Projeto de US$ 300 milhões prevê salão de baile no lugar da Ala Leste; críticos da reforma de Trump apontam desrespeito à história.
A reforma de Trump na Casa Branca, em Washington D.C., tornou-se centro de um intenso debate nos Estados Unidos. Imagens ao vivo transmitidas pela CNN mostram uma demolição invasiva que pôs abaixo toda a Ala Leste (East Wing) da residência oficial. O motivo da obra, um projeto ambicioso do presidente Donald Trump, é a construção de um novo e gigantesco salão de baile.
A decisão de demolir uma seção histórica do complexo presidencial gerou reações imediatas. Democratas e associações de preservação histórica criticam a medida, classificando-a como um desrespeito ao legado do edifício. A polêmica é amplificada pelo custo estimado da obra: 300 milhões de dólares, o que equivale a mais de R$ 1 bilhão.
O que funcionava na Ala Leste?
Conforme detalhado pela CNN, a Ala Leste da Casa Branca não era apenas um espaço secundário. A estrutura agora demolida abrigava funções administrativas e logísticas importantes. Lá ficavam os escritórios da Primeira-Dama e de toda a sua equipe, além do Centro de Visitantes, que servia como ponto de partida para as visitas guiadas pela sede do governo.
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A ala continha ainda diversos escritórios cerimoniais da equipe da Casa Branca. Segundo a CNN, todos esses departamentos foram realocados para outros prédios governamentais próximos. A justificativa de Donald Trump para a mudança drástica é que, em sua visão, a ala “não tinha muita utilidade” e um novo salão de baile facilitaria as recepções e eventos oficiais.
Um custo de R$ 1 bilhão sem dinheiro público?
O valor da reforma de Trump é um dos principais pontos de discussão: US$ 300 milhões. O debate sobre o gasto de tal montante em um monumento nacional é intenso, especialmente vindo de críticos que questionam a prioridade e a necessidade da obra neste momento.
No entanto, Donald Trump afirma que o projeto não custará “um centavo” ao contribuinte americano. Segundo informações apuradas pela CNN, o presidente utilizou seu trânsito com gigantes da tecnologia (as “Big Techs”), como Apple, Amazon e Google, para arrecadar o valor total através de doações privadas. Os CEOs dessas empresas estiveram presentes na posse de Trump, e agora financiam a obra.
A nova dimensão e a crítica histórica
A escala do novo salão de baile é um fator central na polêmica. O projeto não é uma simples adição; a nova estrutura será 63% maior que a própria Residência Executiva, o prédio central e mais conhecido da Casa Branca. Essa dimensão levanta questionamentos sobre a proporção da nova ala em relação ao complexo histórico.
Democratas no Congresso e diversas associações históricas criticaram duramente a reforma de Trump. A CNN reporta que a principal queixa é a falta de consulta a esses grupos de preservação. A percepção é que a história do local não está sendo respeitada por um “mega projeto” que, segundo eles, altera permanentemente o caráter do edifício.
O mistério do bunker presidencial
A demolição completa da Ala Leste trouxe à tona uma curiosidade sobre a segurança presidencial. É amplamente divulgado que a Casa Branca possui um bunker de segurança (o PEOC – Centro Presidencial de Operações de Emergência), famoso por ter sido usado durante os ataques de 11 de setembro. Este bunker, segundo a CNN, fica localizado exatamente abaixo da Ala Leste.
A entrada para o bunker sempre foi tratada como um segredo de Estado. Com a demolição completa da estrutura superior, ficou evidente para os observadores que o acesso não estava localizado na Ala Leste, como se poderia supor. A CNN destaca que a localização exata da entrada permanece secreta, em algum outro ponto do vasto complexo da Casa Branca.
A reforma de Trump segue em andamento, com as máquinas agora trabalhando na retirada dos entulhos para dar início à fundação do novo salão. A obra, que deve levar anos para ser concluída, redefine fisicamente uma das alas mais vistas da Casa Branca, deixando um debate aberto sobre os limites entre a modernização e a preservação histórica na sede do poder americano.
A construção de um salão de baile de US$ 300 milhões, mesmo financiado por doações, é uma prioridade correta? Você acha que essa mudança desrespeita a história da Casa Branca ou é uma modernização válida? Queremos saber sua opinião: comente abaixo.


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