Equipamento atua como chamariz no campo de batalha e marca a primeira vez que a China fornece uma plataforma completa para a Rússia
A Ucrânia recuperou um novo drone usado pelas forças russas e identificou que todos os seus componentes foram fabricados na China. Essa é a primeira vez que um equipamento bélico completo, e não apenas peças isoladas, é fornecido por Pequim para uso direto no conflito.
Segundo a inteligência ucraniana, o drone atua como isca para saturar os sistemas de defesa aérea. O envolvimento chinês surpreende analistas por representar uma mudança no perfil de atuação de Pequim, que vinha mantendo uma posição oficialmente neutra na guerra.
Novo drone expõe avanço da cooperação militar entre Rússia e China
A descoberta foi feita pela Diretoria de Inteligência de Defesa da Ucrânia (GUR), que recuperou dois modelos do novo drone em campo. Em um deles, todas as peças eram de origem chinesa. O outro continha dois componentes não identificados, mas também de provável procedência asiática.
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A maior parte dos elementos veio da empresa CUAV Technology, sediada em Guangdong, especializada em sistemas de navegação e controle de voo. A CUAV havia anunciado publicamente restrições à venda de seus produtos para uso militar, mas, segundo a investigação ucraniana, tornou-se peça central na construção do drone russo.
Com visual semelhante ao modelo iraniano Shahed-136, o drone tem asas em formato delta e pode carregar até 15 kg de explosivos. Porém, sua principal função é confundir radares e atrapalhar a resposta defensiva da Ucrânia.
Equipamento confirma mudança tática e tecnológica no conflito
O novo drone marca também um avanço tático. Além de atuar como chamariz, ele emprega tecnologias de inteligência artificial embarcada. Um dos modelos analisados pela Ucrânia utilizava um minicomputador Leetop A203 com processador NVIDIA Jetson Orin — combinação que permite a seleção autônoma de alvos no campo de batalha.
Outro ponto de destaque é o uso de cabos de fibra óptica para controle remoto a longa distância, permitindo operação em áreas com forte interferência eletrônica. Essa tecnologia, também de origem chinesa, amplia o alcance dos drones russos em até 50 km.
Segundo analistas militares, o fornecimento de um sistema completo — e não apenas chips ou sensores isolados — indica que a China está disposta a reforçar a resiliência militar da Rússia de forma mais ativa, mesmo diante de sanções internacionais.
Contexto geopolítico agrava a tensão
Embora oficialmente neutra, a China já admitiu em bastidores que não pode aceitar uma derrota russa. Documentos revelados pela CNN indicam que o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, expressou essa posição em reunião com a União Europeia. A avaliação estratégica de Pequim é que a guerra prolongada na Ucrânia ajuda a desviar o foco dos Estados Unidos da Ásia.
Diferente do apoio explícito da Coreia do Norte, que fornece munições e tropas, a China atua moldando a infraestrutura tecnológica da guerra. Isso inclui o fornecimento de IA, microeletrônica e sistemas táticos sofisticados — como demonstrado com o novo drone.
A descoberta de um novo drone russo composto inteiramente por peças chinesas marca uma virada no conflito e expõe o papel crescente da China na guerra. Mais do que uma simples venda de componentes, trata-se de um sinal de que Pequim está disposta a fortalecer Moscou com sistemas completos, ampliando sua influência geopolítica e capacidade de contenção do Ocidente.
Você acredita que o envolvimento da China pode mudar os rumos da guerra? Comente sua opinião abaixo.