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Virada de jogo nos estaleiros? Sinaval revela estratégias para um novo ciclo de ouro

Escrito por Carla Teles
Publicado em 03/06/2025 às 18:40
Virada de jogo nos estaleiros? Sinaval revela estratégias para um novo ciclo de ouro
Virada de jogo nos estaleiros? Ariovaldo Rocha (Sinaval) revela estratégias para novo ciclo de ouro na indústria naval, superando desafios e mirando oportunidades.
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Sindicato, que celebra 70 anos, projeta retomada gradual da atividade nos estaleiros, superando desafios e mirando novas oportunidades no setor naval.

O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) completa 70 anos e vislumbra um futuro de reaquecimento para o setor. Ariovaldo Rocha, presidente da entidade, prevê uma ocupação progressiva de todos os estaleiros. Após um hiato de quase uma década de baixa atividade, entre 2015 e 2023, alguns estaleiros já começam a se movimentar. Outros ainda aguardam sua inserção nas demandas anunciadas pela Petrobras e Transpetro.

Desafios atuais e a urgência por garantias financeiras para os estaleiros

A retomada plena dos estaleiros, no entanto, enfrenta obstáculos. Ariovaldo Rocha aponta a necessidade de superá-los. “Há necessidade da remoção de alguns obstáculos, como, por exemplo, a questão das garantias financeiras”, analisa Rocha. Ele explica que a viabilização de contratos depende dessas garantias. O antigo Fundo Garantidor, crucial para o setor, não está atualmente em eficácia.

Oportunidades com margem equatorial, desmantelamento e eólica offshore

O Sinaval identifica novas frentes de expansão para os estaleiros. A exploração do pré-sal da Margem Equatorial, por exemplo, deve impulsionar a demanda por ativos. Destacam-se as embarcações de apoio marítimo. Neste segmento, o Brasil desenvolveu especialização e é competitivo mundialmente. “Com providências adequadas do governo, cremos que a indústria naval crescerá e atingirá patamares não atingidos nos ciclos anteriores”, acredita Rocha.

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Outra vertente promissora é o mercado de desmantelamento e reciclagem de navios e estruturas marítimas. Caso se consolide, poderá trazer alívio aos estaleiros em períodos de menor atividade. Rocha também projeta a construção de ativos para o mercado de energia eólica offshore. Esta pode se tornar uma atividade importante para a consolidação da indústria brasileira.

Ciclos históricos e a consolidação dos estaleiros brasileiros

Em entrevista à Portos e Navios, Rocha relembrou os ciclos da indústria. Mencionou períodos críticos que exigiram reinvenção e superação. Um deles foi durante os primeiros Planos de Construção Naval (PCNs), em 1973 e 1975. Estaleiros, antes focados em embarcações menores, assumiram contratos de grande porte, até para exportação. Isso demandou grande formação de mão de obra. O número de empregos saltou de 19.200 em 1972 para 39.000 em 1979.

Desafios surgiram na engenharia e no comércio exterior, sem os recursos computacionais atuais. A partir de 2003, outro período crítico envolveu a construção de ativos para exploração de petróleo e gás. Foram demandados navios de apoio, PLSVs, petroleiros, gaseiros e plataformas. Rocha ressalta que todos os desafios foram superados. A indústria naval atingiu alto grau de excelência, tornando-se um player importante no mercado offshore. “Nesta retomada, alguns aspectos estão se repetindo”, avaliou Rocha, referindo-se ao longo período de baixa atividade.

Os estaleiros brasileiros estiveram mais fortes e competitivos entre 2003 e 2014. Naquele período, o governo estimulou novos estaleiros e a modernização dos existentes. O Brasil tornou-se o segundo maior construtor de navios de apoio marítimo, atrás apenas da Noruega. Os ativos mais complexos já fabricados no país incluem navios de apoio marítimo, como os PLSVs, e plataformas de produção de petróleo.

Governo, transição energética e parcerias estratégicas

Rocha observa que o governo atual tem se mostrado sensível às pautas do setor naval. Medidas para remover barreiras e aperfeiçoar a legislação estão em andamento. Uma Frente Parlamentar atuante facilita a interlocução com o Congresso. O Fundo da Marinha Mercante (FMM) tem aprovado projetos com rapidez. Essas iniciativas geram otimismo para um novo ciclo de progresso nos estaleiros.

Quanto às ameaças, Rocha menciona a incerteza na política internacional. No aspecto técnico, há uma preocupação com as demandas futuras por sustentabilidade. A “economia verde” e a transição energética exigirão adaptação. Contudo, o acompanhamento de discussões em órgãos internacionais ajudará a resolver questões técnicas.

O Sinaval é favorável a novas parcerias entre empresas brasileiras e grupos estrangeiros. Essas colaborações já renderam bons frutos em ciclos anteriores. A entidade também acompanha as discussões sobre transição energética. Temas como combustíveis alternativos, “hidrogênio verde” e energia eólica no mar estão no radar para os estaleiros.

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Carla Teles

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