1. Início
  2. / Agronegócio
  3. / Usina Nuclear Angra 3 não precisa de aporte financeiro internacional para ser construída, diz presidente da Eletronuclear
Tempo de leitura 4 min de leitura

Usina Nuclear Angra 3 não precisa de aporte financeiro internacional para ser construída, diz presidente da Eletronuclear

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 26/05/2020 às 13:24
Usina Nuclear Angra 3 não precisa de aporte financeiro internacional para ser construída, diz presidente da Eletronuclear
Usina Nuclear Angra 3 não precisa de aporte financeiro internacional para ser construída, diz presidente da Eletronuclear

Foi desenvolvido com a Eletrobras o programa de aceleração do caminho crítico do empreendimento, para garantir o cronograma das obras da Usina nuclear Angra 3

De acordo com Leonam Guimarães, presidente da Eletronuclear, a interrupção das obras da Usina nuclear Angra 3 está fora de questão. O executivio defende que o projeto é de baixo risco, com previsibilidade de produção no longo prazo e que terá capacidade de atrair investidores assim que o modelo de negócios estiver definido. FURNAS energiza sua primeira usina solar das três que estão sendo construídas

Leia também

Para ele, o desafio para construir Angra 3 é buscar um modelo de negócios que minimize os custos. “A participação de um parceiro internacional é um plus, mas não condição necessária. Ela é interessante por outras razões de negócio, que não as razões estritamente de natureza financeira. Aqui é importante ressaltar que a participação da Eletrobras pode trazer um benefício da redução da percepção de riscos para outros parceiros”, completa o Guimarães

O comitê interministerial do BNDS já elaborou o modelo de negócios, mas ainda depende da aprovação pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI). Segundo ele, essa aprovação estava prevista para março, mas foi adiada devido ao impacto do coronavírus.

Segundo Guimarães, o investimento previsto para concluir a usina nuclear Angra 3 é de 14,5 bilhões de reais e próxima fase da construção é amparada por um “programa de aceleração do caminho crítico do empreendimento”, desenvolvido entre a Eletronuclear a e Eletrobras e que prevê o início de aportes financeiros pela própria Eletrobras ainda no segundo semestre deste ano.

Mesmo com a pandema, para o executivo a usina Angra 3 tem margem para entrar em operação comercial, em último caso, nos primeiros meses de 2027.

O ponto de vista do presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães
sobre conclusão da usina de Angra 3

O plano diretor da Eletrobras prevê a participação com investimentos para a conclusão da obra da Usina Angra 3. Isso é importante para cumprir o cronograma e entrar em operação ao final de 2026.

Para garantir que esse cronograma seja respeitado, foi desenvolvido com a Eletrobras o programa de aceleração do caminho crítico do empreendimento, com a possibilidade de a Eletrobras fazer investimentos no curto prazo.

Sobre o interesse de investidores em Angra 3

Angra 3 é um projeto de baixo risco. Já está bastante avançada, com processo de licenciamento bem encaminhado, se tem uma razoável certeza de que o desempenho de Angra 3 será, no mínimo, equivalente ao desempenho de Angra 2, que é excelente, com fator de capacidade de 90% há anos. Não tem porque ser diferente.

O segundo aspecto é que é um ativo que gerará energia por, no mínimo, 60 anos de vida útil. É o tipo do ativo de grande interesse para investidores de longo prazo que necessitam de receitas por longo período, o que é o caso, tipicamente, de fundos de pensão.

Tendo uma estrutura financeira e retomando obra, a percepção de risco desses potenciais investidores vai ser reduzida e vão surgir agentes interessados, mesmo que invistam já no período de operação.

Sobre os projetos de usinas nucleares depois de Angra 3

Há quem diga que a instalação de usinas nucleares no Nordeste vai pressionar ainda mais a oferta de água na região, onde a demanda urbana já disputa com a demanda rural, afirmou o executivo

Nos termos de gestão de recursos hídricos a energia nuclear teria uma contribuição importante. Ela pode compensar regimes hídricos desfavoráveis. Mais do que isso, não falta água no Nordeste. Há os lençóis de água salobra que hoje são impróprios para o consumo humano. Tendo maior disponibilidade de energia, você pode promover a dessalinização.

O Plano Nacional de Energia 2030 previa a expansão no Nordeste e no Sudeste. O tema no Nordeste voltou à pauta porque em Pernambuco abraçaram a ideia.

Mas se tiver que priorizar, eu arriscaria dizer que o Sudeste teria prioridade. Mas no Nordeste há uma parcela das forças políticas que veem a energia nuclear como uma alavanca para o desenvolvimento econômico, conclui Leonam Guimarães

por – epbr

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira de Produção pós-graduada em Engenharia Elétrica e Automação, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos, com mais de 7 mil artigos publicados. Sua expertise técnica e habilidade de comunicação a tornam uma referência respeitada em seu campo. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

Compartilhar em aplicativos