Ex-presidente americano diz que rotas estratégicas só existem por causa dos EUA e cobra livre passagem para embarcações nacionais
O ex-presidente Donald Trump defendeu que navios americanos, militares e comerciais, tenham isenção total de tarifas ao atravessarem os canais do Panamá e de Suez. Segundo ele, essas rotas não existiriam sem o apoio histórico dos Estados Unidos, e por isso a cobrança atual é injusta.
Trump defende isenção de tarifas para navios americanos
Durante um comício recente, Donald Trump afirmou que os navios dos Estados Unidos não deveriam pagar para utilizar o Canal do Panamá nem o Canal de Suez. Ele alegou que essas passagens foram viabilizadas graças à ação histórica dos EUA e, portanto, embarcações norte-americanas merecem passagem gratuita. Segundo a CNN Brasil, o ex-presidente instruiu seu secretário de Estado, Marco Rubio, a registrar a reivindicação formalmente.
Trump também criticou as tarifas que vêm sendo cobradas pelos países que controlam essas rotas, em especial o Panamá, classificando-as como “exorbitantes”. Essa não é a primeira vez que ele contesta a gestão do canal panamenho, em dezembro de 2024, chegou a sugerir que os EUA deveriam retomar o controle da hidrovia, caso não houvesse um novo acordo mais favorável.
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Histórico do Canal do Panamá reacende debate sobre soberania
O Canal do Panamá foi construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, permanecendo sob controle americano até 1999, após uma transição estabelecida por tratado com o governo panamenho em 1977. Desde então, o canal é operado de forma autônoma pelo Panamá, com base em princípios de neutralidade reconhecidos por tratados internacionais.
A fala de Trump reacendeu a tensão diplomática entre os países. Políticos panamenhos reagiram publicamente, defendendo a soberania sobre o canal e lembrando que a administração atual respeita acordos multilaterais que garantem o uso livre e equitativo da via, como destacou uma matéria da Reuters.
Importância estratégica dos navios americanos nessas rotas
Tanto o Canal do Panamá quanto o de Suez são vitais para o comércio marítimo internacional. Juntos, representam pontos de conexão essenciais para importações e exportações dos Estados Unidos, incluindo produtos como gás natural liquefeito, automóveis e equipamentos eletrônicos.
O Canal do Panamá, por exemplo, responde por cerca de 2,5% do comércio global. Qualquer alteração nos termos de uso pode impactar diretamente os custos logísticos e os preços finais dos produtos. As declarações de Trump geram preocupação entre armadores e analistas, que apontam riscos à previsibilidade e à estabilidade das operações com navios nessas regiões.