Trump cita Brasília ao falar sobre violência em discurso nos EUA. Presidente dos EUA compara criminalidade em Washington a cidades como Bogotá, Cidade do México e Brasília durante pronunciamento sobre segurança pública
O ex-presidente americano Donald Trump voltou a falar sobre o tema da segurança pública. Em um discurso transmitido pela CNBC, Trump citou Brasília ao classificar Washington, capital dos Estados Unidos, como uma das cidades mais violentas do mundo, em comparação a locais como Bogotá, Cidade do México e Bagdá.
A fala ocorreu durante um evento no qual Trump reforçou promessas de endurecer o combate ao crime, prometendo “limpar” as ruas e retirar pessoas em situação de rua das áreas centrais. A menção à capital brasileira surpreendeu, já que Brasília não figura entre as cidades mais violentas do Brasil, segundo dados recentes de segurança pública.
Contexto da fala e comparação polêmica
No discurso, Trump citou Brasília ao mencionar estatísticas de homicídios que, segundo ele, colocariam Washington em posição pior que diversas capitais latino-americanas. O presidente afirmou que a taxa de homicídios na capital americana teria superado 41 por 100 mil habitantes em 2023, o que, de acordo com ele, seria “mais do que o dobro” de Bagdá.
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A comparação gerou polêmica porque, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Brasília apresentou em 2023 índices bem menores que os mencionados por Trump, ficando atrás de capitais como Salvador, Manaus e Fortaleza. Especialistas apontam que a fala reflete mais um discurso político do que uma análise estatística rigorosa.
Washington sob ataque político
Trump descreveu Washington como uma cidade “tomada por gangues violentas, criminosos e pessoas sem teto”, citando casos recentes de assassinatos, roubos de carros e agressões contra policiais. Entre os exemplos, mencionou o assassinato de um estagiário do Congresso, o ataque a um assessor do senador Rand Paul e a morte de uma criança de três anos vítima de bala perdida.
O presidente acusou a administração local, liderada por democratas, de ser “fraca no combate ao crime” e até de tentar maquiar dados de violência. Disse ainda que sua gestão repetiria na capital americana a estratégia adotada na fronteira sul contra a imigração ilegal.
Uso político da segurança pública
Analistas avaliam que o uso de comparações internacionais, como quando Trump citou Brasília, faz parte de uma narrativa política voltada a provocar impacto emocional no eleitorado. Ao associar Washington a cidades vistas como violentas, Trump busca reforçar a ideia de que a capital americana estaria “fora de controle” e precisaria de intervenção dura.
No entanto, especialistas em segurança urbana ressaltam que índices de criminalidade variam muito conforme metodologia de contagem, e que comparações entre países diferentes, com sistemas jurídicos e padrões de registro distintos, podem levar a interpretações distorcidas.
Repercussão e possíveis efeitos
A fala de Trump rapidamente repercutiu nas redes sociais brasileiras, com muitos usuários ironizando a comparação e questionando o conhecimento do presidente sobre a realidade da segurança no Brasil. Outros, porém, apontaram que a menção pode reforçar estereótipos negativos sobre cidades brasileiras no exterior.
Para Washington, o discurso se insere no cenário eleitoral dos EUA, onde a segurança pública é tema central e frequentemente explorado para mobilizar eleitores. Trump, pré-candidato à presidência, aposta nesse tipo de retórica para consolidar sua base.
E você, acha que a comparação feita por Trump foi justa ou exagerada? Como interpreta o uso de Brasília nesse discurso? Deixe sua opinião nos comentários.
Coitada de Brasília. Tinha que citar Salvador, Rio de Janeiro e Manaus!