Navegação pela Costa brasileira tem aumento de atividades um ano após greve dos caminhoneiros cujo tabelamento do frete foi o grande vilão
O recente trauma, ocorrido no ano passado, quando uma greve de caminhoneiros deflagrada pela não concordância com a política de aumento de preços do diesel parou o país, fez com que os executivos de logística de grandes empresas no Brasil passassem a olhar com mais carinho para outras opções de transporte.
A cabotagem, assim como é chamada a navegação entre portos do país, viu crescer suas atividades devido as tentativas das empresas em escoarem seus produtos por outros modais de transporte numa tentativa de não ficar nas mãos dos caminhoneiros.
O transporte de cargas em containeres pela costa brasileira cresceu 18% após a greve dos caminhoneiros e a cada dia o modal, mais barato e confiável, conquista clientes do agronegócio à indústria. Vale ressaltar que o transporte via ferrovia também teve alta de 15%.
A medida de tabelamento do frete, imposta pelo governo não se mostrou vantajosa, pois encareceu ainda mais o frete, obrigando as empresas a procurarem por alternativas mais baratas.
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Segundo levantamento do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), desde o fim da greve dos caminhoneiros até fevereiro deste ano, houve crescimento de 17,5% no volume de cargas transportadas por cabotagem. Em alguns pontos, como por exemplo, no sentido nordeste-sudeste o crescimento foi de 20%.
Marcos Voloch, diretor do Mercosul da Aliança Navegação declarou que a demanda da empresa cresceu 16% desde a paralisação do ano passado e que 192 dos atuais 1400 clientes foram conquistados neste período.
Segundo o executivo a cabotagem não era competitiva em vários trechos no país, como por exemplo, Bahia-São Paulo ou Ceará-Bahia, mas a adoção de um preço mínimo para o transporte por caminhões acabou dando um novo folego para o transporte por navios.
Sistemática do transporte rodoviário
No transporte rodoviário nacional é comum haver mais oferta no sentido de subida, ou seja, Sul-sudeste, sudeste-nordeste e na descida o caminhoneiro não tendo carga para transportar (ou tendo um volume menor) acaba cobrando menos pelo preço do frete.
Com a adoção do frete mínimo, foi extinta a negociação e o preços de descida tiveram incríveis 180% de aumento, como foi o caso do trecho Nordeste-sudeste.
A indústria cearense de eletroportáteis Mallory , por exemplo, passou a escoar 30% de sua produção por navios. pois segundo seu diretor de operações, o frete de caminhão, de sua fábrica em Maranguape até a rodoviária de São Paulo, que antes era 7 mil reais passou para 18 mil.
O executivo completou ainda que mesmo com o frete rodoviário ficando 15% acima do marítimo, as burocracias de translado rodoviário são bem mais descomplicadas, mas com aumentos acima de 150% é melhor optar pela cabotagem, apesar dos atrasos que podem ocasionar a liberação nos portos brasileiros.
Enquanto o STF não julga a ilegalidade da tabela de frete mínimo, as empresas ficam entre a cruz e espada e são obrigadas a arcar com despesas extras no escoamento de suas produções.