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Angra 1 é vistoriada após preocupações com possível vazamento nuclear

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 13/04/2023 às 17:44
Atualizado em 14/04/2023 às 12:50
nuclear - usina - energia - emprego - angra
Usina nuclear de Angra 1 registrou vazamento de água radioativa em setembro de 2022 – Estadão

Retomada das obras da usina nuclear Angra 3 pode gerar 8 mil empregos, mas é uma questão que divide opiniões.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realizaram uma vistoria conjunta na Usina Angra 1, nos dias 4 e 5 de abril de 2023, a fim de monitorar os impactos da liberação não planejada de efluentes radioativos, ocorrida em setembro de 2022. A ação visa garantir a segurança e a proteção ambiental da região.

Construída na década de 70, a Usina Angra 1 é uma das três usinas nucleares do Brasil, localizada na cidade de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Em setembro do ano passado, ocorreu um evento de liberação não planejada de efluentes radioativos na usina, o que gerou preocupação da população local e das autoridades responsáveis pela segurança nuclear e ambiental.

O Ibama informou no dia 24 de março de 2022, o que a Eletronuclear demorou quatro meses para admitir o despejo de substâncias radioativas da usina nuclear Angra 1 no mar. Segundo o instituto, o vazamento só foi reconhecido pela estatal responsável pelas usinas de Angra 1 e 2, em janeiro deste ano.

Durante a vistoria conjunta, os técnicos da CNEN e do IBAMA avaliaram os sistemas de monitoramento ambiental e radiológico da usina, verificando se os equipamentos estão em pleno funcionamento e se as medidas de segurança estão sendo adotadas corretamente.

Além disso, foram realizadas amostras de água, ar e solo da região, para análise de eventuais níveis de radiação. Segundo a CNEN, os resultados dessas análises serão divulgados em breve.

A vistoria é um lembrete da importância da segurança nuclear e da necessidade de se manter um alto nível de monitoramento e controle em todas as etapas da produção de energia nuclear.

Eletronuclear recebe financiamento para estender vida útil de Angra 1 e operar em segurança até 2044

Eletronuclear infirmou no dia 15 de setembro de 2022 que recebeu a primeira liberação de recursos, no valor de USD 12.998.909,49, do financiamento internacional obtido junto ao Santander para o Programa de Extensão da Vida Útil de Angra 1.

As usinas nucleares brasileiras foram licenciadas para operar por 40 anos, conforme padrão mundial, sendo que Angra 1 entrou em operação em 1985. O objetivo da Eletronuclear é estender a operação da unidade por mais 20 anos – prática comum nas plantas do mundo todo. Para isso, a companhia implementou o Programa de Extensão de Vida útil da unidade, que vai efetuar as medidas necessárias para que Angra 1 possa continuar a operar, com segurança, até 2044. 

Apesar de Angra 2 ainda ter metade de sua vida útil pela frente, a empresa também já está realizando estudos para implementar na usina um programa de gestão do envelhecimento de sistemas, estruturas e componentes, nos mesmos moldes de Angra 1.

Lula anunciou planos para retomar as obras da usina nuclear de Angra 3, paralisadas desde 2015

O governo brasileiro vem estudando a retomada das obras da usina nuclear Angra 3, com o objetivo de aumentar a capacidade de geração de energia elétrica e reduzir a dependência do petróleo importado. Além disso a geração de energia elétrica por meio de usinas nucleares pode ser uma alternativa mais limpa e sustentável do que a geração por meio de termoelétricas movidas a petróleo.

Porém, a retomada das obras das usinas nucleares no Brasil é uma questão que divide opiniões. De um lado, defensores da energia nuclear apontam a sua importância para a matriz energética nacional e a sua eficiência na geração de energia. Por outro lado, críticos argumentam sobre os riscos envolvidos na produção de energia nuclear e os potenciais impactos ambientais e de saúde pública.

Recentemente, o governo Lula anunciou planos para retomar as obras da usina nuclear de Angra 3, paralisadas desde 2015. Segundo o governo, a usina será fundamental para garantir a segurança energética do país, reduzir a dependência de fontes fósseis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Mas o governo vem enfrentando pressões internas e externas

Vale ressaltar que retomada das obras da usina nuclear de Angra 3, é uma decisão que deve ser tomada com responsabilidade e seguindo as melhores práticas de segurança e respeitando as normas ambientais. Estima-se que a construção da usina poderia gerar mais de 8 mil empregos diretos e indiretos, além de trazer benefícios importantes para a economia brasileira, gerando emprego e renda e contribuindo para a segurança energética do país.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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