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Um achado arqueológico impressionante na costa de Taiwan revelou uma mandíbula humana com cerca de 190 mil anos

Publicado em 11/04/2025 às 22:30
Mandíbula misteriosa, Mandíbula, Denisovanos
Créditos da imagem: Chun-Hsiang Chang, Jay Chang
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Descoberta surpreende cientistas e amplia o entendimento sobre a diversidade de hominídeos antigos na Ásia

Uma mandíbula misteriosa descoberta no fundo do mar, na costa de Taiwan, acaba de revelar um segredo guardado por milhares de anos. Pesquisadores conseguiram identificar o fóssil como pertencente a um denisovano, parente extinto dos humanos e dos neandertais.

A revelação confirma que esse grupo arcaico estava espalhado por diferentes regiões da Ásia, incluindo locais onde até então não havia registros desse tipo.

A descoberta aconteceu no início dos anos 2000, quando um pescador encontrou a mandíbula no fundo do Canal de Penghu, a cerca de 25 quilômetros da costa oeste de Taiwan.

O fóssil, apelidado de Penghu 1, deixou os cientistas intrigados por mais de uma década. Eles não sabiam se pertencera a um Homo erectus, a um Homo sapiens arcaico ou a um denisovano.

Técnica moderna trouxe respostas precisas

Agora, um novo estudo trouxe respostas. A pesquisa foi publicada em 10 de abril na revista Science. Os cientistas usaram uma técnica avançada para identificar o fóssil: a paleoproteômica, que analisa proteínas antigas preservadas nos ossos.

Essa abordagem revelou que a mandíbula misteriosa, com dentes grandes, pertencia a um indivíduo do grupo denisovano. Além disso, foi possível concluir que o fóssil era de um homem.

O estudo contou com a participação de Frido Welker, antropólogo molecular da Universidade de Copenhague, e de uma equipe internacional.

Segundo Welker, essa mesma técnica poderá ser aplicada em outros fósseis de hominídeos para identificar se eles são denisovanos, neandertais ou pertencem a outras populações humanas antigas.

Denisovanos: raros, mas espalhados pela Ásia

A importância do achado está no fato de que fósseis de denisovanos são extremamente raros. Diferente dos neandertais, que deixaram muitos restos espalhados pela Europa e Ásia Ocidental, os denisovanos são conhecidos principalmente por meio de DNA encontrado em poucos ossos. A maioria dos fósseis desse grupo vinha até agora da Caverna Denisova, na Sibéria.

Por isso, a mandíbula de Penghu 1 é uma peça fundamental para entender onde viviam esses hominídeos. Ela mostra que os denisovanos não estavam restritos a regiões frias. Eles também habitavam áreas quentes e úmidas, como Taiwan.

Mandíbula misteriosa: data incerta, mas pistas valiosas

Apesar do avanço, uma limitação importante do estudo é a dificuldade em datar o fóssil com precisão. O osso ficou muito tempo encharcado, o que impediu a aplicação de métodos tradicionais, como a datação por carbono-14 ou por urânio. Tentativas de extrair DNA também não funcionaram.

Mesmo assim, os cientistas encontraram ossos de animais com a mandíbula. Esses ossos indicam duas possíveis faixas etárias para o fóssil: entre 10.000 e 70.000 anos atrás ou entre 130.000 e 190.000 anos.

Se a mandíbula pertencer ao período mais recente, pode ser o fóssil denisovano mais jovem já encontrado. O mais novo até hoje vinha do Planalto Tibetano e tinha cerca de 40.000 anos.

Próximos passos na busca por ancestrais

A antropóloga Sheela Athreya, da Universidade Texas A&M, que não participou do estudo, comentou os resultados. Segundo ela, esse achado confirma o que já se suspeitava: hominídeos estavam presentes em diversas partes da Eurásia oriental durante o Pleistoceno.

Os pesquisadores também observaram uma diferença marcante entre os grupos humanos que viveram naquela época. Enquanto os neandertais tinham mandíbulas altas e graciosas com dentes pequenos, os denisovanos tinham mandíbulas mais baixas e robustas, com dentes grandes.

Essa diversidade ajuda a entender melhor como o gênero Homo evoluiu. A identificação de Penghu 1 como denisovano amplia o conhecimento sobre a distribuição e as características desses grupos antigos.

Agora, os cientistas querem aplicar a paleoproteômica em outros fósseis semelhantes. O objetivo é identificar novos vestígios de denisovanos e outros hominídeos em regiões da Ásia que ainda não foram totalmente exploradas.

Segundo Athreya, o avanço dessa técnica abre novas possibilidades. “Podemos fazer muito mais com fósseis até então sem comprovação encontrados em canais e leitos de rios na Ásia”, afirmou.

A mandíbula misteriosa de Penghu 1, depois de décadas de incertezas, se torna uma peça-chave na busca por respostas sobre o passado humano.

Com informações de Science Alert.

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Romário Pereira de Carvalho

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