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Volkswagen ‘perde’ pra BYD: Montadora pensa em fechar fábricas na China após perder liderança para chinesa

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 24/09/2024 às 21:42
Volkswagen, fábrica, China
Foto: Reprodução Automotive Business

Crise global atinge operações da marca alemã no mercado chinês, com possíveis fechamentos de fábricas em Nanjing e Ningbo

A Volkswagen, uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo, enfrenta um período desafiador com a possibilidade de encerrar a produção em duas importantes fábricas na China. A crise global que a marca enfrenta, agravada pela queda nas vendas no mercado chinês, levanta a hipótese de fechar as unidades de Nanjing e Ningbo, fruto de sua parceria com a SAIC (Shanghai Automotive Industry Corporation), de acordo com o site Quatro Rodas.

A montadora alemã já havia sinalizado dificuldades financeiras, inclusive considerando o fechamento de fábricas na Alemanha pela primeira vez em quase nove décadas de história. No entanto, o cenário atual na China, que outrora representou cerca de 50% das vendas do grupo Volkswagen, acentua ainda mais a necessidade de ajustes.

Perda de mercado para marcas chinesas

Nos últimos anos, o mercado chinês viu a ascensão de fabricantes locais, como a BYD, que assumiu a liderança em 2023, ultrapassando a Volkswagen, que manteve o topo por mais de 25 anos. No primeiro semestre deste ano, a Volkswagen vendeu 1,34 milhão de veículos na China, representando uma queda de mais de 25% em comparação aos números de três anos atrás.

O CEO do Grupo Volkswagen, Oliver Blume, comentou recentemente sobre a perda significativa da marca no mercado chinês, afirmando que “não há mais cheques vindo da China”. Isso reflete a mudança de preferência dos consumidores chineses, que estão cada vez mais optando por marcas locais, especialmente com o crescimento da produção de veículos elétricos, segmento em que a BYD se destacou.

Unidades de Nanjing e Ningbo em risco

Entre as fábricas que podem ser fechadas estão as de Nanjing e Ningbo, ambas resultado da parceria entre SAIC e Volkswagen. A fábrica de Nanjing, inaugurada em 2008, ocupa uma área de 635.000 m² e tem capacidade de produção de 360.000 veículos por ano. Entre os modelos produzidos nessa unidade estão o VW Passat e os veículos da marca Skoda, como Kamiq e Superb.

Já a fábrica de Ningbo, outra forte candidata ao encerramento, é responsável pela produção de modelos populares como Volkswagen Lamando, Tharu, Teramont, Viloran, Skoda Octavia e Audi Q6. O fechamento dessas unidades representaria uma mudança significativa na estratégia da Volkswagen no país, que até pouco tempo atrás era seu principal mercado global.

Mudança de estratégia para conter perdas

A Volkswagen não confirmou oficialmente o fechamento dessas fábricas, limitando-se a afirmar que as decisões sobre a produção estão sendo adaptadas às “exigências do mercado”. No entanto, fontes ligadas à empresa indicam que, caso as unidades sejam de fato fechadas, os trabalhadores podem ser realocados para outras fábricas, como a unidade de Yizheng, também fruto da parceria SAIC-Volkswagen. Curiosamente, essa mesma unidade já havia recebido trabalhadores transferidos da primeira fábrica fechada da Volkswagen em Xangai, há dois anos.

Foto: Automotive Business

Impacto global e reflexo no mercado chinês

A crise que a Volkswagen enfrenta na China não está isolada. A pandemia de COVID-19 causou uma queda nas vendas de automóveis na Europa, o que também contribuiu para o enfraquecimento das operações da marca em outros mercados. Na China, além da crescente preferência por marcas locais, a transição para veículos elétricos também está remodelando o cenário automotivo. A Volkswagen, apesar de seus esforços no segmento de veículos elétricos, ainda encontra desafios para competir com empresas chinesas como a BYD e Nio, que têm dominado esse nicho.

A parceria SAIC-Volkswagen, que começou em 1984 e foi uma das primeiras colaborações internacionais no setor automotivo chinês, atingiu seu auge entre 2016 e 2019, quando produzia mais de dois milhões de veículos anualmente. Porém, o declínio das vendas nos últimos anos e a rápida evolução do mercado chinês estão forçando a Volkswagen a repensar sua estratégia.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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