Um túnel submerso revolucionará a mobilidade em Santa Catarina, conectando Itajaí e Navegantes. O projeto de R$ 1 bilhão promete integrar 11 municípios, impulsionar o turismo e gerar 11 mil empregos. Além disso, o sistema contará com transporte sustentável, incluindo BRT elétricos e ciclovias. Uma obra ambiciosa que coloca o estado na vanguarda da mobilidade no Brasil.
Já imaginou uma obra tão ambiciosa que, além de melhorar a mobilidade urbana, também se torna um novo marco turístico em uma das regiões mais visitadas do Brasil?
É exatamente isso que o túnel subaquático planejado para ligar Itajaí e Navegantes, no litoral norte de Santa Catarina, promete entregar.
Com um custo estimado em R$ 1 bilhão e geração de 11 mil empregos diretos e indiretos, o projeto se destaca pela grandiosidade e pelo impacto na vida dos moradores e turistas que frequentam a região.
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Um marco de mobilidade sustentável
O túnel terá 548 metros de extensão e será construído sob o leito do Rio Itajaí-Açu, próximo à sua foz no Oceano Atlântico.
Com profundidade total de 29 metros, ele contará com um calado livre de 13 metros para a navegação.
A estrutura abrigará três seções segregadas, sendo duas para o trânsito de veículos – com faixas exclusivas para ônibus – e uma destinada a pedestres e ciclistas.
Além disso, haverá esteiras rolantes, garantindo um deslocamento mais prático e acessível para os usuários.
Segundo João Luiz Demantova, responsável técnico pelo projeto, a concepção do túnel segue os padrões do modelo que ligará Santos e Guarujá, em São Paulo, reforçando a modernidade e a funcionalidade do empreendimento.
Integração regional e benefícios econômicos
O projeto faz parte do Promobis (Projeto de Mobilidade Integrada Sustentável da Região da Foz do Rio Itajaí), que abrange a conexão entre 11 municípios: Itajaí, Navegantes, Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, Bombinhas, Balneário Piçarras, Penha, Porto Belo, Ilhota e Luís Alves.
Com o apoio da Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí (Amfri), foi criado um consórcio para coordenar as ações entre as cidades envolvidas.
Esse modelo de cooperação visa garantir que a obra e o sistema de transporte integrado atendam às demandas de toda a população local.
De acordo com o governo de Santa Catarina, já foi reservado um montante de R$ 136 milhões para as etapas iniciais do projeto, incluindo o licenciamento ambiental e obras complementares.
O custo total, estimado em R$ 2 bilhões, será coberto por recursos públicos e privados, com financiamento do Banco Mundial.
Impactos turísticos e ambientais
Além de sua funcionalidade prática, o túnel deve se tornar mais um atrativo turístico na região, que já é conhecida por sua beleza natural e infraestrutura de ponta.
Balneário Camboriú, famoso por seus arranha-céus e praias deslumbrantes, ganhará um reforço no fluxo de turistas, tanto nacionais quanto internacionais.
Apesar do entusiasmo, o projeto também enfrenta desafios ambientais.
Por se tratar de uma construção em área de grande sensibilidade ecológica, especialistas defendem que o licenciamento ambiental seja rigoroso para garantir a preservação do entorno.
Mobilidade urbana do futuro
Uma das iniciativas mais inovadoras do Promobis é a implementação de um sistema de ônibus rápidos (BRT) 100% elétricos, que contará com corredores exclusivos, estações alimentadas por energia solar e integração com ciclovias e esteiras rolantes.
Essa abordagem sustentável busca reduzir a emissão de poluentes e oferecer alternativas modernas de transporte público para os moradores dos 11 municípios.
A expectativa é que o sistema de mobilidade integrada atenda diariamente cerca de 15 mil pessoas e 5 mil veículos, transformando a região em um modelo para outras áreas do Brasil.
Comparações com o túnel Santos-Guarujá
Assim como o túnel planejado para Itajaí e Navegantes, o projeto em São Paulo, que liga Santos ao Guarujá, também gerou debates sobre a viabilidade de se construir uma ponte.
Entretanto, a opção pelo túnel prevaleceu devido a benefícios como menor impacto visual e maior durabilidade.
Em Santa Catarina, a escolha foi semelhante, após análises que indicaram que um túnel seria mais vantajoso para preservar a paisagem natural e atender melhor às necessidades de tráfego da região.
Próximos passos e cronograma
Os estudos técnicos do projeto já foram concluídos, e as próximas etapas incluem a finalização dos projetos básicos e o início do processo de licenciamento ambiental, previsto para 2026.
Com a contratação dos recursos do Banco Mundial programada para março de 2025, o governo catarinense está otimista quanto ao início das obras nos próximos anos.
A concessão do sistema, incluindo a operação do túnel e do BRT, será realizada por 35 anos, com cobrança de pedágio, cujo valor ainda será definido.
Oportunidade de desenvolvimento
Com potencial para transformar a mobilidade urbana, impulsionar o turismo e gerar milhares de empregos, o túnel subaquático entre Itajaí e Navegantes surge como um marco de inovação e progresso para Santa Catarina.
Mas, será que os desafios ambientais e os custos elevados poderão ser superados para entregar essa obra tão ambiciosa?