Solução proposta por consultoria socioambiental -Synergia, permite produzir água e garantir a sustentabilidade hídrica de municípios
O Brasil enfrenta uma das maiores crises hídricas da sua história com risco de racionamento tanto de água quanto de energia. Um problema que certamente poderia ser evitado, ou na pior das hipóteses amenizado, com investimento em soluções ideais. Uma dessas soluções são as chamadas cidades inteligentes, que se apoiam na conservação e melhor manejo no uso dos recursos hídricos.
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As chamadas smart cities utilizam a tecnologia de modo estratégico para melhorar a infraestrutura, otimizar a mobilidade urbana, criar soluções sustentáveis e outras melhorias necessárias para a qualidade de vida dos moradores.
Vinhedo, uma das 37 cidades inteligentes de São Paulo, aposta em projeto para produção de água objetivando garantir a sustentabilidade hídrica do município nos próximos anos.
No Brasil, a cidade de Vinhedo é considerada uma das cidades inteligentes, ocupando a 56ª colocação em nível nacional e a 2ª colocação na categoria de 50 a 100 mil habitantes, de acordo com a pesquisa Connected Smart Cities realizada pela Urban Systems e divulgada em setembro de 2021.
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Tornar-se uma cidade inteligente passa por diversos eixos de gestão, entre eles o uso inteligente dos recursos naturais. Aí surge o diálogo entre Vinhedo e a metodologia verde da consultoria socioambiental Synergia, que propõe a produção de água e a sustentabilidade hídrica dos municípios. O método oferecido pela Synergia promove o aumento da disponibilidade hídrica para municípios de uma maneira sustentável e até 50% mais econômica que as soluções tradicionais, como as represas, por exemplo.
Estudo
No interior de São Paulo, a cidade de Vinhedo, com 80 mil habitantes, decidiu apostar nesse método que prevê um aumento do volume do lençol freático da bacia hidrográfica na extensão de seu território correspondente até 11 centímetros. Essa medida, que para o olhar de um leigo pode parecer pequena, é capaz de substituir a reserva de água de quatro represas, quantidade necessária para dar conta do consumo do município, garantindo que não venha a sofrer com falta d’água ou racionamento. Aplicar o método de produção de água por meio de tecnologia verde representará um investimento 50% menor do que a construção de represas. Quanto antes o método da Synergia for implantado, antes as cidades poderão abrir mão de soluções paliativas, como retirada de água de mananciais quase esgotados.
E mais, a possibilidade de quantificação da produção de água a partir da recuperação físico-hídrica das bacias hidrográficas que compõem o município é um dos fatores que torna a solução diferenciada, graças à aplicação de modelo computacional que automatiza os cálculos, garantindo precisão e agilidade nos processos. Comparando o custo estimado de construção de represas (R$77.807.968,28) com a metodologia da Synergia (R$36.042.700,29), no exemplo de Vinhedo, os cofres públicos ganhariam em economia, preservação ambiental e, ao mesmo tempo, promoção da qualidade de vida para sua população.
Princípio parecido foi aplicado na cidade de Extrema, em Minas Gerais. Na região rural do município, o método de infraestrutura verde, dentro do Programa Conservador das Águas, possibilitou que os proprietários rurais fossem beneficiados pela recuperação físico-hídrica das bacias, que passaram a absorver mais água da chuva e, consequentemente, aumentaram a produção de água cuja maior beneficiada foi a região metropolitana de São Paulo.
“A crise hídrica nacional tem origem tanto na utilização dos solos e dos recursos hídricos de forma desordenada, sem planejamento e degradatória, quanto pelo agravamento das mudanças hidrológicas climáticas envolvendo o regime de chuvas que tem mudado muito nos últimos anos. Nesse cenário, a região sudeste, por acolher grande parte das indústrias, adensamento populacional, irrigação e diversos outros usos, tem sido a mais sacrificada pela, cada vez mais recorrente, escassez hídrica”, explica Fabio Marçal, gerente de projetos e especialista em sustentabilidade hídrica da Synergia.
Produção de água por meio de recuperação físico-hídrica das bacias tem como ponto chave o aumento da capacidade de retenção de água da chuva pelo solo.
O método da Synergia para produção de água por meio de recuperação físico-hídrica das bacias tem como ponto chave o aumento da capacidade de retenção de água da chuva pelo solo. Com o passar dos anos, a ação do homem sobre a natureza vem causando impermeabilização do solo. O método, com suas ações sistemáticas, prevê a recuperação desse solo, para que ele retome sua capacidade de absorção, infiltração e percolação da água da chuva, aumentando assim as reservas hídricas subterrâneas. A solução parece lógica, no entanto é o planejamento dessa recarga em etapas sucessivas e específicas atuando em cada plano da paisagem que torna o método diferenciado e eficiente.
Com a produção de água desta forma é possível recuperar rios e córregos que secaram, pois “ao aumentar a retenção de água pela infiltração no solo, a água que escorreria superficialmente e seria perdida em poucas horas, abandonando a bacia hidrográfica na parte mais baixa do terreno, seria preservada e abasteceria os lençóis subterrâneos que, por sua vez, abasteceriam as nascentes e os córregos. É essa água, que vem do fluxo de base, que diferencia os rios e córregos permanentes dos sazonais”, explica Marçal.
Solução é uma alternativa ágil, verde, ética e mais econômica para o aumento da capacidade hídrica.
A solução da Synergia é uma alternativa ágil, verde, ética e mais econômica para o aumento da capacidade hídrica. “A ideia de que ações de conservação de infraestruturas verdes só renderão resultados para as gerações futuras, não é verdadeira nessa alternativa”, segundo Marçal. “Com esse método vamos além da recuperação da mata ciliar onde, de fato, o processo é demorado, afinal uma árvore demora alguns anos para crescer e exercer a proteção que deveria dentro do processo hidrológico.
O diferencial do modelo é que ele não está baseado apenas no reflorestamento, e sim na paisagem como um todo, começando pela mata de topo de morro onde é possível evitar o começo da erosão do solo e, principalmente, incluindo a área de meia encosta, com práticas como o terraceamento, manejo e adequação das culturas e pastagens, promoção da porosidade, proteção das estradas rurais, entre outras ações que fazem com que a retenção da água da chuva aconteça”, detalha o especialista.
Em até um ano após o início do processo de recuperação da área já é possível notar um aumento significativo na vazão das nascentes, córregos e rio daquele sistema hídrico, afirma Fabio Marçal.
Sobre a Synergia (https://www.synergiaconsultoria.com.br/)