilton
Wenilton
25/09/2025 09:32

Não se esqueçam gente que grandes empresas automotivas mundiais, principalmente as americanas estão com sérios problemas diante da ofensiva chinesa sobre eles. A propaganda negativa é umas das armas que elas normalmente trabalham para derrubar os concorrentes que trazem preços e tecnologias igual ou melhor do que as deles sempre com o objetivos de nos oferecerem carroças com preços de mustang.

Olavo Lemos
Olavo Lemos
25/09/2025 08:45

É muito simples, está acontecendo uma poda natural das companhias chinesas, depois de incentivar o crescimento do setor as empresas com o melhor desempenho continuam e as demais se vão. BYD só vai ter problemas com carros elétricos se o uso de veiculos voadores crescer, mas não duvido que futuramente teremos voadores elétricos.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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