Trump não está apenas reclamando de Powell ele está tentando amarrar três frentes críticas ao mesmo tempo: forçar cortes de juros já em 2025, blindar suas tarifas na Suprema Corte (para evitar reembolsos trilionários) e empurrar o orçamento federal até 2026 para fugir do fantasma de um shutdown.
De acordo com o portal istoédinheiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou a pressão sobre o Federal Reserve e seu presidente, Jerome Powell, ao afirmar que os cortes de juros estão “um ano atrasados”. Em entrevista à Fox & Friends nesta sexta-feira (12), Trump disse que a economia americana poderia estar ainda mais forte se o afrouxamento monetário tivesse começado antes. Ele associou o desempenho recorde de Wall Street às tarifas comerciais que considera vitais para proteger a indústria nacional.
Mas os juros não são o único foco do republicano. Trump também aposta tudo em uma batalha na Suprema Corte para manter suas tarifas, classificadas como “pilar da prosperidade americana”.
O tribunal avalia a constitucionalidade das medidas, e uma derrota poderia obrigar o governo a devolver trilhões de dólares a importadores.
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Ao mesmo tempo, o presidente negocia no Congresso a extensão do orçamento até janeiro de 2026 para evitar o risco de um shutdown.
Pressão sobre Powell e o Federal Reserve
Trump voltou a criticar Jerome Powell, alegando que a resistência do Fed em cortar os juros compromete o crescimento.
Para o presidente, a inflação controlada e os recordes da Bolsa são sinais claros de que cortes já deveriam estar em curso.
A cobrança é direta: Trump exige uma política monetária mais alinhada com sua agenda de estímulo econômico, mesmo diante da cautela do banco central.
Essa postura gera tensão entre o Executivo e a autoridade monetária, que historicamente busca manter independência em relação à Casa Branca. O risco é que a pressão política comprometa a credibilidade do Fed no mercado internacional.
Tarifa como arma central e risco jurídico bilionário
A grande aposta de Trump, no entanto, está no campo jurídico. A Suprema Corte analisa se as tarifas impostas sob justificativa de segurança nacional são constitucionais.
O presidente admitiu que uma derrota no tribunal obrigaria o governo a devolver “trilhões e trilhões de dólares”, algo que classificou como “muito difícil”.
Mesmo assim, Trump reforçou sua convicção de que tem poder presidencial para manter as tarifas. Para ele, “os EUA precisam de tarifas para prosperar”.
Essa estratégia é vista como essencial para garantir receita fiscal e manter sua narrativa de proteção à indústria americana.
Negociações para evitar o shutdown
Além das batalhas monetária e judicial, Trump tenta blindar sua gestão contra uma crise política imediata. Ele revelou estar em negociações com congressistas republicanos para aprovar um pacote que prorrogue os gastos federais até janeiro de 2026.
O objetivo é afastar o risco de paralisação parcial do governo (shutdown), cenário que poderia gerar instabilidade econômica e prejudicar sua imagem em meio ao ciclo eleitoral.
Apesar do otimismo de Trump, analistas lembram que o Congresso segue dividido e que eventuais embates com a ala democrata podem dificultar o avanço da medida.
Estratégia arriscada em três frentes
O discurso mostra que Trump articula uma ofensiva em três eixos:
- Monetário: exigir cortes de juros imediatos do Fed.
- Comercial/jurídico: defender tarifas na Suprema Corte para evitar reembolsos bilionários.
- Fiscal: garantir orçamento estendido até 2026 e evitar um shutdown.
Esse tripé, no entanto, envolve riscos elevados. Se o Fed resistir, a Suprema Corte decidir contra as tarifas ou o Congresso travar o orçamento, a narrativa de prosperidade pode ruir rapidamente.
As falas de Trump revelam uma tentativa de controlar, ao mesmo tempo, a política monetária, a base fiscal e a legalidade de sua agenda tarifária.
A estratégia é ambiciosa, mas depende de vitórias simultâneas em arenas independentes.
E você? Acredita que Trump conseguirá manter sua estratégia até 2026 ou que o risco de derrota em alguma dessas frentes pode comprometer sua gestão?
Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir sua análise sobre esse cenário.