INSS usa inteligência artificial e monitora redes sociais para identificar irregularidades, suspender benefícios e exigir devolução de valores indevidos.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está ampliando o uso de tecnologia para fiscalizar os beneficiários e identificar fraudes.
A autarquia cruza informações de diversos bancos de dados e utiliza inteligência artificial para detectar irregularidades que possam indicar recebimentos indevidos.
A recomendação é que cada segurado verifique seu Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) e procure um especialista antes de solicitar qualquer benefício. O canal da Tais Santos, advogada previdencialista, trouxe alguns exemplos.
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Cruzamento de dados e casos de cancelamento
Um exemplo citado envolve uma mulher que recebia o Benefício de Prestação Continuada (BPC) — um salário mínimo concedido a pessoas acima de 65 anos em situação de vulnerabilidade — e teve o pagamento cancelado.
O motivo: ela possuía um MEI aberto em seu nome. Embora o benefício tenha sido concedido inicialmente, o INSS identificou a empresa por meio do cruzamento de informações com a Receita Federal e cessou o pagamento.
O órgão, no entanto, não pode cancelar sem notificar o beneficiário, devendo antes permitir sua manifestação.
O sistema cruza dados de fontes como o Cadastro Único (CadÚnico), Caged, Receita Federal e registros de microempreendedores individuais.
Em alguns casos, aparecem vínculos trabalhistas inexistentes, conhecidos como “serviços fantasmas”, o que também leva à investigação e eventual suspensão do benefício.
Fiscalização invisível e necessidade de conferência
A recomendação é que todos os segurados revisem periodicamente o CNIS no aplicativo “Meu INSS”.
Esse documento contém o histórico profissional e previdenciário do trabalhador.
Inconsistências entre o CNIS e a carteira de trabalho devem ser corrigidas antes do pedido de benefício, para evitar bloqueios futuros.
Caso o benefício seja suspenso sem notificação, o segurado pode ingressar com mandado de segurança ou ação judicial para restabelecimento.
Redes sociais sob vigilância
O INSS também monitora as redes sociais. Publicações que indiquem atividades incompatíveis com o tipo de benefício podem motivar cancelamento.
Exemplos incluem beneficiários por incapacidade física que postam vídeos participando de corridas ou dançando.
Mesmo fotos em festas, postadas por pessoas em tratamento de depressão, podem ser interpretadas como indícios de irregularidade. Embora o comportamento não prove fraude, pode servir como base para reavaliação do benefício.
Inteligência artificial e o pente-fino
A autarquia utiliza sistemas de inteligência artificial no chamado “pente-fino do INSS”, que cruza informações bancárias e fiscais.
Movimentações financeiras atípicas podem indicar trabalho não declarado, especialmente em casos de benefícios por incapacidade, que exigem afastamento total de atividades laborais. Se o sistema detectar transações incompatíveis, o benefício pode ser suspenso.
O alerta final é claro: o INSS tem mecanismos eficientes de fiscalização e, mesmo que a análise demore, as irregularidades serão identificadas.
Para evitar devoluções de valores, multas e ações judiciais, o segurado deve manter seu cadastro atualizado, agir com transparência e acompanhar constantemente suas informações no sistema.