Recompra aprovada pode injetar até R$ 16 bilhões
Nesta segunda-feira, 6 de outubro de 2025, a Vale (VALE3) aprovou uma oferta para recomprar 100% de suas debêntures participativas da 6ª emissão.
O preço fixado foi de R$ 41,92 por título, valor que inclui um prêmio de 52.400 % sobre o valor nominal original.
Esses papéis circulavam no mercado por cerca de R$ 36, com aproximadamente 388,6 milhões de unidades em circulação, segundo dados da Anbima.
Se todos os detentores aderirem, a operação poderá alcançar cerca de R$ 16 bilhões em desembolso total.
Contexto histórico e estrutura das debêntures
As debêntures participativas, emitidas em 1997 por R$ 0,01, oferecem retorno variável com base nas receitas de minério de ferro, cobre e ouro.
A remuneração é de 1,8% sobre parte da receita do ferro e 2,5% sobre cobre e ouro. Calculado em dólares e pago em reais, o rendimento atual gira em torno de 13% ao ano.
Com o limite de produção atingido no Sudeste em 2025, os custos aumentaram, e a recompra passou a ser mais vantajosa para a Vale.
Estratégia da Vale: reduzir custos e simplificar passivos
A companhia interpreta a recompra como uma medida estratégica para reduzir custos financeiros e otimizar sua estrutura de capital.
O movimento também elimina passivos onerosos, reforçando o foco da Vale em eficiência operacional e disciplina financeira.
A operação sinaliza ao mercado que a empresa busca fortalecer seu perfil de crédito e garantir previsibilidade nas obrigações futuras.
Instituições financeiras como Citi, Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA e Santander participam como agentes de estruturação da recompra.
Essa atuação conjunta aumenta a credibilidade do processo e facilita a adesão dos investidores interessados.
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Cronograma e adesão à oferta
O prazo para adesão à recompra termina às 19h20 do dia 31 de outubro de 2025, horário de Brasília. Enquanto isso, a Vale informou que a liquidação financeira da operação deverá ocorrer em 5 de novembro de 2025.
Além disso, a companhia garantiu que seguirá todas as normas aplicáveis durante o processo e manterá total transparência em cada etapa.
Por fim, o procedimento de adesão exige a entrega dos títulos elegíveis e o recebimento do pagamento somente após a data de liquidação.
Riscos, críticas e transparência na operação
Alguns analistas apontam que a recompra, embora voluntária, pode favorecer a Vale, especialmente diante de investidores que não conseguirem aderir à proposta dentro do prazo determinado.
Além disso, desde 2021, há questionamentos sobre compensações adequadas, pois as escrituras originais não previam direito de recompra obrigatório, o que gera debates no mercado.
Ainda assim, o mercado avalia a iniciativa como positiva, porque reduz a exposição da empresa a passivos de custo elevado, fortalecendo sua posição financeira.
Dessa forma, especialistas destacam que a Vale busca reforçar sua governança corporativa e, ao mesmo tempo, alinhar suas práticas às melhores normas internacionais, consolidando sua imagem de transparência e solidez.