Professores, enfermeiras e trabalhadores comuns pagam até 25% da renda em impostos, enquanto bilionários vivem de lucros quase intocados pela cobrança
É um dado que choca, mas expressa a realidade: no Brasil, quem depende do salário paga proporcionalmente mais imposto do que quem vive de lucros milionários.
Uma professora da rede pública do Rio de Janeiro, por exemplo, recebendo R$ 4.000 por mês, pode entregar até um quarto da renda em tributos diretos e indiretos.
Já um bilionário, sustentado exclusivamente por dividendos, paga em média apenas entre 5% e 6% de imposto efetivo.
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O peso sobre quem vive do trabalho
Estudos da Oxfam Brasil reforçam a gravidade do cenário. Quase 30% da renda de uma funcionária da alimentação escolar retorna para o Estado em forma de impostos.
Essas profissionais enfrentam jornadas longas, transporte precário e salários baixos, mas sustentam a arrecadação pública.
Enquanto isso, os donos de grandes patrimônios seguem protegidos. Essa diferença mostra porque a carga tributária se torna tão injusta e concentradora.
O contraste com as grandes fortunas
Trabalhadores que vivem de salário podem destinar uma parcela elevada da renda a tributos — sobretudo de consumo —, enquanto rendas de capital pagam pouco ou nada.
Altas rendas estruturadas como dividendos sofrem tributação muito menor do que salários equivalentes.
Isso ocorre porque desde 1996 lucros e dividendos são isentos de tributação.
Essa política transformou o Brasil em exceção mundial e criou um mecanismo que blinda fortunas, heranças e estruturas empresariais.
Portanto, o sistema garante alívio aos mais ricos enquanto penaliza quem depende exclusivamente do trabalho.
Um Congresso resistente a mudanças
O problema não está nos profissionais comuns, mas em um Congresso que se recusa a alterar privilégios históricos.
Esse modelo não é neutro. Ele foi desenhado para concentrar poder econômico e proteger quem já vive de rendimentos elevados.
Além disso, a manutenção da isenção limita a capacidade do Estado de financiar serviços essenciais. Quem paga a conta é o trabalhador assalariado, que já luta para sobreviver.
A necessidade de justiça tributária
Recursos públicos são fundamentais para garantir escola, saúde, moradia e comida na mesa. Por isso, defender justiça tributária significa inverter a lógica: salários baixos devem ter carga menor, enquanto milionários precisam contribuir de forma justa.
Não se trata de vingança. Trata-se de equilíbrio social. Hoje, há famílias que já resolveram o futuro por gerações pagando menos impostos do que quem trabalha seis dias por semana para ganhar um salário mínimo.
Hora de virar o jogo
Lucro sem imposto é privilégio. Fome com imposto é crueldade. O Brasil não pode continuar empurrando a conta para a classe trabalhadora.
O Plebiscito Popular por um Brasil Mais Justo surge exatamente nesse contexto. É a oportunidade para a população exigir: taxar os super-ricos e aliviar quem vive do salário.
Com informações de Brasil de Fato.