Alguns dos fatores que alavancaram a produção e a venda de veículos elétricos e bicicletas no Brasil foram a pandemia, o preço elevado dos combustíveis e a preocupação com a poluição
Os veículos que não são movidos a combustíveis, a exemplo de veículos elétricos e bicicletas, estão com produção e venda em alta no Brasil. Segundo a Abraciclo, o mercado das bicicletas poderá crescer 17,4% em 2022, em relação a 2021. O setor de veículos elétricos tem previsão de crescer em 80% neste ano, segundo a Associação Brasileira dos Veículos Elétricos (ABVE).
Segundo Cyro Gazola, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, este aumento no mercado das bicicletas teve início na pandemia, quando as pessoas estavam buscando atividades para fazer fora de casa. “Tudo isso ajudou a impulsionar a indústria e aumentar essa aceleração na demanda, que vai ter um crescimento contínuo.” Disse o vice-presidente.
A ABVE também afirmou que o mercado de veículos elétricos vem crescendo constantemente. A associação afirma que as vendas de veículos elétricos no Brasil obtiveram um aumento de 147% em fevereiro deste ano em relação ao mesmo mês em 2021, o equivalente a 1.389 veículos elétricos, e 34% de aumento sobre janeiro deste ano, o que equivale a 2.558.
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Crescimento da procura de veículos elétricos nos últimos anos
Segundo o CNN, o diretor de Infraestrutura da ABVE, Márcio Severine afirmou que a procura pelos veículos elétricos vem crescendo nesses últimos três anos. Para Severine, esse aumento foi causado pela conscientização acerca da emissão de carbono e pela alta dos preços dos combustíveis.
Márcio Severine ressalta: “Quando você passa a comparar um preço de um carro elétrico, é necessário olhar o custo total da operação. Ou seja, quando se soma os impostos, custo de manutenção, o preço do veículo e do combustível, o cliente repara que os veículos elétricos são muito mais vantajosos”.
O diretor de Infraestrutura da ABVE ainda traz a comparação de que, para encher um tanque de combustível, o cidadão gasta ao menos R$ 250, mas com o veículo elétrico, esse custo diminui para cerca de R$ 15.
Para Cyro Gazola, a alta dos preços dos combustíveis também impulsionará as vendas das bicicletas. Ele destaca que embora o aumento do preço dos combustíveis seja recente, é mais um fator que afetará o mercado positivamente. Tudo depende da distância e do deslocamento. Para menores trajetos, as pessoas começaram a adotar as bicicletas, e isso será um movimento constante.
Necessidade de estímulos no mercado da eletromobilidade
Márcio Severine acredita que o Brasil precisa de estímulo no ramo para que o aumento na produção de veículos elétricos aconteça. Apesar de o Brasil não possuir uma grande estrutura na área de veículos elétricos, Márcio afirma que o país possui grande potencial de crescimento, podendo ultrapassar outros países.
Severine avalia que esses incentivos seriam significativos para a indústria fazer os investimentos necessários para atuar intensamente no setor de veículos elétricos no Brasil, já que atualmente a maioria dos carros elétricos do Brasil são importados. Dessa forma, as empresas estão tendo uma restrição com os veículos elétricos de podem ser trazidos para o Brasil.
Severine ressalta que por falta de peças, os outros países montarão menos e trarão menos produtos para o Brasil. “O país sempre foi exportador de veículos, nós temos vocação para isso. Gerando incentivos adequados, o Brasil vai conseguir produzir sozinho.”
Gazola apontou também para o aumento do mercado de bicicletas elétricas, além das bicicletas convencionais. Ele declarou que embora o preço das bicicletas elétricas seja maior, a procura vai continuar em alta. O vice-presidente aponta que a Abraciclo obteve um aumento de 2% no segmento de bicicletas elétricas, e que embora seja um percentual pequeno, está crescendo muito mais que os outros segmentos.
Cyro Gazola aponta que o segmento de bicicletas elétricas tem o potencial de crescer cerca de 40% comparado a 2021, e que o grande desafio será fabricar bicicletas elétricas com um preço acessível para o consumidor.